A constituição de identidades de mulheres negras: práticas discursivas e educação antirracista

• Autor(a) principal: Nonato, Ana Kelly dos Reis
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Digital da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (RDU)
• Texto Completo: https://repositorio.ufersa.edu.br/handle/prefix/7598
• topic: CIENCIAS HUMANAS::EDUCACAO::TOPICOS ESPECIFICOS DE EDUCACAO::EDUCACAO RURAL; Educação; Mulher; Negra; Racismo na educação

Este trabalho aborda reflexões acerca das práticas discursivas de mulheres negras na educação, com base na Análise do Discurso a partir de Michel Foucault (1996), e da construção da experiência no Coletivo NEGRAS - Núcleo de Estudos de Gênero, Relações Étnico-Raciais, Aprendizagens e Saberes, buscando compreender a constituição de identidades de mulheres negras em práticas discursivas na escola, comunidade e universidade a partir de vivências, em seus modos de resistência, saberes e fazeres para uma educação antirracista. Partimos das condições sociais de produção na formação discursiva acadêmica, objetivando analisar os discursos de mulheres negras nos princípios e procedimentos em Orlandi (2005), compreendendo-os como elementos de significações, lugar de saberes, liberdade, lutas e resistência de mulheres negras em Angela Davis (2016), bem como de espaços coletivos no entendimento das diversidades, no debate a respeito de suas vivências para o enfrentamento as formas de opressões sociais, em autoras como Sueli Carneiro (2002), Kimberlé Crenshaw (2002), Djamila Ribeiro (2004), em efeitos de sentido da prática de emancipação e combate ao racismo, além da promoção de uma educação antirracista. Dentro de uma abordagem qualitativa e interpretativista na análise discursiva, a pesquisa conta com oito colaboradoras participantes, das quais analisamos os discursos de cinco, cujos os dados foram gerados por meio de questionário semiestruturado a partir de Goldenberg (1997), com foco em três trajetos temáticos: perfil sócio-cultural e territorial; tornar-se mulher negra e a promoção da educação antirracista; e, relatos de violência racista às mulheres negras e enfrentamento ao racismo. Os resultados mostram que, além da busca formativa e profissional nos espaços de aprendizagens sociais, as mulheres negras sentem a necessidade da autoafirmação de suas identidades, pautando a cultura, ancestralidade, movimento social e o espaço educacional como fundamentais na formação e no pertencimento étnico-racial enquanto mulheres negras. Nesse processo, o Coletivo Negras compreende uma rede de apoio e acolhimento importante para suas partilhas e enfrentamento às desigualdades raciais e sociais, sobretudo, na promoção de uma educação antirracista