A modernização do litoral norte do Espírito Santo: do processo de “civilização dos índios” ao reconhecimento das populações tradicionais; da mobilização à crise do trabalho

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Martini, Evandro Arruda de
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal do Espírito Santo (riUfes)
Texto Completo: http://repositorio.ufes.br/handle/10/16817
Resumo: Unlike studies that consider a region, territory or population as isolated, this research seeks to highlight the mediations between a general process of global modernization and the particularities of the modernization of Brazil and the northern coast of Espírito Santo state, inserted in the expanded reproduction of capitalist relations. Concepts and categories such as “sertão”, “virgin land”, “frontier”, “pioneer”, “work” and “commodity” are investigated in relation with the period in which they are used: the concepts change as the processes take place. The mediations of traditional populations in the northern coast of Espírito Santo with the external society are studied since the 19th century: we observe a process that had as its logical goal their integration into the “mass of the civilized population” as workforce, at the same time when their territories were expropriated, as land became autonomous as a commodity. This integration did not happen exactly as planned, but the projects did move processes in reality. In the twentieth century, there are many modernizing projects and actions concerning this northern coast of Espírito Santo, which, for a long time, was considered a “decadent” region with “obsolete” social relations. Planning is consolidated through universities and other developmental institutions. We seek to explain and criticize the theoretical foundations of geography and other sciences that planned this modernization in rational terms in the 20th century. In the 1970s and 1980s, some territories on the north coast underwent a more accelerated modernization with the eucalyptus export complex and other “regional development” enterprises. At the same time, in certain contexts, external threats intensify the struggles of traditional populations. More recently, the paradigm shift from the processes of colonization of “virgin lands” and “civilizing the indigenous” to the recognition of the rights of indigenous peoples, quilombolas and other traditional populations summarizes the changes between the long process of modernization led by a planning State – the latter also in the process of formation – and a more recent period characterized by a crisis-managing State. In this more recent moment, we analyze the conflicts and controversies about large port projects designed and/or implemented on the north coast, given the supposed vocation of Espírito Santo for ports and exportation. Large ports justify themselves socially by generating expectations of job creation, but actually these ports mobilize increasingly fewer local people as workers.
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Concepts and categories such as “sertão”, “virgin land”, “frontier”, “pioneer”, “work” and “commodity” are investigated in relation with the period in which they are used: the concepts change as the processes take place. The mediations of traditional populations in the northern coast of Espírito Santo with the external society are studied since the 19th century: we observe a process that had as its logical goal their integration into the “mass of the civilized population” as workforce, at the same time when their territories were expropriated, as land became autonomous as a commodity. This integration did not happen exactly as planned, but the projects did move processes in reality. In the twentieth century, there are many modernizing projects and actions concerning this northern coast of Espírito Santo, which, for a long time, was considered a “decadent” region with “obsolete” social relations. Planning is consolidated through universities and other developmental institutions. We seek to explain and criticize the theoretical foundations of geography and other sciences that planned this modernization in rational terms in the 20th century. In the 1970s and 1980s, some territories on the north coast underwent a more accelerated modernization with the eucalyptus export complex and other “regional development” enterprises. At the same time, in certain contexts, external threats intensify the struggles of traditional populations. More recently, the paradigm shift from the processes of colonization of “virgin lands” and “civilizing the indigenous” to the recognition of the rights of indigenous peoples, quilombolas and other traditional populations summarizes the changes between the long process of modernization led by a planning State – the latter also in the process of formation – and a more recent period characterized by a crisis-managing State. In this more recent moment, we analyze the conflicts and controversies about large port projects designed and/or implemented on the north coast, given the supposed vocation of Espírito Santo for ports and exportation. Large ports justify themselves socially by generating expectations of job creation, but actually these ports mobilize increasingly fewer local people as workers.Ao contrário dos estudos sobre uma região, território ou população considerada relativamente isolada, esta pesquisa busca evidenciar as mediações entre um processo geral de modernização do mundo e as particularidades da modernização do Brasil e do litoral norte do Espírito Santo inseridas na reprodução ampliada das relações capitalistas. Conceitos e categorias como “sertão”, “terra virgem”, “fronteira”, “pioneiro”, “trabalho” e “mercadoria” são investigados em conjunto com o período em que são utilizados: os conceitos mudam conforme os processos se desdobram. As mediações das populações tradicionais do litoral norte do Espírito Santo com a sociedade externa a elas são estudadas desde o século XIX: observa-se um processo que teve como objetivo lógico sua integração à “massa da população civilizada” enquanto força de trabalho, ao mesmo tempo que ocorria a expropriação de seus territórios, conforme a terra se autonomizava como mercadoria. Essa integração não ocorreu exatamente como previsto, mas os projetos moveram processos na realidade. No século XX, são muitos os projetos e ações modernizadoras voltados para esse litoral norte capixaba que, por muito tempo, foi considerado uma região “decadente” com relações sociais “obsoletas”. O planejamento se consolida por meio de universidades e outras instituições desenvolvimentistas. Buscamos explicitar e criticar os fundamentos da geografia e de outras ciências que planejaram essa modernização em termos racionais no século XX. Nas décadas de 1970 e 1980, alguns territórios do litoral norte passam por uma modernização mais acelerada com o complexo exportador de eucalipto e outros empreendimentos de “desenvolvimento regional”. Ao mesmo tempo, em certos contextos as ameaças externas intensificam as lutas de populações tradicionais. Mais recentemente, a mudança de paradigma dos processos de colonização de “terras virgens” e de “civilização dos índios” para o reconhecimento dos direitos de indígenas, quilombolas e outras populações tradicionais resume as mudanças entre o longo processo de modernização conduzida por um Estado planejador – este também em processo de formação – e um período mais recente caracterizado por um Estado gestor de conflitos e de crises. Neste momento mais recente, analisamos os conflitos e controvérsias em torno de grandes empreendimentos portuários projetados e/ou implementados no litoral norte, tendo em vista a suposta vocação portuária e exportadora do Espírito Santo. Os grandes portos se justificam socialmente gerando expectativas de geração de empregos, mas na realidade esses portos mobilizam cada vez menos as populações locais como trabalhadores.Texthttp://repositorio.ufes.br/handle/10/16817porUniversidade Federal do Espírito SantoMestrado em GeografiaPrograma de Pós-Graduação em GeografiaUFESBRCentro de Ciências Humanas e Naturaissubject.br-rjbnGeografiaModernizaçãoMobilização do trabalhoPescadoresPortosAracruzLinharesA modernização do litoral norte do Espírito Santo: do processo de “civilização dos índios” ao reconhecimento das populações tradicionais; da mobilização à crise do trabalhotitle.alternativeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal do Espírito Santo (riUfes)instname:Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)instacron:UFESORIGINALEvandroArrudadeMartini-2023-trabalho.pdfapplication/pdf4438292http://repositorio.ufes.br/bitstreams/f8445a2e-6eb9-4a91-af8a-c9d606fd1971/download649ebebefbc4427e5179a31ee8ffb113MD5110/168172024-08-12 09:14:40.177oai:repositorio.ufes.br:10/16817http://repositorio.ufes.brRepositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.ufes.br/oai/requestopendoar:21082024-10-15T17:58:26.672751Repositório Institucional da Universidade Federal do Espírito Santo (riUfes) - Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)false
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