Abelhas-das-orquídeas (apidae, euglossini) em áreas de caatinga no município de Mossoró/RN

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Souza, Eduardo Alves de
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Digital da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (RDU)
Texto Completo: https://repositorio.ufersa.edu.br/handle/prefix/9136
Resumo: As abelhas Euglossini são amplamente distribuídas nos neotrópicos, mas pouco conhecidas nas áreas de florestas secas no semiárido brasileiro. Os machos de abelhas-das-orquídeas possuem relações com diversos grupos de plantas que visitam, de onde retiram compostos aromáticos para serem utilizados nas atividades de acasalamento. À vista disso, o presente trabalho teve como objetivo identificar a fauna de abelhas-das-orquídeas que ocorrem em fragmentos de Caatinga no município de Mossoró/RN, bem como descrever aspectos da biologia de nidificação de Eufriesea nordestina (Moure, 1999), a única espécie da tribo endêmica da Caatinga. Os machos foram amostrados mensalmente entre junho/2018 a maio/2020 em área seminatural na estação experimental da UFERSA e no Espaço ASA, área de restauração ambiental de Caatinga na zona urbana de Mossoró/RN. As coletas aconteceram a cada duas horas de 7h às 11h. Utilizou-se trinta armadilhas confeccionadas de garrafas plásticas instaladas a 1,5 m do solo, espaçadas em 10 m. Eucaliptol, eugenol e vanilina foram as fragrâncias utilizadas. Os machos capturados foram aprisionados, sacrificados e conduzidos para serem identificados e depositados na Coleção ASA do Espaço ASA, na UFERSA. Para coleta dos ninhos de E. nordestina, foram utilizados conjuntos de ninhos-armadilhas, instalados em janeiro dos anos 2020 e 2021 e vistoriados quinzenalmente até sua ocupação pelas abelhas, entre maio e julho dos dois anos. Após ocupados pelas abelhas, os conjuntos de ninhos foram identificados e conduzidos até o laboratório para aguardar a emergência dos adultos. Foram amostrados 596 machos de Euglossini nas duas áreas, distribuídos em três gêneros e quatros espécies. Na trilha natural, registrou-se a ocorrência de 327 indivíduos e 4 espécies. No Espaço ASA foram amostrados 269 machos de 3 espécies. E. nordestina foi a espécie mais abundante (177) na trilha natural com ocorrência restrita ao período chuvoso, enquanto que Euglossa (Euglossa) cordata (Linnaeus, 1758) apresentou maior número de indivíduos (257) no Espaço ASA, apresentando maior abundância no período seco. A abelha E. nordestina apresentou período de desenvolvimento médio de 9,5 meses para indivíduos nascidos em 2021 e de 8,5 meses em 2022. A espécie é de ciclo univoltino, pois apresenta diapausa pré-pupal longa. Foram 26 ninhos ocupados em 2020, totalizando 80 indivíduos emergidos em 2021. No segundo ano, apenas 9 ninhos foram ocupados e 19 indivíduos nascidos. As emergências compreenderam os meses da estação chuvosa na região do semiárido potiguar. O tipo de ninho-armadilha preferido foi o bambu. A razão sexual diferiu significativamente de 1:1 (p ≤ 0,05) em dois fragmentos de Caatinga, com mais machos do que fêmeas emergindo em 2021. Em 2022, a razão sexual diferiu significativamente de 1:1 (p ≤ 0,05) na área urbana, com mais nascimentos de fêmeas. A descrição de aspectos do ninho de Eufriesea nordestina foi uma contribuição inédita para a biologia dessa abelha. Os resultados deste levantamento apresentaram baixa riqueza de espécies, mas com altos valores de abundância para os machos de abelhas-das-orquídeas nos dois anos de coleta. Ressalta-se, ainda, o primeiro registro para Euglossa (Euglossa) fimbriata Moure, 1968 na Caatinga.
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