Formas de tratamento no portuguÃs brasileiro do sÃculo XX: conservaÃÃo e variaÃÃo em cartas pessoais do Norte e Nordeste
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC |
Texto Completo: | http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=20765 |
Resumo: | Diferentemente do que ocorre com a maioria das lÃnguas indo-europeias, o portuguÃs apresenta um vasto repertÃrio de formas de tratar o interlocutor, que vai da mais Ãntima (tu) à mais reverencial (Vossa ExcelÃncia). O presente estudo investiga o uso das formas de tratamento em uma comunidade de prÃtica, a Assembleia de Deus, com base em 139 cartas escritas de 1940 a 1986 ao pastor Josà Alencar de Macedo, que difundiu a igreja pelo interior do Cearà e regiÃo fronteiriÃa com o Rio Grande do Norte e a ParaÃba. Partindo do pressuposto de que as formas de tratamento codificam as relaÃÃes entre os interlocutores, mas tambÃm estÃo sujeitas a variaÃÃes motivadas por fatores estruturais do sistema linguÃstico, foi realizada uma anÃlise em duas etapas: a primeira, nos moldes da SociolinguÃstica HistÃrica, fundamenta-se em Brown e Gilman (1960) e objetiva aplicar a DistinÃÃo T/V (conhecida tambÃm por Teoria do Poder e da Solidariedade) à amostra, identificando as formas T (de solidariedade/intimidade) e as formas V (de poder/formalidade) usadas no tratamento do pastor destinatÃrio; a segunda, nos moldes da SociolinguÃstica Variacionista, fundamenta-se em Weinreich, Labov e Herzog (1968) e objetiva investigar quais os condicionamentos linguÃsticos relevantes na escolha dos clÃticos e dos possessivos com referÃncia ao interlocutor. A primeira anÃlise constatou um sistema de tratamento em relativo equilÃbrio nas cartas dos membros da famÃlia do pastor, mas em conflito nas cartas extrafamiliares. Nas relaÃÃes familiares simÃtricas, o tratamento se faz com formas T, uma vez que predomina a P2 canÃnica de forma quase categÃrica (cartas de irmÃs) e a P2 canÃnica em variaÃÃo com vocà e formas da P3 (cartas de cunhados); nas relaÃÃes familiares assimÃtricas, o tratamento se faz com formas V, sendo o senhor com pronomes de P3 as formas dominantes; jà nas relaÃÃes extrafamiliares, tanto simÃtricas quanto assimÃtricas, verifica-se um vasto repertÃrio que vai do tu de intimidade ao vÃs de formalidade, sendo, porÃm, o irmÃo a forma mais recorrente de tratamento. A segunda anÃlise, que utilizou o programa GoldVarb X, revelou que o uso alternante de clÃticos e possessivos se orienta principalmente pelo princÃpio do paralelismo formal, predominando lhe (134/273 ou 49,1%) entre os clÃticos e seu (226/389 ou 58%) entre os possessivos, o que sinaliza que, nas cartas da amostra, essas formas superaram as concorrentes da P2 canÃnica (te e teu, respectivamente). |
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info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisFormas de tratamento no portuguÃs brasileiro do sÃculo XX: conservaÃÃo e variaÃÃo em cartas pessoais do Norte e Nordeste2019-01-00Hebe Macedo de Carvalho56878486491http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.jsp?id=K4790052J178912375359Francisco Jardes Nobre de AraÃjo Universidade Federal do CearÃPrograma de PÃs-GraduaÃÃo em LingÃÃsticaUFCBRFormas de tratamento Pronomes pessoais Cartas pessoais Comunidade de prÃtica SociolinguÃstica Comunidades de prÃtica LÃngua portuguesa â pronomes pessoais Linguagem e cultura Macedo, Josà Alencar de Pastor, 1900-1991. Cartas pessoais (1940-1986) â anÃlise sociolinguÃstica Macedo, Josà Alencar de Pastor, 1900-1991. Cartas pessoais (1940-1986) â anÃlise do discurso SociolinguÃstica VariaÃÃo linguÃsticaLINGUISTICADiferentemente do que ocorre com a maioria das lÃnguas indo-europeias, o portuguÃs apresenta um vasto repertÃrio de formas de tratar o interlocutor, que vai da mais Ãntima (tu) à mais reverencial (Vossa ExcelÃncia). O presente estudo investiga o uso das formas de tratamento em uma comunidade de prÃtica, a Assembleia de Deus, com base em 139 cartas escritas de 1940 a 1986 ao pastor Josà Alencar de Macedo, que difundiu a igreja pelo interior do Cearà e regiÃo fronteiriÃa com o Rio Grande do Norte e a ParaÃba. Partindo do pressuposto de que as formas de tratamento codificam as relaÃÃes entre os interlocutores, mas tambÃm estÃo sujeitas a variaÃÃes motivadas por fatores estruturais do sistema linguÃstico, foi realizada uma anÃlise em duas etapas: a primeira, nos moldes da SociolinguÃstica HistÃrica, fundamenta-se em Brown e Gilman (1960) e objetiva aplicar a DistinÃÃo T/V (conhecida tambÃm por Teoria do Poder e da Solidariedade) à amostra, identificando as formas T (de solidariedade/intimidade) e as formas V (de poder/formalidade) usadas no tratamento do pastor destinatÃrio; a segunda, nos moldes da SociolinguÃstica Variacionista, fundamenta-se em Weinreich, Labov e Herzog (1968) e objetiva investigar quais os condicionamentos linguÃsticos relevantes na escolha dos clÃticos e dos possessivos com referÃncia ao interlocutor. A primeira anÃlise constatou um sistema de tratamento em relativo equilÃbrio nas cartas dos membros da famÃlia do pastor, mas em conflito nas cartas extrafamiliares. Nas relaÃÃes familiares simÃtricas, o tratamento se faz com formas T, uma vez que predomina a P2 canÃnica de forma quase categÃrica (cartas de irmÃs) e a P2 canÃnica em variaÃÃo com vocà e formas da P3 (cartas de cunhados); nas relaÃÃes familiares assimÃtricas, o tratamento se faz com formas V, sendo o senhor com pronomes de P3 as formas dominantes; jà nas relaÃÃes extrafamiliares, tanto simÃtricas quanto assimÃtricas, verifica-se um vasto repertÃrio que vai do tu de intimidade ao vÃs de formalidade, sendo, porÃm, o irmÃo a forma mais recorrente de tratamento. 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Based on the assumption that the forms of treatment codify relations between the interlocutors, but are also subject to variations motivated by structural factors of the linguistic system, a two-step analysis was carried out: the first, according to Historical Sociolinguistics, is based in Brown and Gilman (1960) and aims to apply the T/V Distinction (also known as Theory of Power and Solidarity) to the sample, identifying the forms T (of solidarity / intimacy) and the forms V (of power / formality) used in the treatment of the recipient pastor; the second, according to Variationist Sociolinguistics, is based on Weinreich, Labov and Herzog (1968) and aims to investigate the relevant linguistic constraints in the choice of clitics and possessives with reference to the interlocutor. The first analysis found a system of treatment in relative balance in the letters of the family members of the pastor, but in conflict in the extrafamilial letters. In symmetrical family relationships, the treatment is done with T forms, since the canonical P2 predominates almost categorically (letters of sisters), or the canonical P2 in variation with vocà and P3 forms (letters of brothers-in-law); in the asymmetrical family relations, the treatment is made with V forms, being o senhor with P3 pronouns the dominant forms; in the extra-familial relations, both symmetrical and asymmetrical, there is a vast repertoire that goes from the intima of tu to vÃs of formality, but o irmÃo is the most recurrent form of treatment. The second analysis, which used the GoldVarb X program, revealed that the alternating use of clitics and possessives is mainly guided by the principle of formal parallelism, predominating lhe (134/273 or 49.1%) between the clitics and seu (226/389 or 58%) among the possessives, which indicates that, in such sample of letters, these forms outperformed the canonical P2 competitors (te and teu, respectively)nÃo hÃhttp://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=20765application/pdfinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCinstname:Universidade Federal do Cearáinstacron:UFC2019-04-27T10:14:48Zmail@mail.com - |
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