“NÓS REPRESENTA A FAVELA MANO”. B-boys da Maré superando estereótipos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Raposo, Otavio
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Antropolítica (Online)
Texto Completo: https://periodicos.uff.br/antropolitica/article/view/41602
Resumo: Um dos mais importantes grupos de dançarinos de break dance do Rio de Janeiro atuava e residia na Maré, um conjunto de dezesseis favelas com aproximadamente 130 mil habitantes. Dinamizado, inicialmente, por ONG locais em escolas da região, este estilo de dança se expandiu e ganhou novos adeptos no bairro, que passaram a participar ativamente no circuito break dance da cidade. Tornar-se um b-boy ou uma b-girl (dançarino de break dance) tinha um significado especial na vida desses jovens, pois era um eficiente meio para conquistar respeito e visibilidade. Ao recorrer à identidade b-boy, buscavam uma singularidade capaz de contrariar as imagens estigmatizantes a que eram frequentemente associados por viverem em favelas e pertencerem a uma classe social desfavorecida. A participação em eventos e campeonatos do estilo estimulava a circulação dos jovens no espaço urbano e a sua interação com múltiplos repertórios e estilos de vida. Apresentações irrepreensíveis em eventos de break dance eram razão de glória para eles, momentos inesquecíveis a lhes proporcionar a sensação de serem queridos e admirados no âmbito de uma cultura prestigiada internacionalmente.  Ao vencerem campeonatos de dança projetavam uma imagem que os representava como potência e não mais numa situação de carência, saltando as barreiras simbólicas que os mantinham circunscritos ao rótulo de “favelado”.
id UFF-18_cf3e8ac009253e40444a68ef1eca1d82
oai_identifier_str oai:ojs.pkp.sfu.ca:article/41602
network_acronym_str UFF-18
network_name_str Antropolítica (Online)
repository_id_str
spelling “NÓS REPRESENTA A FAVELA MANO”. B-boys da Maré superando estereótiposjuventudesegregaç.ofavelaidentidadeperformanceUm dos mais importantes grupos de dançarinos de break dance do Rio de Janeiro atuava e residia na Maré, um conjunto de dezesseis favelas com aproximadamente 130 mil habitantes. Dinamizado, inicialmente, por ONG locais em escolas da região, este estilo de dança se expandiu e ganhou novos adeptos no bairro, que passaram a participar ativamente no circuito break dance da cidade. Tornar-se um b-boy ou uma b-girl (dançarino de break dance) tinha um significado especial na vida desses jovens, pois era um eficiente meio para conquistar respeito e visibilidade. Ao recorrer à identidade b-boy, buscavam uma singularidade capaz de contrariar as imagens estigmatizantes a que eram frequentemente associados por viverem em favelas e pertencerem a uma classe social desfavorecida. A participação em eventos e campeonatos do estilo estimulava a circulação dos jovens no espaço urbano e a sua interação com múltiplos repertórios e estilos de vida. Apresentações irrepreensíveis em eventos de break dance eram razão de glória para eles, momentos inesquecíveis a lhes proporcionar a sensação de serem queridos e admirados no âmbito de uma cultura prestigiada internacionalmente.  Ao vencerem campeonatos de dança projetavam uma imagem que os representava como potência e não mais numa situação de carência, saltando as barreiras simbólicas que os mantinham circunscritos ao rótulo de “favelado”.Programa de Pós-Graduação em Antropologia, Universidade Federal Fluminense2015-02-17info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://periodicos.uff.br/antropolitica/article/view/4160210.22409/antropolitica2014.0i37.a41602Antropolítica - Revista Contemporânea de Antropologia; n. 37 (2014)2179-73311414-737810.22409/antropolitica2014.0i37reponame:Antropolítica (Online)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFFporhttps://periodicos.uff.br/antropolitica/article/view/41602/23688Raposo, Otavioinfo:eu-repo/semantics/openAccess2017-08-24T15:28:21Zoai:ojs.pkp.sfu.ca:article/41602Revistahttp://www.revistas.uff.br/index.php/antropoliticaPUBhttps://periodicos.uff.br/antropolitica/oaiperiodicos@proppi.uff.br||antropoliticauff@gmail.com||lauragraziela@gmail.com2179-73312179-7331opendoar:2017-08-24T15:28:21Antropolítica (Online) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false
dc.title.none.fl_str_mv “NÓS REPRESENTA A FAVELA MANO”. B-boys da Maré superando estereótipos
title “NÓS REPRESENTA A FAVELA MANO”. B-boys da Maré superando estereótipos
spellingShingle “NÓS REPRESENTA A FAVELA MANO”. B-boys da Maré superando estereótipos
Raposo, Otavio
juventude
segregaç.o
favela
identidade
performance
title_short “NÓS REPRESENTA A FAVELA MANO”. B-boys da Maré superando estereótipos
title_full “NÓS REPRESENTA A FAVELA MANO”. B-boys da Maré superando estereótipos
title_fullStr “NÓS REPRESENTA A FAVELA MANO”. B-boys da Maré superando estereótipos
title_full_unstemmed “NÓS REPRESENTA A FAVELA MANO”. B-boys da Maré superando estereótipos
title_sort “NÓS REPRESENTA A FAVELA MANO”. B-boys da Maré superando estereótipos
author Raposo, Otavio
author_facet Raposo, Otavio
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Raposo, Otavio
dc.subject.por.fl_str_mv juventude
segregaç.o
favela
identidade
performance
topic juventude
segregaç.o
favela
identidade
performance
description Um dos mais importantes grupos de dançarinos de break dance do Rio de Janeiro atuava e residia na Maré, um conjunto de dezesseis favelas com aproximadamente 130 mil habitantes. Dinamizado, inicialmente, por ONG locais em escolas da região, este estilo de dança se expandiu e ganhou novos adeptos no bairro, que passaram a participar ativamente no circuito break dance da cidade. Tornar-se um b-boy ou uma b-girl (dançarino de break dance) tinha um significado especial na vida desses jovens, pois era um eficiente meio para conquistar respeito e visibilidade. Ao recorrer à identidade b-boy, buscavam uma singularidade capaz de contrariar as imagens estigmatizantes a que eram frequentemente associados por viverem em favelas e pertencerem a uma classe social desfavorecida. A participação em eventos e campeonatos do estilo estimulava a circulação dos jovens no espaço urbano e a sua interação com múltiplos repertórios e estilos de vida. Apresentações irrepreensíveis em eventos de break dance eram razão de glória para eles, momentos inesquecíveis a lhes proporcionar a sensação de serem queridos e admirados no âmbito de uma cultura prestigiada internacionalmente.  Ao vencerem campeonatos de dança projetavam uma imagem que os representava como potência e não mais numa situação de carência, saltando as barreiras simbólicas que os mantinham circunscritos ao rótulo de “favelado”.
publishDate 2015
dc.date.none.fl_str_mv 2015-02-17
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://periodicos.uff.br/antropolitica/article/view/41602
10.22409/antropolitica2014.0i37.a41602
url https://periodicos.uff.br/antropolitica/article/view/41602
identifier_str_mv 10.22409/antropolitica2014.0i37.a41602
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv https://periodicos.uff.br/antropolitica/article/view/41602/23688
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Programa de Pós-Graduação em Antropologia, Universidade Federal Fluminense
publisher.none.fl_str_mv Programa de Pós-Graduação em Antropologia, Universidade Federal Fluminense
dc.source.none.fl_str_mv Antropolítica - Revista Contemporânea de Antropologia; n. 37 (2014)
2179-7331
1414-7378
10.22409/antropolitica2014.0i37
reponame:Antropolítica (Online)
instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)
instacron:UFF
instname_str Universidade Federal Fluminense (UFF)
instacron_str UFF
institution UFF
reponame_str Antropolítica (Online)
collection Antropolítica (Online)
repository.name.fl_str_mv Antropolítica (Online) - Universidade Federal Fluminense (UFF)
repository.mail.fl_str_mv periodicos@proppi.uff.br||antropoliticauff@gmail.com||lauragraziela@gmail.com
_version_ 1797068793053184000