A CLASSE MÉDIA EM QUESTÃO: O DEBATE MARXISTA SOBRE A INSERÇÃO DE CLASSE DOS ASSALARIADOS NÃO-MANUAIS

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Trópia, Patrícia
Data de Publicação: 2008
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Trabalho necessário
Texto Completo: https://periodicos.uff.br/trabalhonecessario/article/view/4656
Resumo: O objetivo deste artigo é discutir como o debate em torno da inserção de classe dos trabalhadores não-manuais tem sido travado dentro do campo teórico marxista. Entendemos que há, além das breves indicações presentes na obra marxiana sobre trabalhadores produtivos/improdutivos, uma longa e profícua discussão realizada pela tradição marxista que tem sido, senão desconhecida ao menos, desconsiderada por parte dos pesquisadores. Enquanto até a década de 1960, a tese predominante no campo marxista foi a da proletarização dos trabalhadores não-manuais e sua consequente inserção no proletariado, a partir de então surgem proposições que tratam os assalariados nãomanuais como uma classe específica. Os trabalhadores não-manuais são trabalhadores assalariados que realizam um trabalho investido de conteúdos simbólicos, rituais e de elementos culturais que os distinguem da classe operária. São símbolos não necessariamente reconhecidos por todos os segmentos sociais, mas reconhecidos pelos segmentos que os secretam. Vale dizer que o conceito fisiológico de trabalho não-manual deve ser superado, pois não se trata de um trabalho de quem não se esforça, que não sua, que trabalha com a cabeça. Por sua vez, o trabalhador não-manual não se restringe àquele que possui formação escolar ou ao cientista, por isso optamos pela expressão não-manuais ao invés de intelectuais. Entendemos também que esta discussão é condição necessária para que os estudos e pesquisas sobre a inserção de classe dos professores, no interior do campo crítico e marxista, se desenvolvam e expliquem, de forma eficaz, os conflitos e contradições presentes no interior da luta social dos trabalhadores em educação pela transformação da educação e da própria sociedade.
id UFF-20_8bbd067a8a36f9109dc21321b3d5ef18
oai_identifier_str oai:ojs.pkp.sfu.ca:article/4656
network_acronym_str UFF-20
network_name_str Trabalho necessário
repository_id_str
spelling A CLASSE MÉDIA EM QUESTÃO: O DEBATE MARXISTA SOBRE A INSERÇÃO DE CLASSE DOS ASSALARIADOS NÃO-MANUAISO objetivo deste artigo é discutir como o debate em torno da inserção de classe dos trabalhadores não-manuais tem sido travado dentro do campo teórico marxista. Entendemos que há, além das breves indicações presentes na obra marxiana sobre trabalhadores produtivos/improdutivos, uma longa e profícua discussão realizada pela tradição marxista que tem sido, senão desconhecida ao menos, desconsiderada por parte dos pesquisadores. Enquanto até a década de 1960, a tese predominante no campo marxista foi a da proletarização dos trabalhadores não-manuais e sua consequente inserção no proletariado, a partir de então surgem proposições que tratam os assalariados nãomanuais como uma classe específica. Os trabalhadores não-manuais são trabalhadores assalariados que realizam um trabalho investido de conteúdos simbólicos, rituais e de elementos culturais que os distinguem da classe operária. São símbolos não necessariamente reconhecidos por todos os segmentos sociais, mas reconhecidos pelos segmentos que os secretam. Vale dizer que o conceito fisiológico de trabalho não-manual deve ser superado, pois não se trata de um trabalho de quem não se esforça, que não sua, que trabalha com a cabeça. Por sua vez, o trabalhador não-manual não se restringe àquele que possui formação escolar ou ao cientista, por isso optamos pela expressão não-manuais ao invés de intelectuais. Entendemos também que esta discussão é condição necessária para que os estudos e pesquisas sobre a inserção de classe dos professores, no interior do campo crítico e marxista, se desenvolvam e expliquem, de forma eficaz, os conflitos e contradições presentes no interior da luta social dos trabalhadores em educação pela transformação da educação e da própria sociedade.ABEC2008-12-16info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://periodicos.uff.br/trabalhonecessario/article/view/465610.22409/tn.6i7.p4656Revista Trabalho Necessário; v. 6 n. 7 (2008)1808-799X10.22409/tn.6i7reponame:Trabalho necessárioinstname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFFporhttps://periodicos.uff.br/trabalhonecessario/article/view/4656/4291Copyright (c) 2019 Revista Trabalho Necessário | ISSN: 1808-799Xinfo:eu-repo/semantics/openAccessTrópia, Patrícia2020-10-29T11:39:47Zoai:ojs.pkp.sfu.ca:article/4656Revistahttps://periodicos.uff.br/trabalhonecessarioPUBhttps://periodicos.uff.br/trabalhonecessario/oairevistatrabalhonecessario@gmail.com1808-799X1808-799Xopendoar:2020-10-29T11:39:47Trabalho necessário - Universidade Federal Fluminense (UFF)false
dc.title.none.fl_str_mv A CLASSE MÉDIA EM QUESTÃO: O DEBATE MARXISTA SOBRE A INSERÇÃO DE CLASSE DOS ASSALARIADOS NÃO-MANUAIS
title A CLASSE MÉDIA EM QUESTÃO: O DEBATE MARXISTA SOBRE A INSERÇÃO DE CLASSE DOS ASSALARIADOS NÃO-MANUAIS
spellingShingle A CLASSE MÉDIA EM QUESTÃO: O DEBATE MARXISTA SOBRE A INSERÇÃO DE CLASSE DOS ASSALARIADOS NÃO-MANUAIS
Trópia, Patrícia
title_short A CLASSE MÉDIA EM QUESTÃO: O DEBATE MARXISTA SOBRE A INSERÇÃO DE CLASSE DOS ASSALARIADOS NÃO-MANUAIS
title_full A CLASSE MÉDIA EM QUESTÃO: O DEBATE MARXISTA SOBRE A INSERÇÃO DE CLASSE DOS ASSALARIADOS NÃO-MANUAIS
title_fullStr A CLASSE MÉDIA EM QUESTÃO: O DEBATE MARXISTA SOBRE A INSERÇÃO DE CLASSE DOS ASSALARIADOS NÃO-MANUAIS
title_full_unstemmed A CLASSE MÉDIA EM QUESTÃO: O DEBATE MARXISTA SOBRE A INSERÇÃO DE CLASSE DOS ASSALARIADOS NÃO-MANUAIS
title_sort A CLASSE MÉDIA EM QUESTÃO: O DEBATE MARXISTA SOBRE A INSERÇÃO DE CLASSE DOS ASSALARIADOS NÃO-MANUAIS
author Trópia, Patrícia
author_facet Trópia, Patrícia
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Trópia, Patrícia
description O objetivo deste artigo é discutir como o debate em torno da inserção de classe dos trabalhadores não-manuais tem sido travado dentro do campo teórico marxista. Entendemos que há, além das breves indicações presentes na obra marxiana sobre trabalhadores produtivos/improdutivos, uma longa e profícua discussão realizada pela tradição marxista que tem sido, senão desconhecida ao menos, desconsiderada por parte dos pesquisadores. Enquanto até a década de 1960, a tese predominante no campo marxista foi a da proletarização dos trabalhadores não-manuais e sua consequente inserção no proletariado, a partir de então surgem proposições que tratam os assalariados nãomanuais como uma classe específica. Os trabalhadores não-manuais são trabalhadores assalariados que realizam um trabalho investido de conteúdos simbólicos, rituais e de elementos culturais que os distinguem da classe operária. São símbolos não necessariamente reconhecidos por todos os segmentos sociais, mas reconhecidos pelos segmentos que os secretam. Vale dizer que o conceito fisiológico de trabalho não-manual deve ser superado, pois não se trata de um trabalho de quem não se esforça, que não sua, que trabalha com a cabeça. Por sua vez, o trabalhador não-manual não se restringe àquele que possui formação escolar ou ao cientista, por isso optamos pela expressão não-manuais ao invés de intelectuais. Entendemos também que esta discussão é condição necessária para que os estudos e pesquisas sobre a inserção de classe dos professores, no interior do campo crítico e marxista, se desenvolvam e expliquem, de forma eficaz, os conflitos e contradições presentes no interior da luta social dos trabalhadores em educação pela transformação da educação e da própria sociedade.
publishDate 2008
dc.date.none.fl_str_mv 2008-12-16
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://periodicos.uff.br/trabalhonecessario/article/view/4656
10.22409/tn.6i7.p4656
url https://periodicos.uff.br/trabalhonecessario/article/view/4656
identifier_str_mv 10.22409/tn.6i7.p4656
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv https://periodicos.uff.br/trabalhonecessario/article/view/4656/4291
dc.rights.driver.fl_str_mv Copyright (c) 2019 Revista Trabalho Necessário | ISSN: 1808-799X
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Copyright (c) 2019 Revista Trabalho Necessário | ISSN: 1808-799X
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv ABEC
publisher.none.fl_str_mv ABEC
dc.source.none.fl_str_mv Revista Trabalho Necessário; v. 6 n. 7 (2008)
1808-799X
10.22409/tn.6i7
reponame:Trabalho necessário
instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)
instacron:UFF
instname_str Universidade Federal Fluminense (UFF)
instacron_str UFF
institution UFF
reponame_str Trabalho necessário
collection Trabalho necessário
repository.name.fl_str_mv Trabalho necessário - Universidade Federal Fluminense (UFF)
repository.mail.fl_str_mv revistatrabalhonecessario@gmail.com
_version_ 1797066989847445504