A CLASSE MÉDIA EM QUESTÃO: O DEBATE MARXISTA SOBRE A INSERÇÃO DE CLASSE DOS ASSALARIADOS NÃO-MANUAIS
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2008 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Trabalho necessário |
Texto Completo: | https://periodicos.uff.br/trabalhonecessario/article/view/4656 |
Resumo: | O objetivo deste artigo é discutir como o debate em torno da inserção de classe dos trabalhadores não-manuais tem sido travado dentro do campo teórico marxista. Entendemos que há, além das breves indicações presentes na obra marxiana sobre trabalhadores produtivos/improdutivos, uma longa e profícua discussão realizada pela tradição marxista que tem sido, senão desconhecida ao menos, desconsiderada por parte dos pesquisadores. Enquanto até a década de 1960, a tese predominante no campo marxista foi a da proletarização dos trabalhadores não-manuais e sua consequente inserção no proletariado, a partir de então surgem proposições que tratam os assalariados nãomanuais como uma classe específica. Os trabalhadores não-manuais são trabalhadores assalariados que realizam um trabalho investido de conteúdos simbólicos, rituais e de elementos culturais que os distinguem da classe operária. São símbolos não necessariamente reconhecidos por todos os segmentos sociais, mas reconhecidos pelos segmentos que os secretam. Vale dizer que o conceito fisiológico de trabalho não-manual deve ser superado, pois não se trata de um trabalho de quem não se esforça, que não sua, que trabalha com a cabeça. Por sua vez, o trabalhador não-manual não se restringe àquele que possui formação escolar ou ao cientista, por isso optamos pela expressão não-manuais ao invés de intelectuais. Entendemos também que esta discussão é condição necessária para que os estudos e pesquisas sobre a inserção de classe dos professores, no interior do campo crítico e marxista, se desenvolvam e expliquem, de forma eficaz, os conflitos e contradições presentes no interior da luta social dos trabalhadores em educação pela transformação da educação e da própria sociedade. |
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