VARIAÇÃO DA EXPRESSÃO DO OBJETO DIRETO ANAFÓRICO: UMA ANÁLISE DA FALA RURAL DE SANTA LEOPOLDINA - ES
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Federal do Espírito Santo (riUfes) |
Texto Completo: | http://repositorio.ufes.br/handle/10/16527 |
Resumo: | The objective of this thesis is to describe the variation phenomenon of the the anaphoric direct object expression in the countryside of Santa Leopoldina/ES, as well to describe the contrast between the countryside speech and the urban speech based on the rural-urban continuum suggested by Bortoni-Ricardo (2005). For this purpose, 44 interviews were analyzed and stratified according to gender/sex, age, and level of education of the speakers. The data collected was compared to the data collected in the city of Vitória, the capital of Espírito Santo (LAUAR, 2015). This research also aims to discuss the role played by formal education in the process of acquisition of the standard variation and the use of the full pronoun variant. To do such, we based our research on William Labov’s (2008) Language Variation and Change Theory, and employed the software Goldvarb X (SANKOFF; TAGLIAMONTE; SMITH, 2005) for data analysis. The conclusion of this thesis shows that the rural dialect shared similarities with the dialect spoken in other Brazilian cities, such as Rio de Janeiro OMENA, 1978), São Paulo (DUARTE, 1986) and Vitória (LAUAR, 2015) when it comes to the substitution of the accusative clitic in the third person by three distinct forms: full pronoun, anaphoric syntagm noun and zero anaphora. The results have shown that the linguistic variation analyzed in the speakers had already been completed. In Santa Leopoldina, the accusative clitic does not seem to exist in the speech produced by the citizens, thus demonstrating such characteristic does not belong to the community’s vernacular, let alone Brazil’s, but a product of the process of education. In the urban dialect, this seems to be connected to the use of the standard variation, being directly proportional to the level of the speaker’s education, whereas the rural data indicate that level of education has nothing to do with the presence of the aforementioned variation. The zero anaphora seems to be the most produced occurrence with 60% of speakers (in Vitória, 54,8%) and presents itself with a well-established language embedding. The index of full pronoun usage with a strong language embedding seems to be quite present in both communities: 12,7% in the rural area and 13,7% in urban area. A similar occurrence can be observed, too, regarding the anaphoric syntagm noun variant: 30,9% in Vitória and 26,7% in Santa Leopoldina. These indexes show the similarities between both communities. The language embedding that conditions the choice of the variants points to the systematization of the variation of the anaphoric direct object. |
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Tomazi, Micheline Mattedihttps://orcid.org/0000-0002-2246-7061http://lattes.cnpq.br/4783716565631781Lauar, Aline Berbert Tomaz Fonsecahttps://orcid.org/0000000340969628http://lattes.cnpq.br/Scherre, Maria Marta Pereirahttps://orcid.org/0000-0003-2977-0431http://lattes.cnpq.br/6129587291049735Melo, Marcelo Alexandre Silva Lopes dehttps://orcid.org/0000-0002-8025-0530http://lattes.cnpq.br/8845532494430243Tesch, Leila Mariahttps://orcid.org/0000-0003-3919-1230http://lattes.cnpq.br/9705222558363890Yacovenco, Lilian Coutinhohttp://lattes.cnpq.br/42142873744304902024-05-30T01:41:05Z2024-05-30T01:41:05Z2022-12-05The objective of this thesis is to describe the variation phenomenon of the the anaphoric direct object expression in the countryside of Santa Leopoldina/ES, as well to describe the contrast between the countryside speech and the urban speech based on the rural-urban continuum suggested by Bortoni-Ricardo (2005). For this purpose, 44 interviews were analyzed and stratified according to gender/sex, age, and level of education of the speakers. The data collected was compared to the data collected in the city of Vitória, the capital of Espírito Santo (LAUAR, 2015). This research also aims to discuss the role played by formal education in the process of acquisition of the standard variation and the use of the full pronoun variant. To do such, we based our research on William Labov’s (2008) Language Variation and Change Theory, and employed the software Goldvarb X (SANKOFF; TAGLIAMONTE; SMITH, 2005) for data analysis. The conclusion of this thesis shows that the rural dialect shared similarities with the dialect spoken in other Brazilian cities, such as Rio de Janeiro OMENA, 1978), São Paulo (DUARTE, 1986) and Vitória (LAUAR, 2015) when it comes to the substitution of the accusative clitic in the third person by three distinct forms: full pronoun, anaphoric syntagm noun and zero anaphora. The results have shown that the linguistic variation analyzed in the speakers had already been completed. In Santa Leopoldina, the accusative clitic does not seem to exist in the speech produced by the citizens, thus demonstrating such characteristic does not belong to the community’s vernacular, let alone Brazil’s, but a product of the process of education. In the urban dialect, this seems to be connected to the use of the standard variation, being directly proportional to the level of the speaker’s education, whereas the rural data indicate that level of education has nothing to do with the presence of the aforementioned variation. The zero anaphora seems to be the most produced occurrence with 60% of speakers (in Vitória, 54,8%) and presents itself with a well-established language embedding. The index of full pronoun usage with a strong language embedding seems to be quite present in both communities: 12,7% in the rural area and 13,7% in urban area. A similar occurrence can be observed, too, regarding the anaphoric syntagm noun variant: 30,9% in Vitória and 26,7% in Santa Leopoldina. These indexes show the similarities between both communities. The language embedding that conditions the choice of the variants points to the systematization of the variation of the anaphoric direct object.No presente trabalho tem-se por objetivo a descrição do fenômeno de variação da expressão do objeto direto anafórico na zona rural de Santa Leopoldina/ES, bem como a contraposição entre a fala rural e urbana, com base no contínuo rural-urbano proposto por Bortoni-Ricardo (2005). Para isso, foram analisadas 44 entrevistas, estratificadas em gênero/sexo, idade e escolaridade dos falantes, entrevistas cujos dados foram comparados aos observados na cidade de Vitória, capital do Espírito Santo (LAUAR, 2015). A presente pesquisa também busca discutir o papel da escola na aquisição da variante padrão e o uso da variante pronome pleno em textos escolares escritos. Para tanto, tomamos por base os pressupostos da Teoria da Variação e da Mudança Linguística, de William Labov (2008 [1972]) e utilizamos o programa Goldvarb X (SANKOFF; TAGLIAMONTE; SMITH, 2005) para a análise estatística dos dados. Concluímos que na fala rural de Santa Leopoldina, à semelhança de encontrado em outras cidades brasileiras, como Rio de Janeiro (OMENA, 1978), São Paulo (DUARTE, 1986) e Vitória (LAUAR, 2015), há a substituição do clítico acusativo de terceira pessoa por outras três formas: o pronome pleno, o sintagma nominal anafórico e a anáfora zero. Os resultados demonstram que a mudança linguística verificada em falantes de diversas cidades brasileiras já foi concluída. Em Santa Leopoldina não há presença do clítico acusativo nos 2604 dados analisados, não sendo, portanto, essa forma própria do vernáculo da comunidade, nem do Brasil, mas, sim, uma variante adquirida via escolarização (NUNES, 1996). Na fala urbana o aumento do uso da forma padrão é proporcional ao aumento da escolaridade do falante, ao passo que os dados rurais não demonstram ser a escolaridade um fator relevante para a variação em tela. A anáfora zero é a forma mais produtiva em Santa Leopoldina, com 60,6% dos dados, e em Vitória 54,8% e tem encaixamento linguístico bem estabelecido. O índice de uso do pronome pleno, com forte encaixamento linguístico, é bem próximo nas duas comunidades 12,7% dos casos na zona rural e 13,7% na zona urbana, também a variante sintagma nominal anafórico, forma que em Vitória apresenta 30,9% das ocorrências e a distancia de outras capitais, tem índice de uso em Santa Leopoldina de 26,7% bem próximo ao da capital. Esses resultados demonstram um alinhamento entre as comunidades. Também os encaixamentos linguísticos que condicionam as escolhas das variantes apontam para a sistematização da variação do objeto direto anafórico. No presente trabalho tem-se por objetivo a descrição do fenômeno de variação da expressão do objeto direto anafórico na zona rural de Santa Leopoldina/ES, bem como a contraposição entre a fala rural e urbana, com base no contínuo rural-urbano proposto por Bortoni-Ricardo (2005). Para isso, foram analisadas 44 entrevistas, estratificadas em gênero/sexo, idade e escolaridade dos falantes, entrevistas cujos dados foram comparados aos observados na cidade de Vitória, capital do Espírito Santo (LAUAR, 2015). A presente pesquisa também busca discutir o papel da escola na aquisição da variante padrão e o uso da variante pronome pleno em textos escolares escritos. Para tanto, tomamos por base os pressupostos da Teoria da Variação e da Mudança Linguística, de William Labov (2008 [1972]) e utilizamos o programa Goldvarb X (SANKOFF; TAGLIAMONTE; SMITH, 2005) para a análise estatística dos dados. Concluímos que na fala rural de Santa Leopoldina, à semelhança de encontrado em outras cidades brasileiras, como Rio de Janeiro (OMENA, 1978), São Paulo (DUARTE, 1986) e Vitória (LAUAR, 2015), há a substituição do clítico acusativo de terceira pessoa por outras três formas: o pronome pleno, o sintagma nominal anafórico e a anáfora zero. Os resultados demonstram que a mudança linguística verificada em falantes de diversas cidades brasileiras já foi concluída. Em Santa Leopoldina não há presença do clítico acusativo nos 2604 dados analisados, não sendo, portanto, essa forma própria do vernáculo da comunidade, nem do Brasil, mas, sim, uma variante adquirida via escolarização (NUNES, 1996). 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