Caminhos e desafios da transição agroecológica: a experiência da APROFAM

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Nascimento, Joel Mateus Junior do
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Digital da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (RDU)
dARK ID: ark:/74562/0013000001pnm
Texto Completo: https://repositorio.ufersa.edu.br/handle/prefix/9959
Resumo: O advento da Revolução Verde, caracterizada pelo processo de artificialização da agricultura, gerou expressivos ganhos de produtividade de algumas culturas agrícolas. Contudo, esse processo desencadeou um enorme desequilíbrio nos ecossistemas naturais e, no Brasil, encaminhou a agricultura familiar a um cenário de dependência dos interesses do complexo industrial capitalista, suprimindo sua autonomia. Em resposta a esse processo, surgiram movimentos propondo modelos de agricultura que consideravam os indivíduos que a praticavam. A partir dessa lógica, de pensar uma nova agricultura, muitos estudiosos, a exemplo de Gliessman (2000) e Altieri (2004, 2012), sistematizaram o que se define hoje como Agroecologia. Como ciência, a Agroecologia orienta o processo de transição de agroecossistemas convencionais para sistemas sustentáveis. Motivado a fomentar a discussão sobre a transição agroecológica no contexto da agricultura familiar camponesa, o presente trabalho pretendeu estudar esse tema a partir da experiência de agricultores associados à Associação de Produtores e Produtoras da Feira Agroecológica de Mossoró (Aprofam), para isso, buscou desenvolver um diagnóstico desse processo de transição nas unidades produtivas dos agricultores da associação. Com isso, este trabalho também objetivou identificar os avanços dessa experiência, bem como seus limites e possíveis soluções. Com esses objetivos, recorreu-se a dois processos metodológicos centrais: entrevistas semiestruturadas através da aplicação de questionário e uma coleta de dados contínua por meio das conversas informais. Resultaram desta pesquisa três importantes constatações sobre a transição agroecológica na Aprofam: as feiras se constituem como elemento fundamental na construção e manutenção da associação; os referidos agricultores não fazem uso de nenhum insumo químico (agrotóxicos e fertilizantes) nos processos de produção vegetal, sendo os compostos químicos substituídos por similares naturais (orgânicos ou minerais); e o processo de biodiverfisicação dos agroecossistemas ainda apresenta uma lenta evolução, restrita a apenas algumas experiências.
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A partir dessa lógica, de pensar uma nova agricultura, muitos estudiosos, a exemplo de Gliessman (2000) e Altieri (2004, 2012), sistematizaram o que se define hoje como Agroecologia. Como ciência, a Agroecologia orienta o processo de transição de agroecossistemas convencionais para sistemas sustentáveis. Motivado a fomentar a discussão sobre a transição agroecológica no contexto da agricultura familiar camponesa, o presente trabalho pretendeu estudar esse tema a partir da experiência de agricultores associados à Associação de Produtores e Produtoras da Feira Agroecológica de Mossoró (Aprofam), para isso, buscou desenvolver um diagnóstico desse processo de transição nas unidades produtivas dos agricultores da associação. Com isso, este trabalho também objetivou identificar os avanços dessa experiência, bem como seus limites e possíveis soluções. Com esses objetivos, recorreu-se a dois processos metodológicos centrais: entrevistas semiestruturadas através da aplicação de questionário e uma coleta de dados contínua por meio das conversas informais. Resultaram desta pesquisa três importantes constatações sobre a transição agroecológica na Aprofam: as feiras se constituem como elemento fundamental na construção e manutenção da associação; os referidos agricultores não fazem uso de nenhum insumo químico (agrotóxicos e fertilizantes) nos processos de produção vegetal, sendo os compostos químicos substituídos por similares naturais (orgânicos ou minerais); e o processo de biodiverfisicação dos agroecossistemas ainda apresenta uma lenta evolução, restrita a apenas algumas experiências.The advent of the Green Revolution, characterized by the process of artificialization of agriculture, generated significant productivity gains in some agricultural crops. However, this process triggered a huge imbalance in natural ecosystems and, in Brazil, led family farming to a scenario of dependence on the interests of the capitalist industrial complex, suppressing its autonomy. In response to this process, movements emerged proposing models of agriculture that considered the individuals who practiced it. Based on this logic, of thinking about a new agriculture, many scholars, such as Gliessman (2000) and Altieri (2004, 2012), systematized what is today defined as Agroecology. As a science, Agroecology guides the transition process from conventional agroecosystems to sustainable systems. Motivated to encourage discussion about the agroecological transition in the context of peasant family farming, the present work intended to study this topic based on the experience of farmers associated with Aprofam, for this purpose, it sought to develop a diagnosis of this transition process in the productive units of farmers in the Association. Therefore, this work also aimed to identify the advances of this experience, as well as its limits and possible solutions. With these objectives, two central methodological processes were used: semi-structured interviews using a questionnaire and continuous data collection through informal conversations. Three important findings about the agroecological transition at Aprofam resulted from this research: fairs constitute a fundamental element in the construction and maintenance of the association; the aforementioned farmers do not use any chemical inputs (pesticides and fertilizers) in the plant production processes, with the chemical compounds being replaced by similar natural ones (organic or mineral); and the process of biodiversification of agroecosystems still presents a slow evolution, restricted to just a few experiments.43 f.Centro de Ciências Agrárias - CCABrasilUFERSAUniversidade Federal Rural do Semi-ÁridoAraújo, Joaquim Pinheiro deAraújo, Joaquim Pinheiro deSantos, Christiane Fernandes dosOliveira, Cesar José deNascimento, Joel Mateus Junior do2023-12-21T20:39:36Z2023-12-21T20:39:36Z2023-10-05info:eu-repo/semantics/bachelorThesisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionpdfapplication/pdfNASCIMENTO, Joel Mateus Junior do. Caminhos e desafios da transição agroecológica: a experiência da APROFAM. 2023. 43 f. TCC (Graduação) - Curso de Agronomia, Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal Rural do Semi-Árido, Mossoró, 2023. Disponível em: https://repositorio.ufersa.edu.br/home. Acesso em: 21 dez. 2023.https://repositorio.ufersa.edu.br/handle/prefix/9959ark:/74562/0013000001pnmMossoróinfo:eu-repo/semantics/openAccessUFERSAhttp://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0/br/porreponame:Repositório Digital da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (RDU)instname:Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA)instacron:UFERSA2023-12-23T03:00:32Zoai:repositorio.ufersa.edu.br:prefix/9959Repositório Institucionalhttps://repositorio.ufersa.edu.br/PUBhttps://repositorio.ufersa.edu.br/server/oai/requestrepositorio@ufersa.edu.br || admrepositorio@ufersa.edu.bropendoar:2023-12-23T03:00:32Repositório Digital da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (RDU) - Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA)false
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