Implicacoes dos sentidos atribuidos pelos psicologos ao uso de alcool e outras drogas no tratamento de usuarios em CAPS ad e Comunidades Terapeuticas

• Autor(a) principal: Ronaldo Rodrigues Pires
• Data de Publicação: 2013
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC
• Texto Completo: http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=10258
• topic: Psicologia; AtuaÃÃo profissional; DependÃncia de drogas; Comunidade TerapÃutica; Centros de AtenÃÃo Psicossocial; Psychology; Professional Practice; Drug addiction; Therapeutic Community; Psychosocial Care Centers; PSICOLOGIA

A atenÃÃo aos problemas decorrentes do uso e dependÃncia de drogas tem sido um desafio atual para a saÃde pÃblica brasileira. Uma das barreiras para a assistÃncia competente e humanizada destes usuÃrios no Sistema Ãnico de SaÃde â SUS tem sido evidenciada atravÃs de estudos que apontam os usuÃrios de Ãlcool e outras drogas, como sendo alvo de estigmatizaÃÃo e posturas preconceituosas no interior dos serviÃos. O despreparo com relaÃÃo a formaÃÃo para este tipo de atenÃÃo à outra barreira a ser superada. Buscou-se problematizar o papel do psicÃlogo, enquanto trabalhador imbricado nestas instituiÃÃes, visto que este profissional tem estado em nÃmero cada vez maior entre os componentes das equipes multiprofissionais de estabelecimentos de saÃde. A relevÃncia desta pesquisa consiste em contribuir com uma reflexÃo sobre a inserÃÃo do psicÃlogo nas polÃticas pÃblicas de assistÃncia à saÃde aos usuÃrios de Ãlcool e outras drogas buscando trazer elementos que contribuam para o aprimoramento da profissÃo. O objetivo desta pesquisa consistiu em compreender a relaÃÃo existente entre os sentidos atribuÃdos por psicÃlogos ao uso de Ãlcool e outras drogas e suas implicaÃÃes no tratamento de usuÃrios dos Centros de AtenÃÃo Psicossocial â CAPS ad e nas Comunidades TerapÃuticas. Realizou-se entÃo uma pesquisa de natureza qualitativa utilizando de entrevistas com trÃs psicÃlogos destas instituiÃÃes. As entrevistas foram analisadas com base na tÃcnica de AnÃlise de ConteÃdo e tiveram o auxÃlio do software Atlas â Ti 5.2 na elaboraÃÃo dos resultados. Com base nas entrevistas dos psicÃlogos, percebeu-se que as substÃncias sÃo vistas por eles como tendo propriedades essencialmente negativas que teriam a capacidade de submeter os sujeitos a um estado de enfermidade e dependÃncia. AlÃm disso, os sentidos atribuÃdos ao uso de drogas como algo negativo implicam em divergÃncias ideolÃgicas quanto à questÃo da ReduÃÃo de Danos, enquanto polÃtica de cuidado, visto esta ser compreendida pelos psicÃlogos como uma estratÃgia de reduÃÃo do uso de substÃncias. A maior implicaÃÃo destes sentidos se dà no campo das prÃticas onde se percebe que a maior parte das atividades tem como objetivo oferecer estratÃgias para a reduÃÃo do uso de substÃncias, nÃo sendo incluÃdas intervenÃÃes nos complexos contextos que envolvem o processo da dependÃncia de drogas. Percebeu-se que mesmo reconhecendo a estigmatizaÃÃo do usuÃrio, as intervenÃÃes para a reduÃÃo deste estigma carecem de serem mais efetivadas. A maioria das prÃticas realizadas pelos psicÃlogos sÃo atendimentos individuais e grupais que indicam o viÃs predominantemente clÃnico de sua formaÃÃo. à preciso que o objetivo destas prÃticas tornem-se cada vez mais amplos a fim de intervirem nos complexos contextos que envolvem a saÃde dos dependentes de drogas.