Anacleta Pires da Silva: corpo, vida e lutas no e pelo Território Quilombola Santa Rosa dos Pretos (Itapecuru-Mirim/MA)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Anacleta Pires da
Data de Publicação: 2022
Outros Autores: Santos, Dayanne da Silva, López, Julio Itzayán Anaya
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Simbiótica
Texto Completo: https://periodicos.ufes.br/simbiotica/article/view/39251
Resumo: “Ser mulher negra na luta é coragem em primeiro lugar, doação de vida pela vida, porque quem doa vida mantém vida”. Nascida da força da encantaria, da luta por territórios livres e em território atravessado pelas logísticas dos projetos desenvolvimentistas, território quilombola Santa Rosa dos Pretos, no município de Itapecuru-Mirim, estado do Maranhão, Brasil. Dona Anacleta narra formas cotidianas de resistir e de existir, e nos mostra como mulheres negras estão desde a margem fazendo o uso político do corpo para existir diante do paradigma da exclusão racial no Brasil e ao mesmo tempo atuarem na linha de frente em defesa da vida. Vozes de pretas, afro pindorâmicas fazem nascer diariamente um novo dia, a esperança. Essas vozes narram territórios dinâmicos e guiados por ontologias outras, que emanam das relações com os encantados do Tambor de Mina. Compartilhamos aqui uma entrevista insurgente realizada no dia 20 de janeiro de 2021 em plena pandemia mundial provocada pela Covid-19. A história de vida costura o lugar da mulher negra na luta quilombola e é contada pela própria Dona Anacleta, conversa que foi realizada pelo aplicativo WhatsApp e transcrita na íntegra. “Pra mudar a sociedade do jeito que a gente quer? É lutar sem medo, sem medo de ser mulher!” Palavras-chave: História de vida; Subjetividade; Corpo; Território.   Abstract “Being a black woman in the struggle is courage in the first place, giving life for life, because whoever gives life keeps life”. Born from the force of enchantment, from the struggle for free territories and in a territory crossed by the logistics of developmental projects, Santa Rosa dos Pretos quilombola territory, in the municipality of Itapecuru-Mirim, state of Maranhão, Brazil. Dona Anacleta narrates everyday ways of resisting and existing, and shows us how black women are from the margins making political use of their bodies to exist in the face of the paradigm of racial exclusion in Brazil and at the same time act on the front line in defense of life. Black, Afro-Pindoramic voices give birth to a new day every day, hope. These voices narrate dynamic territories guided by other ontologies, which emanate from the relationships with the enchanted ones of Tambor de Mina. We share here an insurgent interview carried out on January 20, 2021 in the midst of a global pandemic caused by Covid-19. The life story sews the place of the black woman in the quilombola struggle and is told by Dona Anacleta herself, a conversation that was carried out by the WhatsApp application and transcribed in full. “To change society the way we want? It's fighting without fear, without fear of being a woman! Keywords: Life history; Subjectivity; Body; Territory.   Resumen “Ser mujer negra en la lucha es valentía en primer lugar, dar vida por vida, porque quien da vida, mantiene la vida”. Nacido de la fuerza del encanto, de la lucha por territorios libres y en un territorio atravesado por la logística de proyectos desarrollistas, el territorio quilombola de Santa Rosa dos Pretos, en el municipio de Itapecuru-Mirim, estado de Maranhão, Brasil. Doña Anacleta narra formas cotidianas de resistir y existir, y nos muestra cómo las mujeres negras están desde los márgenes haciendo uso político de sus cuerpos para existir frente al paradigma de la exclusión racial en Brasil y al mismo tiempo actuar en primera línea en defensa de la vida. Voces negras, afro-pindorámicas, dan a luz diariamente un nuevo día, esperanza. Estas voces narran territorios dinámicos guiados por otras ontologías, que emanan de las relaciones con los encantados de Tambor de Mina. Compartimos aquí una entrevista a insurgente realizada el 20 de enero de 2021 en medio de una pandemia mundial provocada por el Covid-19. La historia de vida cose el lugar de la negra en la lucha quilombola y es contada por la propia doña Anacleta, conversación que fue realizada por la aplicación WhatsApp y transcrita íntegramente. “¿Cambiar la sociedad como queremos? Es luchar sin miedo, sin miedo a ser mujer Palabras chave: Historia de vida; Subjetividad; Cuerpo; Territorio.
id UFES-9_79ed307f5db0d04a0668b45d2a9069b9
oai_identifier_str oai:periodicos.ufes.br:article/39251
network_acronym_str UFES-9
network_name_str Simbiótica
repository_id_str
spelling Anacleta Pires da Silva: corpo, vida e lutas no e pelo Território Quilombola Santa Rosa dos Pretos (Itapecuru-Mirim/MA)“Ser mulher negra na luta é coragem em primeiro lugar, doação de vida pela vida, porque quem doa vida mantém vida”. Nascida da força da encantaria, da luta por territórios livres e em território atravessado pelas logísticas dos projetos desenvolvimentistas, território quilombola Santa Rosa dos Pretos, no município de Itapecuru-Mirim, estado do Maranhão, Brasil. Dona Anacleta narra formas cotidianas de resistir e de existir, e nos mostra como mulheres negras estão desde a margem fazendo o uso político do corpo para existir diante do paradigma da exclusão racial no Brasil e ao mesmo tempo atuarem na linha de frente em defesa da vida. Vozes de pretas, afro pindorâmicas fazem nascer diariamente um novo dia, a esperança. Essas vozes narram territórios dinâmicos e guiados por ontologias outras, que emanam das relações com os encantados do Tambor de Mina. Compartilhamos aqui uma entrevista insurgente realizada no dia 20 de janeiro de 2021 em plena pandemia mundial provocada pela Covid-19. A história de vida costura o lugar da mulher negra na luta quilombola e é contada pela própria Dona Anacleta, conversa que foi realizada pelo aplicativo WhatsApp e transcrita na íntegra. “Pra mudar a sociedade do jeito que a gente quer? É lutar sem medo, sem medo de ser mulher!” Palavras-chave: História de vida; Subjetividade; Corpo; Território.   Abstract “Being a black woman in the struggle is courage in the first place, giving life for life, because whoever gives life keeps life”. Born from the force of enchantment, from the struggle for free territories and in a territory crossed by the logistics of developmental projects, Santa Rosa dos Pretos quilombola territory, in the municipality of Itapecuru-Mirim, state of Maranhão, Brazil. Dona Anacleta narrates everyday ways of resisting and existing, and shows us how black women are from the margins making political use of their bodies to exist in the face of the paradigm of racial exclusion in Brazil and at the same time act on the front line in defense of life. Black, Afro-Pindoramic voices give birth to a new day every day, hope. These voices narrate dynamic territories guided by other ontologies, which emanate from the relationships with the enchanted ones of Tambor de Mina. We share here an insurgent interview carried out on January 20, 2021 in the midst of a global pandemic caused by Covid-19. The life story sews the place of the black woman in the quilombola struggle and is told by Dona Anacleta herself, a conversation that was carried out by the WhatsApp application and transcribed in full. “To change society the way we want? It's fighting without fear, without fear of being a woman! Keywords: Life history; Subjectivity; Body; Territory.   Resumen “Ser mujer negra en la lucha es valentía en primer lugar, dar vida por vida, porque quien da vida, mantiene la vida”. Nacido de la fuerza del encanto, de la lucha por territorios libres y en un territorio atravesado por la logística de proyectos desarrollistas, el territorio quilombola de Santa Rosa dos Pretos, en el municipio de Itapecuru-Mirim, estado de Maranhão, Brasil. Doña Anacleta narra formas cotidianas de resistir y existir, y nos muestra cómo las mujeres negras están desde los márgenes haciendo uso político de sus cuerpos para existir frente al paradigma de la exclusión racial en Brasil y al mismo tiempo actuar en primera línea en defensa de la vida. Voces negras, afro-pindorámicas, dan a luz diariamente un nuevo día, esperanza. Estas voces narran territorios dinámicos guiados por otras ontologías, que emanan de las relaciones con los encantados de Tambor de Mina. Compartimos aquí una entrevista a insurgente realizada el 20 de enero de 2021 en medio de una pandemia mundial provocada por el Covid-19. La historia de vida cose el lugar de la negra en la lucha quilombola y es contada por la propia doña Anacleta, conversación que fue realizada por la aplicación WhatsApp y transcrita íntegramente. “¿Cambiar la sociedad como queremos? Es luchar sin miedo, sin miedo a ser mujer Palabras chave: Historia de vida; Subjetividad; Cuerpo; Territorio.Universidade Federal do Espírito Santo. Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais2022-10-03info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://periodicos.ufes.br/simbiotica/article/view/3925110.47456/simbitica.v9i2.39251Simbiótica. Revista Eletrônica; v. 9 n. 2 (2022): Simbiótica; 173-1812316-162010.47456/simbitica.v9i2reponame:Simbióticainstname:Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)instacron:UFESporhttps://periodicos.ufes.br/simbiotica/article/view/39251/25729Copyright (c) 2022 Anacleta Pires da Silva, Dayanne da Silva Santos, Julio Itzayán Anaya Lópezhttps://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessSilva, Anacleta Pires daSantos, Dayanne da SilvaLópez, Julio Itzayán Anaya2022-10-22T23:03:43Zoai:periodicos.ufes.br:article/39251Revistahttps://periodicos.ufes.br/index.php/simbiotica/indexPUBhttps://periodicos.ufes.br/simbiotica/oairevistasimbiotica@gmail.com||2316-16202316-1620opendoar:2022-10-22T23:03:43Simbiótica - Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)false
dc.title.none.fl_str_mv Anacleta Pires da Silva: corpo, vida e lutas no e pelo Território Quilombola Santa Rosa dos Pretos (Itapecuru-Mirim/MA)
title Anacleta Pires da Silva: corpo, vida e lutas no e pelo Território Quilombola Santa Rosa dos Pretos (Itapecuru-Mirim/MA)
spellingShingle Anacleta Pires da Silva: corpo, vida e lutas no e pelo Território Quilombola Santa Rosa dos Pretos (Itapecuru-Mirim/MA)
Silva, Anacleta Pires da
title_short Anacleta Pires da Silva: corpo, vida e lutas no e pelo Território Quilombola Santa Rosa dos Pretos (Itapecuru-Mirim/MA)
title_full Anacleta Pires da Silva: corpo, vida e lutas no e pelo Território Quilombola Santa Rosa dos Pretos (Itapecuru-Mirim/MA)
title_fullStr Anacleta Pires da Silva: corpo, vida e lutas no e pelo Território Quilombola Santa Rosa dos Pretos (Itapecuru-Mirim/MA)
title_full_unstemmed Anacleta Pires da Silva: corpo, vida e lutas no e pelo Território Quilombola Santa Rosa dos Pretos (Itapecuru-Mirim/MA)
title_sort Anacleta Pires da Silva: corpo, vida e lutas no e pelo Território Quilombola Santa Rosa dos Pretos (Itapecuru-Mirim/MA)
author Silva, Anacleta Pires da
author_facet Silva, Anacleta Pires da
Santos, Dayanne da Silva
López, Julio Itzayán Anaya
author_role author
author2 Santos, Dayanne da Silva
López, Julio Itzayán Anaya
author2_role author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Silva, Anacleta Pires da
Santos, Dayanne da Silva
López, Julio Itzayán Anaya
description “Ser mulher negra na luta é coragem em primeiro lugar, doação de vida pela vida, porque quem doa vida mantém vida”. Nascida da força da encantaria, da luta por territórios livres e em território atravessado pelas logísticas dos projetos desenvolvimentistas, território quilombola Santa Rosa dos Pretos, no município de Itapecuru-Mirim, estado do Maranhão, Brasil. Dona Anacleta narra formas cotidianas de resistir e de existir, e nos mostra como mulheres negras estão desde a margem fazendo o uso político do corpo para existir diante do paradigma da exclusão racial no Brasil e ao mesmo tempo atuarem na linha de frente em defesa da vida. Vozes de pretas, afro pindorâmicas fazem nascer diariamente um novo dia, a esperança. Essas vozes narram territórios dinâmicos e guiados por ontologias outras, que emanam das relações com os encantados do Tambor de Mina. Compartilhamos aqui uma entrevista insurgente realizada no dia 20 de janeiro de 2021 em plena pandemia mundial provocada pela Covid-19. A história de vida costura o lugar da mulher negra na luta quilombola e é contada pela própria Dona Anacleta, conversa que foi realizada pelo aplicativo WhatsApp e transcrita na íntegra. “Pra mudar a sociedade do jeito que a gente quer? É lutar sem medo, sem medo de ser mulher!” Palavras-chave: História de vida; Subjetividade; Corpo; Território.   Abstract “Being a black woman in the struggle is courage in the first place, giving life for life, because whoever gives life keeps life”. Born from the force of enchantment, from the struggle for free territories and in a territory crossed by the logistics of developmental projects, Santa Rosa dos Pretos quilombola territory, in the municipality of Itapecuru-Mirim, state of Maranhão, Brazil. Dona Anacleta narrates everyday ways of resisting and existing, and shows us how black women are from the margins making political use of their bodies to exist in the face of the paradigm of racial exclusion in Brazil and at the same time act on the front line in defense of life. Black, Afro-Pindoramic voices give birth to a new day every day, hope. These voices narrate dynamic territories guided by other ontologies, which emanate from the relationships with the enchanted ones of Tambor de Mina. We share here an insurgent interview carried out on January 20, 2021 in the midst of a global pandemic caused by Covid-19. The life story sews the place of the black woman in the quilombola struggle and is told by Dona Anacleta herself, a conversation that was carried out by the WhatsApp application and transcribed in full. “To change society the way we want? It's fighting without fear, without fear of being a woman! Keywords: Life history; Subjectivity; Body; Territory.   Resumen “Ser mujer negra en la lucha es valentía en primer lugar, dar vida por vida, porque quien da vida, mantiene la vida”. Nacido de la fuerza del encanto, de la lucha por territorios libres y en un territorio atravesado por la logística de proyectos desarrollistas, el territorio quilombola de Santa Rosa dos Pretos, en el municipio de Itapecuru-Mirim, estado de Maranhão, Brasil. Doña Anacleta narra formas cotidianas de resistir y existir, y nos muestra cómo las mujeres negras están desde los márgenes haciendo uso político de sus cuerpos para existir frente al paradigma de la exclusión racial en Brasil y al mismo tiempo actuar en primera línea en defensa de la vida. Voces negras, afro-pindorámicas, dan a luz diariamente un nuevo día, esperanza. Estas voces narran territorios dinámicos guiados por otras ontologías, que emanan de las relaciones con los encantados de Tambor de Mina. Compartimos aquí una entrevista a insurgente realizada el 20 de enero de 2021 en medio de una pandemia mundial provocada por el Covid-19. La historia de vida cose el lugar de la negra en la lucha quilombola y es contada por la propia doña Anacleta, conversación que fue realizada por la aplicación WhatsApp y transcrita íntegramente. “¿Cambiar la sociedad como queremos? Es luchar sin miedo, sin miedo a ser mujer Palabras chave: Historia de vida; Subjetividad; Cuerpo; Territorio.
publishDate 2022
dc.date.none.fl_str_mv 2022-10-03
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://periodicos.ufes.br/simbiotica/article/view/39251
10.47456/simbitica.v9i2.39251
url https://periodicos.ufes.br/simbiotica/article/view/39251
identifier_str_mv 10.47456/simbitica.v9i2.39251
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv https://periodicos.ufes.br/simbiotica/article/view/39251/25729
dc.rights.driver.fl_str_mv Copyright (c) 2022 Anacleta Pires da Silva, Dayanne da Silva Santos, Julio Itzayán Anaya López
https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Copyright (c) 2022 Anacleta Pires da Silva, Dayanne da Silva Santos, Julio Itzayán Anaya López
https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal do Espírito Santo. Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal do Espírito Santo. Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais
dc.source.none.fl_str_mv Simbiótica. Revista Eletrônica; v. 9 n. 2 (2022): Simbiótica; 173-181
2316-1620
10.47456/simbitica.v9i2
reponame:Simbiótica
instname:Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)
instacron:UFES
instname_str Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)
instacron_str UFES
institution UFES
reponame_str Simbiótica
collection Simbiótica
repository.name.fl_str_mv Simbiótica - Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)
repository.mail.fl_str_mv revistasimbiotica@gmail.com||
_version_ 1809730836516306944