Mortalidade relacionada Ãs doenÃas tropicais negligenciadas no Brasil, 2000-2011: magnitude, padrÃes espaÃo-temporais e fatores associados.
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Data de Publicação: | 2015 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC |
Texto Completo: | http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=16018 |
Resumo: | O Brasil à responsÃvel pela maior parte da carga de doenÃa relacionada Ãs DoenÃas Tropicais Negligenciadas (DTNs) na AmÃrica Latina. Foram analisadas as tendÃncias temporais, padrÃes espaÃo-temporais e fatores associados à mortalidade relacionada Ãs DTNs no Brasil. Foi realizada uma sÃrie de estudos ecolÃgicos baseados em dados secundÃrios de mortalidade provenientes do Sistema de InformaÃÃes sobre Mortalidade. Foram incluÃdos todos os Ãbitos relacionados Ãs DTNs registrados no Brasil no perÃodo de 2000 a 2011. A tese foi organizada em sete eixos temÃticos de acordo com suas especificidades metodolÃgicas e doenÃas analisadas: tendÃncias temporais e padrÃes espaÃo-temporais da mortalidade relacionada ao grupo de DTNs (Eixo 1) e DTNs especÃficas com elevado impacto de mortalidade no Brasil (esquistossomose, hansenÃase, neurocisticercose, leishmaniose visceral e coinfecÃÃo leishmaniose visceral e HIV/aids) (Eixos 2 a 6); anÃlise dos fatores socioeconÃmicos, demogrÃficos, ambientais/climÃticos e de assistÃncia à saÃde associados à mortalidade relacionada Ãs DTNs em nÃvel municipal no Brasil, utilizando modelos de regressÃo linear multivariada e regressÃo espacial local (Eixo 7). No perÃodo de estudo, 12.491.280 Ãbitos foram registrados no Brasil. Foram identificadas 100.814 (0,81%) declaraÃÃes de Ãbitos em que pelo menos uma causa de morte relacionada Ãs DTNs foi mencionada. A doenÃa de Chagas foi a DTN mais mencionada (72.827; 72,0%), seguido pela esquistossomose (8.756; 8,7%) e hansenÃase (7.732; 7,6%). O coeficiente mÃdio padronizado de mortalidade foi de 5,67 Ãbitos/100.000 habitantes (intervalo de confianÃa de 95% [IC 95%]: 5,56-5,77). Os maiores coeficientes de mortalidade foram observados em pessoas do sexo masculino, com ≥70 anos de idade, raÃa/cor preta e residente na regiÃo Centro-Oeste. Os coeficientes de mortalidade apresentaram tendÃncia de declÃnio significativo em nÃvel nacional no perÃodo (variaÃÃo percentual anual [APC]: -2,1%; IC 95%: -2,8; -1,3), com diminuiÃÃo da mortalidade nas regiÃes Sudeste, Sul e Centro-Oeste, aumento na regiÃo Norte e estabilidade na regiÃo Nordeste. Foram identificados clusters de alto risco em todas as regiÃes brasileiras, destacando-se um cluster que abrange uma ampla Ãrea geogrÃfica na regiÃo central do Brasil. A anÃlise de regressÃo linear multivariada mostrou uma associaÃÃo global positiva entre a mortalidade relacionada Ãs DTNs e a taxa de urbanizaÃÃo, migraÃÃo, Ãndice de Gini, taxa de desemprego, saneamento inadequado, populaÃÃo de raÃa/cor preta, cobertura do Programa Bolsa FamÃlia e temperatura, enquanto houve uma relaÃÃo negativa com a renda domiciliar, densidade de mÃdicos, extrema pobreza, densidade domiciliar, umidade e precipitaÃÃo. Os resultados da RegressÃo Geograficamente Ponderada (GWR) indicaram variaÃÃes espaciais significativas em todas as associaÃÃes entre as variÃveis explicativas e a mortalidade por DTNs ao longo de todo o paÃs, em que cada fator ecolÃgico teve efeito diferente sobre a mortalidade em diferentes regiÃes brasileiras. As DTNs continuam sendo importantes causas de morte prevenÃveis e um problema de saÃde pÃblica no Brasil. A sobreposiÃÃo geogrÃfica e as Ãreas de alto risco para Ãbitos relacionados Ãs DTNs chamam atenÃÃo para implementaÃÃo de medidas integradas de controle nas Ãreas com maior morbidade e mortalidade. A distribuiÃÃo espacial da mortalidade relacionada Ãs DTNs nos municÃpios brasileiros està correlacionada com indicadores socioeconÃmicos, demogrÃficos e ambientais/climÃticos, com variaÃÃes geogrÃficas significativas. EstratÃgias locais abrangentes e medidas de prevenÃÃo e controle para DTNs devem ser formuladas de acordo com essas caracterÃsticas nas regiÃes endÃmicas brasileiras. |
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Foram analisadas as tendÃncias temporais, padrÃes espaÃo-temporais e fatores associados à mortalidade relacionada Ãs DTNs no Brasil. Foi realizada uma sÃrie de estudos ecolÃgicos baseados em dados secundÃrios de mortalidade provenientes do Sistema de InformaÃÃes sobre Mortalidade. Foram incluÃdos todos os Ãbitos relacionados Ãs DTNs registrados no Brasil no perÃodo de 2000 a 2011. A tese foi organizada em sete eixos temÃticos de acordo com suas especificidades metodolÃgicas e doenÃas analisadas: tendÃncias temporais e padrÃes espaÃo-temporais da mortalidade relacionada ao grupo de DTNs (Eixo 1) e DTNs especÃficas com elevado impacto de mortalidade no Brasil (esquistossomose, hansenÃase, neurocisticercose, leishmaniose visceral e coinfecÃÃo leishmaniose visceral e HIV/aids) (Eixos 2 a 6); anÃlise dos fatores socioeconÃmicos, demogrÃficos, ambientais/climÃticos e de assistÃncia à saÃde associados à mortalidade relacionada Ãs DTNs em nÃvel municipal no Brasil, utilizando modelos de regressÃo linear multivariada e regressÃo espacial local (Eixo 7). No perÃodo de estudo, 12.491.280 Ãbitos foram registrados no Brasil. Foram identificadas 100.814 (0,81%) declaraÃÃes de Ãbitos em que pelo menos uma causa de morte relacionada Ãs DTNs foi mencionada. 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The thesis is organized into seven Thematic Axes according to their methodological characteristics and diseases analyzed: Time trends and spatiotemporal patterns of mortality related to NTDsâ group (Axis 1) and specific NTDs with high mortality impact in Brazil (schistosomiasis, leprosy, neurocysticercosis, visceral leishmaniasis, and visceral leishmaniasis and HIV/AIDS co-infection) (Axes 2 to 6); analysis of socioeconomic, demographic, environmental and health care ecological factors associated with the NTD-related mortality at municipal level in Brazil, using multivariate linear regression and local spatial regression models (Axis 7). During the study period, 12,491,280 deaths were recorded in Brazil. We identified 100,814 (0.81%) death certificates in which at least one cause of death related to NTDs was mentioned. Chagas disease was the most commonly mentioned NTD (72,827; 72.0%), followed by schistosomiasis (8,756, 8.7%) and leprosy (7,732; 7.6%). The average annual age-adjusted mortality rate was 5.67 deaths/100.000 inhabitants (95% confidence interval [95% CI]: 5.56-5.77). The highest mortality rates were observed in males, age group ≥70 years, black race/color and residents in the Central-West region. The mortality rates presented a significant decreasing trend at national level during the period (annual percentage change [APC]: -2.1%; 95% CI: -2.8; -1.3), with decreasing mortality in the Southeast, South and Central-West regions, increase in the North region and stability in the Northeast region. We identified high-risk clusters in all Brazilian regions, highlighting a major cluster covering a wide geographical area in central Brazil. The multivariate linear regression analysis indicated a global positive relationship between NTD-related mortality rates and urbanization, migration, Gini index, unemployment, inadequate sanitation, black population, Bolsa FamÃlia Program coverage and temperature, while there was a negative relationship with household income, density of physicians, extreme poverty, household density, humidity and precipitation. The results of the Geographically Weighted Regression (GWR) models indicated significant spatial variations in all associations between the explanatory variables and NTD-related mortality throughout the country; each ecological factor had a different effect on mortality in the different regions. NTDs remain important causes of preventable death and a public health problem in Brazil. The geographical overlap and areas of high-risk for NTD-related deaths identified call attention to implementation of integrated measures of control in areas with higher morbidity and mortality. 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