Epidemiologia e distribuiÃÃo espacial da mortalidade relacionada à doenÃa de Chagas no Brasil, 1999 a 2007

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Francisco RogerlÃndio Martins de Melo
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC
Texto Completo: http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=8037
Resumo: A doenÃa de Chagas continua sendo uma DoenÃa Tropical Negligenciada e um problema de saÃde pÃblica, com significativas implicaÃÃes socioeconÃmicas na maioria dos paÃses latinoamericanos, incluindo o Brasil. Objetivou-se caracterizar a magnitude e os padrÃes da mortalidade relacionada à doenÃa de Chagas no Brasil. Foi realizado estudo descritivo e analÃtico com dados de mortalidade obtidos do Sistema de InformaÃÃo sobre Mortalidade do MinistÃrio da SaÃde (SIM/DATASUS/MS), alÃm de anÃlise espacial utilizando os municÃpios como unidades de observaÃÃo. Foram analisados todos os Ãbitos ocorridos no Brasil entre 1999 e 2007, nos quais a doenÃa de Chagas foi mencionada como causa bÃsica ou associada de morte. Foram calculados os coeficientes de mortalidade especÃficos e a mortalidade proporcional para analisar as tendÃncias temporais por meio de regressÃo polinomial. Investigaram-se os fatores associados ao Ãbito pela doenÃa de Chagas, comparando-os com os Ãbitos gerais. Foram descritas as causas de morte que frequentemente se associaram com a doenÃa de Chagas. Para anÃlise de autocorrelaÃÃo espacial foram utilizados os mÃtodos: Moran global, Getis-Ord General G, Moran local e estatÃstica Gi*. Entre 1999 e 2007, ocorreram 53.930 Ãbitos relacionados à doenÃa de Chagas no Brasil (44.543 como causa bÃsica e 9.387 como causa associada), com coeficiente mÃdio de mortalidade de 3,78/100.000 habitantes e mortalidade proporcional de 0,6%. Durante o perÃodo de estudo, a mortalidade apresentou tendÃncia de declÃnio a nÃvel nacional (p=0,011), porÃm com padrÃes diferenciados entre as regiÃes. Observou-se reduÃÃo da mortalidade nas regiÃes Centro-Oeste (p=0,001), Sudeste (p=0,007) e Sul (p=0,028), mas a regiÃo Nordeste apresentou tendÃncia de crescimento (p=0,047) e a regiÃo Norte apresentou tendÃncia de estabilidade (p=0,309). Na anÃlise multivariada foram independentemente associados à mortalidade: idade >30 anos (OR ajustada=10,60; IC 95%: 9,90-11,33; p<0,001); residir nos estados de Minas Gerais, GoiÃs e Distrito Federal (OR ajustada=4,89; IC 95%: 4,81-4,98; p<0,001); nÃo morar em capital de estado (OR ajustada=1,04; IC 95%: 1,02-1,06; p<0,001) e sexo masculino (OR ajustada=1,02; IC 95%: 1,00-1,03; p=0,045). As principais causas associadas à doenÃa de Chagas como causa bÃsica foram as complicaÃÃes diretas do envolvimento cardÃaco, como os transtornos de conduÃÃo/arritmias (41,4%) e a insuficiÃncia cardÃaca (37,7%). As doenÃas cerebrovasculares (13,2%), isquÃmicas do coraÃÃo (13,2%) e hipertensivas (9,3%) foram as principais causas bÃsicas nos Ãbitos em que a doenÃa de Chagas foi causa associada. A anÃlise espacial identificou um extenso agregado espacial (cluster) de alto risco para mortalidade relacionada à doenÃa de Chagas envolvendo oito estados na regiÃo central do Brasil e mais quatro clusters menores. Apesar do declÃnio da mortalidade relacionada à doenÃa de Chagas no Brasil, esta continua sendo uma importante causa de morte em Ãreas endÃmicas e com marcantes diferenÃas regionais. Com o declÃnio da transmissÃo vetorial, as deficiÃncias no sistema pÃblico para a prevenÃÃo, controle e tratamento da doenÃa de Chagas, principalmente nas regiÃes Norte e Nordeste, precisam ser superadas. O desafio à garantir acesso adequado aos serviÃos de saÃde e assistÃncia social para o grande nÃmero de indivÃduos com doenÃa de Chagas na fase crÃnica que se acumularam durante as Ãltimas dÃcadas.
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Objetivou-se caracterizar a magnitude e os padrÃes da mortalidade relacionada à doenÃa de Chagas no Brasil. Foi realizado estudo descritivo e analÃtico com dados de mortalidade obtidos do Sistema de InformaÃÃo sobre Mortalidade do MinistÃrio da SaÃde (SIM/DATASUS/MS), alÃm de anÃlise espacial utilizando os municÃpios como unidades de observaÃÃo. Foram analisados todos os Ãbitos ocorridos no Brasil entre 1999 e 2007, nos quais a doenÃa de Chagas foi mencionada como causa bÃsica ou associada de morte. Foram calculados os coeficientes de mortalidade especÃficos e a mortalidade proporcional para analisar as tendÃncias temporais por meio de regressÃo polinomial. Investigaram-se os fatores associados ao Ãbito pela doenÃa de Chagas, comparando-os com os Ãbitos gerais. Foram descritas as causas de morte que frequentemente se associaram com a doenÃa de Chagas. Para anÃlise de autocorrelaÃÃo espacial foram utilizados os mÃtodos: Moran global, Getis-Ord General G, Moran local e estatÃstica Gi*. Entre 1999 e 2007, ocorreram 53.930 Ãbitos relacionados à doenÃa de Chagas no Brasil (44.543 como causa bÃsica e 9.387 como causa associada), com coeficiente mÃdio de mortalidade de 3,78/100.000 habitantes e mortalidade proporcional de 0,6%. Durante o perÃodo de estudo, a mortalidade apresentou tendÃncia de declÃnio a nÃvel nacional (p=0,011), porÃm com padrÃes diferenciados entre as regiÃes. Observou-se reduÃÃo da mortalidade nas regiÃes Centro-Oeste (p=0,001), Sudeste (p=0,007) e Sul (p=0,028), mas a regiÃo Nordeste apresentou tendÃncia de crescimento (p=0,047) e a regiÃo Norte apresentou tendÃncia de estabilidade (p=0,309). 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A anÃlise espacial identificou um extenso agregado espacial (cluster) de alto risco para mortalidade relacionada à doenÃa de Chagas envolvendo oito estados na regiÃo central do Brasil e mais quatro clusters menores. Apesar do declÃnio da mortalidade relacionada à doenÃa de Chagas no Brasil, esta continua sendo uma importante causa de morte em Ãreas endÃmicas e com marcantes diferenÃas regionais. Com o declÃnio da transmissÃo vetorial, as deficiÃncias no sistema pÃblico para a prevenÃÃo, controle e tratamento da doenÃa de Chagas, principalmente nas regiÃes Norte e Nordeste, precisam ser superadas. O desafio à garantir acesso adequado aos serviÃos de saÃde e assistÃncia social para o grande nÃmero de indivÃduos com doenÃa de Chagas na fase crÃnica que se acumularam durante as Ãltimas dÃcadas.Chagasâ disease is a Neglected Tropical Disease and a public health problem with significant socioeconomic implications in most Latin American countries, including Brazil. This study aimed to characterize the magnitude and patterns of mortality associated with Chagas disease in Brazil. A descriptive and analytical study was performed based on mortality data obtained from the Mortality Information System of the Ministry of Health (SIM/DATASUS/MS), and a spatial analysis with municipalities as the unit of observation. We studied all deaths occurring in Brazil from 1999 to 2007, where Chagasâ disease was mentioned as underlying or associated cause of death. We calculated mortality rates and proportional mortality and described time trends, using polynomial regression. Factors associated with death from Chagasâ disease were identified, as compared to deaths by other causes. We also described causes of death frequently associated with Chagas disease. For spatial analysis we used the following methods: Global Moran, Getis-Ord General G, local Moran and Gi* statistic. Between 1999 and 2007, 53,930 deaths occurred related to Chagas disease in Brazil (44,543 as underlying cause of death, and 9.387 as associated cause), with a mean mortality of 3.78/100,000/year, and a proportional mortality of 0.6%. Mortality showed a declining trend at national level (p=0.011), but with different patterns between regions. There was a reduction of mortality in the Central West (p=0.001), Southeast (p=0.007) and South (p=0.028), whereas the Northeast showed an increasing trend (p=0.047), and the North a tendency of stabilization (p=0.309). In multivariable analysis, factors independently associated with mortality were: age >30 years (adjusted OR = 10.60; 95% CI: 9.90-11.33, p <0.001); residence in the states of Minas Gerais, GoiÃs and Distrito Federal (adjusted OR = 4.89; 95% CI: 4.81-4.98, p <0.001); not living in a state capital (adjusted OR = 1.04; 95% CI: 1,02-1,06; p<0,001); and male sex (adjusted OR=1.02; 95% CI: 1,00-1,03; p=0,045). The main conditions associated with Chagas disease as underlying cause of death were cardiac complications, such as conduct disorders/arrhythmias (41.4%) and heart failure (37.7%). Cerebrovascular complications(13.2%), ischemic heart disease (13.2%) and hypertensive disorders (9.3%) were the main underlying causes of death in which Chagasâ disease was an associated cause. Spatial analysis identified a major cluster of high risk for mortality related to Chagasâ disease involving eight states in the central region of Brazil, and four smaller clusters of high risk in the surrounding area. Despite the decline in mortality associated with Chagasâ disease in Brazil, the disease remains an important cause of death in endemic areas and with marked regional differences. With decreasing importance of vector-borne transmission, the deficiencies of the public system in prevention, control and treatment of Chagas disease, mainly in North and Northeast regions, remain a challenge. Adequate access to health services and social assistance need to be guaranteed for the large number of individuals with chronic Chagasâ disease that have accumulated during the last decades. http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=8037application/pdfinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCinstname:Universidade Federal do Cearáinstacron:UFC2019-01-21T11:21:06Zmail@mail.com -
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