Cartografia das mobilizações das Jornadas de Junho de 2013: As tecnologias das redes digitais sociais no engajamento das subjetividades.
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNIFEI (RIUNIFEI) |
Texto Completo: | https://repositorio.unifei.edu.br/jspui/handle/123456789/1923 |
Resumo: | As redes digitais de comunicação, expressas em tecnologias transmidiáticas e redes sociais digitais como, por exemplo, Facebook e Twitter, (RECUERO, 2017; RÜDIGER, 2011) enquanto extensão dos corpos (BUTLER, 2018), permitiram a emergência de modos distintos de produção das subjetividades assim como a possibilidade de novos modos de articulação dos indivíduos para manifestar e protestar por suas demandas e necessidades. Nesse contexto, essa pesquisa percorreu os movimentos das Jornadas de Junho de 2013 no Brasil com o objetivo de cartografar os movimentos de territorializações e desterritorializações das produções de subjetividades durante essas mobilizações, simultaneamente nas redes digitais online, assim como nas redes offline. Os movimentos desse percurso foram analisados a partir de uma cartografia na perspectiva da psicologia social (DELEUZE E GUATTARI, 1995; GUATTARI, 1990; GUATTARI & ROLNIK, 1996; LAZZARATO, 2014; ROLNIK, 2006). Assim como diversas mobilizações ao redor do globo - Primavera Árabe, o movimento Occupy (BOITEMPO EDITORIAL e CARTA MAIOR, 2013; CASTELLS, 2013), o Brasil produziu as Jornadas de Junho em um encadeamento de processos com alta penetração das tecnologias de comunicação digitais. As Jornadas de Junho foram sistematizadas aqui em três fases ( SINGER, 2013): 1) na primeira (dias 6, 10, 11 e 13 de junho), os protestos organizados pelo “Movimento Passe Livre (MPL)” sob a pauta da redução das tarifas do transporte público apresentaram singularidades em suas produções de subjetividade, principalmente pela expressão de agenciamentos horizontais e sem lideranças, apesar de pouco engajamento; 2) a segunda fase (dias 17, 18, 19 e 20 de junho) emergiu a partir da ruptura na produção de subjetividades gerada a partir da violência e repressão policial no dia 13 de junho, engajando um movimento abrangente, extremamente descentralizado e rizomático por todo o país (múltiplas demandas, grupos de manifestantes e subjetividades plurais) organizado em uma cadeia de equivalência populista da perspectiva de Laclau (2013), somando uma grande multiplicidade de demandas heterogêneas que se articularam em uma mesma unidade sem se sobreporem; 3) e na terceira fase (do dia 21 ao final de junho), essa cadeia de equivalência se fragmentou, produzindo diversos protestos isolados e sem articulações uns com os outros, perdendo, assim, expressividade e força e, ao mesmo tempo, iniciando uma série de capturas expressas em identidades rígidas e adesão a pautas preestabelecidas. Assim, os movimentos dessas paisagens se expressaram se (re) configurando fase a fase, através de processos de contágio e sugestão (TARDE, 2005; FREUD, 1987), principalmente, pelas redes digitais e que simultaneamente eram, por vezes, elaborados a partir dos desejos e, outros momentos, capturados em um determinado sentido. |
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Nesse contexto, essa pesquisa percorreu os movimentos das Jornadas de Junho de 2013 no Brasil com o objetivo de cartografar os movimentos de territorializações e desterritorializações das produções de subjetividades durante essas mobilizações, simultaneamente nas redes digitais online, assim como nas redes offline. Os movimentos desse percurso foram analisados a partir de uma cartografia na perspectiva da psicologia social (DELEUZE E GUATTARI, 1995; GUATTARI, 1990; GUATTARI & ROLNIK, 1996; LAZZARATO, 2014; ROLNIK, 2006). Assim como diversas mobilizações ao redor do globo - Primavera Árabe, o movimento Occupy (BOITEMPO EDITORIAL e CARTA MAIOR, 2013; CASTELLS, 2013), o Brasil produziu as Jornadas de Junho em um encadeamento de processos com alta penetração das tecnologias de comunicação digitais. As Jornadas de Junho foram sistematizadas aqui em três fases ( SINGER, 2013): 1) na primeira (dias 6, 10, 11 e 13 de junho), os protestos organizados pelo “Movimento Passe Livre (MPL)” sob a pauta da redução das tarifas do transporte público apresentaram singularidades em suas produções de subjetividade, principalmente pela expressão de agenciamentos horizontais e sem lideranças, apesar de pouco engajamento; 2) a segunda fase (dias 17, 18, 19 e 20 de junho) emergiu a partir da ruptura na produção de subjetividades gerada a partir da violência e repressão policial no dia 13 de junho, engajando um movimento abrangente, extremamente descentralizado e rizomático por todo o país (múltiplas demandas, grupos de manifestantes e subjetividades plurais) organizado em uma cadeia de equivalência populista da perspectiva de Laclau (2013), somando uma grande multiplicidade de demandas heterogêneas que se articularam em uma mesma unidade sem se sobreporem; 3) e na terceira fase (do dia 21 ao final de junho), essa cadeia de equivalência se fragmentou, produzindo diversos protestos isolados e sem articulações uns com os outros, perdendo, assim, expressividade e força e, ao mesmo tempo, iniciando uma série de capturas expressas em identidades rígidas e adesão a pautas preestabelecidas. 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