BioÃtica com o sentido de Ãtica da vida: uma experiÃncia educadora
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2011 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC |
Texto Completo: | http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=6721 |
Resumo: | Esta pesquisa à sobre um fato educativo, o saber bioÃtico, que tem como especificidade o movimento, a aÃÃo refletida e a prÃtica de educar em que o carÃter utÃpico à essencial. Aqui, utopia deve ser interpretada nÃo como um sonho desconectado da realidade, mas no sentido de radicado, enraizado no real da educaÃÃo. O objetivo geral da pesquisa à compreender o sentido do que justifica o saber bioÃtica hoje, sendo este saber referente ao campo da educaÃÃo e tomado em sua amplitude de condiÃÃo possÃvel de ensino. O percurso metodolÃgico caminhadiÃo foi uma incorporaÃÃo gradativa da espiral hermenÃutica que ressignificou os nossos questionamentos passo a passo. Realizamos um breve inventÃrio dos significados de bioÃtica, destacando os seguintes: ponte para o futuro, mediaÃÃo do conflito ciÃncia x moral e resistÃncia ao biopoder. Estes significados, embora faÃam interface, nÃo se movem a partir da educaÃÃo. EntÃo, buscamos construir um novo significado pertinente ao nosso campo. Entretanto, este objetivo nÃo poderia ser atingido adequadamente se nÃo fosse embasado em um estudo prÃvio das condiÃÃes de justificativa das relaÃÃes entre educaÃÃo e Ãtica. Tal investigaÃÃo foi um resgate genealÃgico do tema na GrÃcia clÃssica. Iniciamos rastreando a palavra aretà que, semente do significado de Ãtica, nos revelou o sentido de bÃos (vida qualificada) como forma de vida humana que a tradiÃÃo filosÃfica hegemÃnica aqui representada pela trÃade SÃcrates-PlatÃo-AristÃteles construiu em referÃncia ao significado originÃrio de zoà (vida em geral). O bÃos foi fruto de relaÃÃes co-originÃrias e co-pertencentes a partir de quatro dimensÃes: a Ãtica (ethos), a educaÃÃo (paideia), a polÃtica (politikÃ) e o pensamento/linguagem (lÃgos). Ele se vela ou se desvela, como ser, a partir do foco para onde se direciona o olhar e que se percebe como visÃo calidoscÃpica. Em cotejo com o pensamento grego clÃssico, trouxemos Nietzsche que justificou a condiÃÃo humana na prÃpria existÃncia da vida fÃtica e com isso abriu caminho para o pensamento contemporÃneo. Esse exercÃcio foi a base articuladora da pesquisa que desenvolveu o sentido de bioÃtica em educaÃÃo quando se fez presente um amplo diÃlogo com vÃrios interlocutores, dentre eles estudantes de graduaÃÃo em medicina. O prÃximo passo foi ousado. A construÃÃo de um significado de bioÃtica para o campo da educaÃÃo: Ãtica-da-vida. Com ele, nos situamos em oposicionalidade ao conceito de bÃos da tradiÃÃo filosÃfica. Isto se dà porque Ãticada- vida se manifesta como potÃncia de vida e nÃo como forma. Essa potÃncia cada um de nÃs, diferentemente, tem ao viver a prÃpria vida e sua perspectiva do modo dela. Ãtica-da-vida à um saber afirmativo de vida, potencialidade criadora, à um saber-tempo que se vive. A condiÃÃo de possibilidade do ensino de tal saber hoje nÃo pode ser uma lei universal, inequÃvoca para todos. Aqui està o requisito da justificativa que buscÃvamos: o sentido do ensino de bioÃtica no mundo contemporÃneo exige um modo de educar que se encontra na concepÃÃo de educaÃÃo como possibilidade de alimentar. O alimento concreto que cada um de nÃs pode adquirir à sabedoria de vida. Finalmente, se pÃe a tese que expusemos assim: a bioÃtica justifica-se como saber contemporÃneo a partir de duas condiÃÃes. A primeira, mediante a exigÃncia de um significado apropriado à educaÃÃo que chamamos Ãtica-da-vida; e a segunda, por intermÃdio da prÃtica deste saber que se dà na experiÃncia educadora que alimenta como uma sabedoria de vida. O exercÃcio acadÃmico solicita-nos, como pesquisadores, a atitude de posicionarmo-nos face à nossa âdescobertaâ. Este foi o nosso exercÃcio de ser crianÃa: dele eclodiu a invenÃÃo do devirSÃcrates, o portador da aionÃtica. |
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info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisBioÃtica com o sentido de Ãtica da vida: uma experiÃncia educadoraBioethics in the sense of ethics of life: an educator experience2011-09-30Ana Maria Iorio Dias22829733304http://lattes.cnpq.br/7968107654959280 Josà Clerton de Oliveira Martins14275066391http://lattes.cnpq.br/8918639286213239 Luiz Botelho Albuquerque00200220187Maria LÃcia Duarte Pereira17258200304http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.jsp?id=K4706696H8Raquel Maria Rigotto13046926634http://lattes.cnpq.br/6241875693402229Rui Verlaine Oliveira Moreira0497431033014137887349http://lattes.cnpq.br/1052824092632167Francisco Ursino da Silva NetoUniversidade Federal do CearÃPrograma de PÃs-GraduaÃÃo em EducaÃÃoUFCBRÃtica BioÃtica Ãtica da vida Filosofia da educaÃÃoEthics, Bioethics, Ethics of life, philosophy of educationEDUCACAOEsta pesquisa à sobre um fato educativo, o saber bioÃtico, que tem como especificidade o movimento, a aÃÃo refletida e a prÃtica de educar em que o carÃter utÃpico à essencial. Aqui, utopia deve ser interpretada nÃo como um sonho desconectado da realidade, mas no sentido de radicado, enraizado no real da educaÃÃo. O objetivo geral da pesquisa à compreender o sentido do que justifica o saber bioÃtica hoje, sendo este saber referente ao campo da educaÃÃo e tomado em sua amplitude de condiÃÃo possÃvel de ensino. O percurso metodolÃgico caminhadiÃo foi uma incorporaÃÃo gradativa da espiral hermenÃutica que ressignificou os nossos questionamentos passo a passo. Realizamos um breve inventÃrio dos significados de bioÃtica, destacando os seguintes: ponte para o futuro, mediaÃÃo do conflito ciÃncia x moral e resistÃncia ao biopoder. Estes significados, embora faÃam interface, nÃo se movem a partir da educaÃÃo. EntÃo, buscamos construir um novo significado pertinente ao nosso campo. Entretanto, este objetivo nÃo poderia ser atingido adequadamente se nÃo fosse embasado em um estudo prÃvio das condiÃÃes de justificativa das relaÃÃes entre educaÃÃo e Ãtica. Tal investigaÃÃo foi um resgate genealÃgico do tema na GrÃcia clÃssica. Iniciamos rastreando a palavra aretà que, semente do significado de Ãtica, nos revelou o sentido de bÃos (vida qualificada) como forma de vida humana que a tradiÃÃo filosÃfica hegemÃnica aqui representada pela trÃade SÃcrates-PlatÃo-AristÃteles construiu em referÃncia ao significado originÃrio de zoà (vida em geral). O bÃos foi fruto de relaÃÃes co-originÃrias e co-pertencentes a partir de quatro dimensÃes: a Ãtica (ethos), a educaÃÃo (paideia), a polÃtica (politikÃ) e o pensamento/linguagem (lÃgos). Ele se vela ou se desvela, como ser, a partir do foco para onde se direciona o olhar e que se percebe como visÃo calidoscÃpica. Em cotejo com o pensamento grego clÃssico, trouxemos Nietzsche que justificou a condiÃÃo humana na prÃpria existÃncia da vida fÃtica e com isso abriu caminho para o pensamento contemporÃneo. Esse exercÃcio foi a base articuladora da pesquisa que desenvolveu o sentido de bioÃtica em educaÃÃo quando se fez presente um amplo diÃlogo com vÃrios interlocutores, dentre eles estudantes de graduaÃÃo em medicina. O prÃximo passo foi ousado. A construÃÃo de um significado de bioÃtica para o campo da educaÃÃo: Ãtica-da-vida. Com ele, nos situamos em oposicionalidade ao conceito de bÃos da tradiÃÃo filosÃfica. Isto se dà porque Ãticada- vida se manifesta como potÃncia de vida e nÃo como forma. Essa potÃncia cada um de nÃs, diferentemente, tem ao viver a prÃpria vida e sua perspectiva do modo dela. Ãtica-da-vida à um saber afirmativo de vida, potencialidade criadora, à um saber-tempo que se vive. A condiÃÃo de possibilidade do ensino de tal saber hoje nÃo pode ser uma lei universal, inequÃvoca para todos. Aqui està o requisito da justificativa que buscÃvamos: o sentido do ensino de bioÃtica no mundo contemporÃneo exige um modo de educar que se encontra na concepÃÃo de educaÃÃo como possibilidade de alimentar. O alimento concreto que cada um de nÃs pode adquirir à sabedoria de vida. Finalmente, se pÃe a tese que expusemos assim: a bioÃtica justifica-se como saber contemporÃneo a partir de duas condiÃÃes. A primeira, mediante a exigÃncia de um significado apropriado à educaÃÃo que chamamos Ãtica-da-vida; e a segunda, por intermÃdio da prÃtica deste saber que se dà na experiÃncia educadora que alimenta como uma sabedoria de vida. O exercÃcio acadÃmico solicita-nos, como pesquisadores, a atitude de posicionarmo-nos face à nossa âdescobertaâ. Este foi o nosso exercÃcio de ser crianÃa: dele eclodiu a invenÃÃo do devirSÃcrates, o portador da aionÃtica.Digitar o abstractnÃo hÃhttp://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=6721application/pdfinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCinstname:Universidade Federal do Cearáinstacron:UFC2019-01-21T11:21:25Zmail@mail.com - |
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Esta pesquisa à sobre um fato educativo, o saber bioÃtico, que tem como especificidade o movimento, a aÃÃo refletida e a prÃtica de educar em que o carÃter utÃpico à essencial. Aqui, utopia deve ser interpretada nÃo como um sonho desconectado da realidade, mas no sentido de radicado, enraizado no real da educaÃÃo. O objetivo geral da pesquisa à compreender o sentido do que justifica o saber bioÃtica hoje, sendo este saber referente ao campo da educaÃÃo e tomado em sua amplitude de condiÃÃo possÃvel de ensino. O percurso metodolÃgico caminhadiÃo foi uma incorporaÃÃo gradativa da espiral hermenÃutica que ressignificou os nossos questionamentos passo a passo. Realizamos um breve inventÃrio dos significados de bioÃtica, destacando os seguintes: ponte para o futuro, mediaÃÃo do conflito ciÃncia x moral e resistÃncia ao biopoder. Estes significados, embora faÃam interface, nÃo se movem a partir da educaÃÃo. EntÃo, buscamos construir um novo significado pertinente ao nosso campo. Entretanto, este objetivo nÃo poderia ser atingido adequadamente se nÃo fosse embasado em um estudo prÃvio das condiÃÃes de justificativa das relaÃÃes entre educaÃÃo e Ãtica. Tal investigaÃÃo foi um resgate genealÃgico do tema na GrÃcia clÃssica. Iniciamos rastreando a palavra aretà que, semente do significado de Ãtica, nos revelou o sentido de bÃos (vida qualificada) como forma de vida humana que a tradiÃÃo filosÃfica hegemÃnica aqui representada pela trÃade SÃcrates-PlatÃo-AristÃteles construiu em referÃncia ao significado originÃrio de zoà (vida em geral). O bÃos foi fruto de relaÃÃes co-originÃrias e co-pertencentes a partir de quatro dimensÃes: a Ãtica (ethos), a educaÃÃo (paideia), a polÃtica (politikÃ) e o pensamento/linguagem (lÃgos). Ele se vela ou se desvela, como ser, a partir do foco para onde se direciona o olhar e que se percebe como visÃo calidoscÃpica. Em cotejo com o pensamento grego clÃssico, trouxemos Nietzsche que justificou a condiÃÃo humana na prÃpria existÃncia da vida fÃtica e com isso abriu caminho para o pensamento contemporÃneo. Esse exercÃcio foi a base articuladora da pesquisa que desenvolveu o sentido de bioÃtica em educaÃÃo quando se fez presente um amplo diÃlogo com vÃrios interlocutores, dentre eles estudantes de graduaÃÃo em medicina. O prÃximo passo foi ousado. A construÃÃo de um significado de bioÃtica para o campo da educaÃÃo: Ãtica-da-vida. Com ele, nos situamos em oposicionalidade ao conceito de bÃos da tradiÃÃo filosÃfica. Isto se dà porque Ãticada- vida se manifesta como potÃncia de vida e nÃo como forma. Essa potÃncia cada um de nÃs, diferentemente, tem ao viver a prÃpria vida e sua perspectiva do modo dela. Ãtica-da-vida à um saber afirmativo de vida, potencialidade criadora, à um saber-tempo que se vive. A condiÃÃo de possibilidade do ensino de tal saber hoje nÃo pode ser uma lei universal, inequÃvoca para todos. Aqui està o requisito da justificativa que buscÃvamos: o sentido do ensino de bioÃtica no mundo contemporÃneo exige um modo de educar que se encontra na concepÃÃo de educaÃÃo como possibilidade de alimentar. O alimento concreto que cada um de nÃs pode adquirir à sabedoria de vida. Finalmente, se pÃe a tese que expusemos assim: a bioÃtica justifica-se como saber contemporÃneo a partir de duas condiÃÃes. A primeira, mediante a exigÃncia de um significado apropriado à educaÃÃo que chamamos Ãtica-da-vida; e a segunda, por intermÃdio da prÃtica deste saber que se dà na experiÃncia educadora que alimenta como uma sabedoria de vida. O exercÃcio acadÃmico solicita-nos, como pesquisadores, a atitude de posicionarmo-nos face à nossa âdescobertaâ. Este foi o nosso exercÃcio de ser crianÃa: dele eclodiu a invenÃÃo do devirSÃcrates, o portador da aionÃtica. |
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