MemÃrias de quem tem muito a contar: os protagonistas e a histÃria da educaÃÃo do Tabuleiro do Norte-Ce.

• Autor(a) principal: Maria LenÃcia de Moura
• Data de Publicação: 2006
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC
• Texto Completo: http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=165
• topic: MemÃria; HistÃria; EducaÃÃo; Memory; History; Education; HISTORIA DA EDUCACAO

Partindo da compreensÃo de que a histÃria à feita por todos os agentes que estÃo envolvidos em sua dinÃmica à que me propus a narrar a histÃria da educaÃÃo do municÃpio de Tabuleiro do Norte, e para isso me baseei no olhar de seus protagonistas. Homens e mulheres que sofrendo as determinaÃÃes da terra Ãrida do nordeste e as limitaÃÃes das distÃncias se ocuparam em pensar a educaÃÃo e o desenvolvimento desta no municÃpio em questÃo. Como foco da pesquisa, busquei a histÃria oral centrada na narrativa. Para efeito da pesquisa empÃrica valorizei a memÃria dos atores sociais diretamente envolvidos com a construÃÃo da educaÃÃo do municÃpio, entre os anos de 1958 e 1970; os 12 primeiros anos de emancipaÃÃo polÃtica do municÃpio. A contribuiÃÃo dos atores sociais que estiveram diretamente envolvidos no processo de desenvolvimento da educaÃÃo do municÃpio possibilitou o conhecimento da histÃria de Tabuleiro vista sob o olhar dos personagens ligados ao fenÃmeno educativo. As narrativas dos atores sociais expuseram as concepÃÃes, a participaÃÃo e a consolidaÃÃo da educaÃÃo escolar no municÃpio. A concepÃÃo dos entrevistados à pautada na reverÃncia a alguns dos âbaluartesâ desta histÃria, os quais foram fundadores da Sociedade Educadora de Tabuleiro do Norte, responsÃveis pela abertura de salas de aula do colegial e ginÃsio. Dentro deste universo, as professoras entrevistadas â primeiras contratadas â nÃo se reconhecem como protagonistas desta histÃria, ao mesmo tempo que demonstram em seus relatos uma angÃstia pela falta de reconhecimento e respeito à profissÃo docente desempenhada durante anos. Com relaÃÃo à participaÃÃo, a populaÃÃo de Tabuleiro do Norte, de inÃcio, custeou sua educaÃÃo atravÃs de doaÃÃes. A organizaÃÃo da Sociedade Educadora foi a soluÃÃo encontrada pela comunidade para levar a escola a seus filhos, uma vez que o descaso governamental com o Nordeste foi e à sentido principalmente no interior do Estado. Constituindo-se como fomentadora da educaÃÃo, a Sociedade Educadora de Tabuleiro do Norte encampou junto a CNEC o colegial e o ginasial, inexistentes atà entÃo. A consolidaÃÃo da educaÃÃo tabuleirense se pautou no privado, tanto no que diz respeito à Sociedade Educadora, da CNEC, bem como no acesso restrito a escola pÃblica. Embora a educaÃÃo pÃblica fosse uma realidade, o acesso a esta nÃo era fÃcil uma vez que a distÃncia, o material, o fardamento, os livros, a contribuiÃÃo/doaÃÃo â no que se refere ao ginÃsio â tornavam-se barreiras que muitos nÃo conseguiam transpor. Contudo, a educaÃÃo de Tabuleiro do Norte foi fruto de sua gente, de seu povo, homens e mulheres que trabalhavam na terra de sol a sol e que para alÃm dos determinantes da Ãpoca eram movidos pelo busca do conhecimento.