O que fazer com toda essa gente preta? Racismo científico e cativeiros do pós-abolição

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cyrino, Carolina de Oliveira e Silva
Data de Publicação: 2022
Outros Autores: Marques, Pâmela Marconatto, Anjos, José Carlos Gomes dos
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Simbiótica
Texto Completo: https://periodicos.ufes.br/simbiotica/article/view/39244
Resumo: Este trabalho debruça-se sobre o período pós-abolição, da Primeira República, durante o qual paradigmas de aperfeiçoamento da nacionalidade foram formulados a partir de propostas de redução étnica progressiva. Uma população antes escravizada, cuja condição humana estivera cancelada, via-se recém liberta, convivendo com a sociedade livre. O que fazer com toda essa gente preta? O racismo científico trazia respostas. Analisaremos, aqui, discursos que emergiram como espaço de invenção de teorias científicas a fim de respaldar a ideia de “aperfeiçoamento humano” através da eliminação do seu “componente degenerativo”. Trata-se de um acervo composto por documentos, manuais e periódicos elaborados pelos médicos João Batista Lacerda e Renato Kehl, que, em que pese suas diferentes abordagens, questionaram o caráter humano da população preta, promoveram cisões entre segmentos racializados e apontaram possibilidades da eliminação gradual de sua expressão genética e/ou cultural simultaneamente genocidas e civilizatórias. Palavras-chave: Racismo científico; Pós-abolição; Eugenia.   Abstract This paper focuses on the post-abolition period of the First Republic, during which paradigms for nationality improvement were formulated based on proposals for progressive ethnic reduction. A population that had previously been enslaved, whose human condition had been canceled, found itself just liberated, living among the free society. What to do with all these black people? Scientific racism brought answers. The main goal of this work is to analyze speeches that emerged as a space for the invention of scientific theories in order to support the idea of ​​“human improvement” through the elimination of its “degenerative component”. It is a collection composed of documents, manuals and periodicals prepared by doctorsJoão Batista Lacerda and Renato Kehl, who, despite their different approaches, questioned the human character of the black population, promoted divisions between racialized segments and pointed out possibilities of elimination of their genetic and/or cultural expression, simultaneously genocidal and civilizing. Keywords: Scientific racism; Post-abolition; Eugenia.   Resumen Este trabajo se dedica al período posterior a la abolición de la esclavitud, de la Primera República, durante el cual se formularon paradigmas de mejoramiento la nacionalidad a partir de propuestas de reducción étnica progresiva. Una población previamente esclavizada, cuya condición humana había sido cancelada, se encontraba recién-liberta, conviviendo con la sociedad libre. ¿Qué hacer con toda esta gente negra? El racismo científico trajo respuestas. Analizaremos, aquí, los discursos que emergieron como espacio de invención de teorías científicas con el fin de apoyar la idea de “mejoramiento humano” mediante la eliminación de su “componente degenerativo”. Se trata de una colección compuesta por documentos, manuales y periódicos elaborados por los doctores João Batista Lacerda y Renato Kehl, quienes, a pesar de sus diferentes enfoques, cuestionaron el carácter humano de la población negra, promovieron divisiones entre segmentos racializados y señalaron posibilidades de eliminación gradual de la expresión génica y/o cultural a la vez genocida y civilizadora. Palabras-clave: Racismo científico; Post-abolición; Eugenia.
id UFES-9_b196cc8da730f0397c71e9b66b2eade5
oai_identifier_str oai:periodicos.ufes.br:article/39244
network_acronym_str UFES-9
network_name_str Simbiótica
repository_id_str
spelling O que fazer com toda essa gente preta? Racismo científico e cativeiros do pós-aboliçãoEste trabalho debruça-se sobre o período pós-abolição, da Primeira República, durante o qual paradigmas de aperfeiçoamento da nacionalidade foram formulados a partir de propostas de redução étnica progressiva. Uma população antes escravizada, cuja condição humana estivera cancelada, via-se recém liberta, convivendo com a sociedade livre. O que fazer com toda essa gente preta? O racismo científico trazia respostas. Analisaremos, aqui, discursos que emergiram como espaço de invenção de teorias científicas a fim de respaldar a ideia de “aperfeiçoamento humano” através da eliminação do seu “componente degenerativo”. Trata-se de um acervo composto por documentos, manuais e periódicos elaborados pelos médicos João Batista Lacerda e Renato Kehl, que, em que pese suas diferentes abordagens, questionaram o caráter humano da população preta, promoveram cisões entre segmentos racializados e apontaram possibilidades da eliminação gradual de sua expressão genética e/ou cultural simultaneamente genocidas e civilizatórias. Palavras-chave: Racismo científico; Pós-abolição; Eugenia.   Abstract This paper focuses on the post-abolition period of the First Republic, during which paradigms for nationality improvement were formulated based on proposals for progressive ethnic reduction. A population that had previously been enslaved, whose human condition had been canceled, found itself just liberated, living among the free society. What to do with all these black people? Scientific racism brought answers. The main goal of this work is to analyze speeches that emerged as a space for the invention of scientific theories in order to support the idea of ​​“human improvement” through the elimination of its “degenerative component”. It is a collection composed of documents, manuals and periodicals prepared by doctorsJoão Batista Lacerda and Renato Kehl, who, despite their different approaches, questioned the human character of the black population, promoted divisions between racialized segments and pointed out possibilities of elimination of their genetic and/or cultural expression, simultaneously genocidal and civilizing. Keywords: Scientific racism; Post-abolition; Eugenia.   Resumen Este trabajo se dedica al período posterior a la abolición de la esclavitud, de la Primera República, durante el cual se formularon paradigmas de mejoramiento la nacionalidad a partir de propuestas de reducción étnica progresiva. Una población previamente esclavizada, cuya condición humana había sido cancelada, se encontraba recién-liberta, conviviendo con la sociedad libre. ¿Qué hacer con toda esta gente negra? El racismo científico trajo respuestas. Analizaremos, aquí, los discursos que emergieron como espacio de invención de teorías científicas con el fin de apoyar la idea de “mejoramiento humano” mediante la eliminación de su “componente degenerativo”. Se trata de una colección compuesta por documentos, manuales y periódicos elaborados por los doctores João Batista Lacerda y Renato Kehl, quienes, a pesar de sus diferentes enfoques, cuestionaron el carácter humano de la población negra, promovieron divisiones entre segmentos racializados y señalaron posibilidades de eliminación gradual de la expresión génica y/o cultural a la vez genocida y civilizadora. Palabras-clave: Racismo científico; Post-abolición; Eugenia.Universidade Federal do Espírito Santo. Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais2022-10-03info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://periodicos.ufes.br/simbiotica/article/view/3924410.47456/simbitica.v9i2.39244Simbiótica. Revista Eletrônica; v. 9 n. 2 (2022): Simbiótica; 23-492316-162010.47456/simbitica.v9i2reponame:Simbióticainstname:Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)instacron:UFESporhttps://periodicos.ufes.br/simbiotica/article/view/39244/25722Copyright (c) 2022 Carolina de Oliveira e Silva Cyrino, Pâmela Marconatto Marques, José Carlos Gomes dos Anjoshttps://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessCyrino, Carolina de Oliveira e SilvaMarques, Pâmela MarconattoAnjos, José Carlos Gomes dos2022-10-22T23:03:43Zoai:periodicos.ufes.br:article/39244Revistahttps://periodicos.ufes.br/index.php/simbiotica/indexPUBhttps://periodicos.ufes.br/simbiotica/oairevistasimbiotica@gmail.com||2316-16202316-1620opendoar:2022-10-22T23:03:43Simbiótica - Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)false
dc.title.none.fl_str_mv O que fazer com toda essa gente preta? Racismo científico e cativeiros do pós-abolição
title O que fazer com toda essa gente preta? Racismo científico e cativeiros do pós-abolição
spellingShingle O que fazer com toda essa gente preta? Racismo científico e cativeiros do pós-abolição
Cyrino, Carolina de Oliveira e Silva
title_short O que fazer com toda essa gente preta? Racismo científico e cativeiros do pós-abolição
title_full O que fazer com toda essa gente preta? Racismo científico e cativeiros do pós-abolição
title_fullStr O que fazer com toda essa gente preta? Racismo científico e cativeiros do pós-abolição
title_full_unstemmed O que fazer com toda essa gente preta? Racismo científico e cativeiros do pós-abolição
title_sort O que fazer com toda essa gente preta? Racismo científico e cativeiros do pós-abolição
author Cyrino, Carolina de Oliveira e Silva
author_facet Cyrino, Carolina de Oliveira e Silva
Marques, Pâmela Marconatto
Anjos, José Carlos Gomes dos
author_role author
author2 Marques, Pâmela Marconatto
Anjos, José Carlos Gomes dos
author2_role author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Cyrino, Carolina de Oliveira e Silva
Marques, Pâmela Marconatto
Anjos, José Carlos Gomes dos
description Este trabalho debruça-se sobre o período pós-abolição, da Primeira República, durante o qual paradigmas de aperfeiçoamento da nacionalidade foram formulados a partir de propostas de redução étnica progressiva. Uma população antes escravizada, cuja condição humana estivera cancelada, via-se recém liberta, convivendo com a sociedade livre. O que fazer com toda essa gente preta? O racismo científico trazia respostas. Analisaremos, aqui, discursos que emergiram como espaço de invenção de teorias científicas a fim de respaldar a ideia de “aperfeiçoamento humano” através da eliminação do seu “componente degenerativo”. Trata-se de um acervo composto por documentos, manuais e periódicos elaborados pelos médicos João Batista Lacerda e Renato Kehl, que, em que pese suas diferentes abordagens, questionaram o caráter humano da população preta, promoveram cisões entre segmentos racializados e apontaram possibilidades da eliminação gradual de sua expressão genética e/ou cultural simultaneamente genocidas e civilizatórias. Palavras-chave: Racismo científico; Pós-abolição; Eugenia.   Abstract This paper focuses on the post-abolition period of the First Republic, during which paradigms for nationality improvement were formulated based on proposals for progressive ethnic reduction. A population that had previously been enslaved, whose human condition had been canceled, found itself just liberated, living among the free society. What to do with all these black people? Scientific racism brought answers. The main goal of this work is to analyze speeches that emerged as a space for the invention of scientific theories in order to support the idea of ​​“human improvement” through the elimination of its “degenerative component”. It is a collection composed of documents, manuals and periodicals prepared by doctorsJoão Batista Lacerda and Renato Kehl, who, despite their different approaches, questioned the human character of the black population, promoted divisions between racialized segments and pointed out possibilities of elimination of their genetic and/or cultural expression, simultaneously genocidal and civilizing. Keywords: Scientific racism; Post-abolition; Eugenia.   Resumen Este trabajo se dedica al período posterior a la abolición de la esclavitud, de la Primera República, durante el cual se formularon paradigmas de mejoramiento la nacionalidad a partir de propuestas de reducción étnica progresiva. Una población previamente esclavizada, cuya condición humana había sido cancelada, se encontraba recién-liberta, conviviendo con la sociedad libre. ¿Qué hacer con toda esta gente negra? El racismo científico trajo respuestas. Analizaremos, aquí, los discursos que emergieron como espacio de invención de teorías científicas con el fin de apoyar la idea de “mejoramiento humano” mediante la eliminación de su “componente degenerativo”. Se trata de una colección compuesta por documentos, manuales y periódicos elaborados por los doctores João Batista Lacerda y Renato Kehl, quienes, a pesar de sus diferentes enfoques, cuestionaron el carácter humano de la población negra, promovieron divisiones entre segmentos racializados y señalaron posibilidades de eliminación gradual de la expresión génica y/o cultural a la vez genocida y civilizadora. Palabras-clave: Racismo científico; Post-abolición; Eugenia.
publishDate 2022
dc.date.none.fl_str_mv 2022-10-03
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://periodicos.ufes.br/simbiotica/article/view/39244
10.47456/simbitica.v9i2.39244
url https://periodicos.ufes.br/simbiotica/article/view/39244
identifier_str_mv 10.47456/simbitica.v9i2.39244
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv https://periodicos.ufes.br/simbiotica/article/view/39244/25722
dc.rights.driver.fl_str_mv https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal do Espírito Santo. Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal do Espírito Santo. Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais
dc.source.none.fl_str_mv Simbiótica. Revista Eletrônica; v. 9 n. 2 (2022): Simbiótica; 23-49
2316-1620
10.47456/simbitica.v9i2
reponame:Simbiótica
instname:Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)
instacron:UFES
instname_str Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)
instacron_str UFES
institution UFES
reponame_str Simbiótica
collection Simbiótica
repository.name.fl_str_mv Simbiótica - Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)
repository.mail.fl_str_mv revistasimbiotica@gmail.com||
_version_ 1809730836252065792