Piratas versus propriedade intelectual: a guerra da cultura livre e dos partidos piratas pelo acesso à cultura, à ciência e à tecnologia nos mares do capitalismo informacional

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lima, Bruno Rodrigues
Data de Publicação: 2024
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: https://app.uff.br/riuff/handle/1/34742
Resumo: Justificando-se na proteção aos direitos autorais, o combate à pirataria tem funcionado para a preservação de monopólios. Ao desenvolvimento da produção intelectual são impostos obstáculos pelo conceito tradicional de propriedade intelectual (PI), anacrônico no capitalismo informacional. Com a ascensão do capitalismo, a relação entre o homem e a propriedade alterou-se. Os iluministas elevaram a propriedade a direito sagrado e inviolável. A partir da teoria da inteligência de Guilford e do estudo do processo criativo por Wallas, constata-se que a criatividade é fortemente influenciada por estímulos externos. Em reação à democratização do compartilhamento de informações, os prazos de copyright são ampliados em defesa de monopólios. Tratados internacionais definiram a PI na contemporaneidade. No Brasil, a produção intelectual foi dificultada até a chegada de João VI, e, até a República, a legislação manteve-se obsoleta. A partir das Convenções de Paris e de Berna, a proteção à PI no Brasil sofisticouse, até a publicação da LDA (1998). A PI é um modelo especial de propriedade com aspectos morais e patrimoniais, na forma de monopólio instrumental. Sua função social deriva do princípio da razoabilidade. Críticos à PI contestam a natureza, a ética e a eficácia do instituto para a produção intelectual. Na Era Digital, a palavra “pirata” foi ressignificada. A fundação do Partido Pirata Internacional semeou a perspectiva pirata e partidos em mais de sessenta países. A reformulação das leis de direitos autorais é uma das suas principais bandeiras, diante do endurecimento do combate à pirataria. O Partido Pirata do Brasil, fundado em 2007, é um “partido em formação”. Apesar da revolução tecnológica digital, o cumprimento do art. 27 da DUDH é obstado por leis e tecnologias limitadoras do acesso aos produtos intelectuais. Sucessivas ampliações do prazo de copyright impedem que as obras cheguem ao domínio público, em nome dos interesses de poucos. No Brasil, a limitação da cópia não comercial da obra a um exemplar de pequenos trechos prejudica o acesso a produtos criativos pela população pobre, desperdiçando potencial criativo.
id UFF-2_04a90ca820903c8fbf358b7fc58c9285
oai_identifier_str oai:app.uff.br:1/34742
network_acronym_str UFF-2
network_name_str Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
repository_id_str 2120
spelling Piratas versus propriedade intelectual: a guerra da cultura livre e dos partidos piratas pelo acesso à cultura, à ciência e à tecnologia nos mares do capitalismo informacionalPropriedadePropriedade intelectualDireitos autoraisCultura livrePartidos piratasViolação de direito autoralPiratariaLei dos direitos autorais (1998)Princípio da razoabilidadePropertyIntellectual propertyCopyrightFree culturePirate partiesJustificando-se na proteção aos direitos autorais, o combate à pirataria tem funcionado para a preservação de monopólios. Ao desenvolvimento da produção intelectual são impostos obstáculos pelo conceito tradicional de propriedade intelectual (PI), anacrônico no capitalismo informacional. Com a ascensão do capitalismo, a relação entre o homem e a propriedade alterou-se. Os iluministas elevaram a propriedade a direito sagrado e inviolável. A partir da teoria da inteligência de Guilford e do estudo do processo criativo por Wallas, constata-se que a criatividade é fortemente influenciada por estímulos externos. Em reação à democratização do compartilhamento de informações, os prazos de copyright são ampliados em defesa de monopólios. Tratados internacionais definiram a PI na contemporaneidade. No Brasil, a produção intelectual foi dificultada até a chegada de João VI, e, até a República, a legislação manteve-se obsoleta. A partir das Convenções de Paris e de Berna, a proteção à PI no Brasil sofisticouse, até a publicação da LDA (1998). A PI é um modelo especial de propriedade com aspectos morais e patrimoniais, na forma de monopólio instrumental. Sua função social deriva do princípio da razoabilidade. Críticos à PI contestam a natureza, a ética e a eficácia do instituto para a produção intelectual. Na Era Digital, a palavra “pirata” foi ressignificada. A fundação do Partido Pirata Internacional semeou a perspectiva pirata e partidos em mais de sessenta países. A reformulação das leis de direitos autorais é uma das suas principais bandeiras, diante do endurecimento do combate à pirataria. O Partido Pirata do Brasil, fundado em 2007, é um “partido em formação”. Apesar da revolução tecnológica digital, o cumprimento do art. 27 da DUDH é obstado por leis e tecnologias limitadoras do acesso aos produtos intelectuais. Sucessivas ampliações do prazo de copyright impedem que as obras cheguem ao domínio público, em nome dos interesses de poucos. No Brasil, a limitação da cópia não comercial da obra a um exemplar de pequenos trechos prejudica o acesso a produtos criativos pela população pobre, desperdiçando potencial criativo.Justified in the protection of copyright, the fight against piracy has worked to preserve monopolies. Obstacles to the development of intellectual production are imposed by the traditional concept of intellectual property (IP), which is anachronistic in the informational capitalism. With the rise of capitalism, the relationship between man and property changed. The Illuminists elevated property to a sacred and inviolable right. From Guilford's theory of intelligence and the study of the creative process by Wallas, it appears that creativity is strongly influenced by external stimuli. In reaction to the democratization of information sharing, copyright terms are extended in defense of monopolies. International treaties have defined IP in contemporary times. In Brazil, intellectual production was hampered until the arrival of João VI, and, until the Republic, legislation remained obsolete. From the Paris and Berne Conventions, IP protection in Brazil became more sophisticated, until the publication of the LDA (1998). IP is a special model of property with moral and patrimonial aspects, in the form of an instrumental monopoly. Its social function derives from the principle of reasonableness. Critics of IP challenge the nature, ethics and effectiveness of the institute for intellectual production. In the Digital Age, the word “pirate” has been re-signified. The founding of the Pirate Parties International seeded the pirate perspective and parties in over sixty countries. The reformulation of copyright laws is one of its main banners, given the hardening of the fight against piracy. The Pirate Party of Brazil, founded in 2007, is a “party in formation”.Despite the digital technological revolution, compliance with art. 27 of the UDHR is hampered by laws and technologies that limit access to intellectual products. Successive extensions of the copyright term prevent works from reaching the public domain, in the interests of a few. In Brazil, the limitation of non-commercial copying of the work to a copy of small excerpts jeopardizes access to creative products by the poor population, wasting creative potential101 f.Jorge, Clarisse Stephan Farhathttp://lattes.cnpq.br/9846684449164904Machado, Flávia Costahttp://lattes.cnpq.br/0608654738551783Arcos, Luis CláudioLima, Bruno Rodrigues2024-09-19T12:59:23Z2024-09-19T12:59:23Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisapplication/pdfLIMA, Bruno Rodrigues. Piratas versus propriedade intelectual: a guerra da cultura livre e dos partidos piratas pelo acesso à cultura, à ciência e à tecnologia nos mares do capitalismo informacional. 2022. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Direito) – Faculdade de Direito, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2022.https://app.uff.br/riuff/handle/1/34742CC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2024-09-19T12:59:41Zoai:app.uff.br:1/34742Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202024-09-19T12:59:41Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false
dc.title.none.fl_str_mv Piratas versus propriedade intelectual: a guerra da cultura livre e dos partidos piratas pelo acesso à cultura, à ciência e à tecnologia nos mares do capitalismo informacional
title Piratas versus propriedade intelectual: a guerra da cultura livre e dos partidos piratas pelo acesso à cultura, à ciência e à tecnologia nos mares do capitalismo informacional
spellingShingle Piratas versus propriedade intelectual: a guerra da cultura livre e dos partidos piratas pelo acesso à cultura, à ciência e à tecnologia nos mares do capitalismo informacional
Lima, Bruno Rodrigues
Propriedade
Propriedade intelectual
Direitos autorais
Cultura livre
Partidos piratas
Violação de direito autoral
Pirataria
Lei dos direitos autorais (1998)
Princípio da razoabilidade
Property
Intellectual property
Copyright
Free culture
Pirate parties
title_short Piratas versus propriedade intelectual: a guerra da cultura livre e dos partidos piratas pelo acesso à cultura, à ciência e à tecnologia nos mares do capitalismo informacional
title_full Piratas versus propriedade intelectual: a guerra da cultura livre e dos partidos piratas pelo acesso à cultura, à ciência e à tecnologia nos mares do capitalismo informacional
title_fullStr Piratas versus propriedade intelectual: a guerra da cultura livre e dos partidos piratas pelo acesso à cultura, à ciência e à tecnologia nos mares do capitalismo informacional
title_full_unstemmed Piratas versus propriedade intelectual: a guerra da cultura livre e dos partidos piratas pelo acesso à cultura, à ciência e à tecnologia nos mares do capitalismo informacional
title_sort Piratas versus propriedade intelectual: a guerra da cultura livre e dos partidos piratas pelo acesso à cultura, à ciência e à tecnologia nos mares do capitalismo informacional
author Lima, Bruno Rodrigues
author_facet Lima, Bruno Rodrigues
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Jorge, Clarisse Stephan Farhat
http://lattes.cnpq.br/9846684449164904
Machado, Flávia Costa
http://lattes.cnpq.br/0608654738551783
Arcos, Luis Cláudio
dc.contributor.author.fl_str_mv Lima, Bruno Rodrigues
dc.subject.por.fl_str_mv Propriedade
Propriedade intelectual
Direitos autorais
Cultura livre
Partidos piratas
Violação de direito autoral
Pirataria
Lei dos direitos autorais (1998)
Princípio da razoabilidade
Property
Intellectual property
Copyright
Free culture
Pirate parties
topic Propriedade
Propriedade intelectual
Direitos autorais
Cultura livre
Partidos piratas
Violação de direito autoral
Pirataria
Lei dos direitos autorais (1998)
Princípio da razoabilidade
Property
Intellectual property
Copyright
Free culture
Pirate parties
description Justificando-se na proteção aos direitos autorais, o combate à pirataria tem funcionado para a preservação de monopólios. Ao desenvolvimento da produção intelectual são impostos obstáculos pelo conceito tradicional de propriedade intelectual (PI), anacrônico no capitalismo informacional. Com a ascensão do capitalismo, a relação entre o homem e a propriedade alterou-se. Os iluministas elevaram a propriedade a direito sagrado e inviolável. A partir da teoria da inteligência de Guilford e do estudo do processo criativo por Wallas, constata-se que a criatividade é fortemente influenciada por estímulos externos. Em reação à democratização do compartilhamento de informações, os prazos de copyright são ampliados em defesa de monopólios. Tratados internacionais definiram a PI na contemporaneidade. No Brasil, a produção intelectual foi dificultada até a chegada de João VI, e, até a República, a legislação manteve-se obsoleta. A partir das Convenções de Paris e de Berna, a proteção à PI no Brasil sofisticouse, até a publicação da LDA (1998). A PI é um modelo especial de propriedade com aspectos morais e patrimoniais, na forma de monopólio instrumental. Sua função social deriva do princípio da razoabilidade. Críticos à PI contestam a natureza, a ética e a eficácia do instituto para a produção intelectual. Na Era Digital, a palavra “pirata” foi ressignificada. A fundação do Partido Pirata Internacional semeou a perspectiva pirata e partidos em mais de sessenta países. A reformulação das leis de direitos autorais é uma das suas principais bandeiras, diante do endurecimento do combate à pirataria. O Partido Pirata do Brasil, fundado em 2007, é um “partido em formação”. Apesar da revolução tecnológica digital, o cumprimento do art. 27 da DUDH é obstado por leis e tecnologias limitadoras do acesso aos produtos intelectuais. Sucessivas ampliações do prazo de copyright impedem que as obras cheguem ao domínio público, em nome dos interesses de poucos. No Brasil, a limitação da cópia não comercial da obra a um exemplar de pequenos trechos prejudica o acesso a produtos criativos pela população pobre, desperdiçando potencial criativo.
publishDate 2024
dc.date.none.fl_str_mv 2024-09-19T12:59:23Z
2024-09-19T12:59:23Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/bachelorThesis
format bachelorThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv LIMA, Bruno Rodrigues. Piratas versus propriedade intelectual: a guerra da cultura livre e dos partidos piratas pelo acesso à cultura, à ciência e à tecnologia nos mares do capitalismo informacional. 2022. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Direito) – Faculdade de Direito, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2022.
https://app.uff.br/riuff/handle/1/34742
identifier_str_mv LIMA, Bruno Rodrigues. Piratas versus propriedade intelectual: a guerra da cultura livre e dos partidos piratas pelo acesso à cultura, à ciência e à tecnologia nos mares do capitalismo informacional. 2022. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Direito) – Faculdade de Direito, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2022.
url https://app.uff.br/riuff/handle/1/34742
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv CC-BY-SA
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv CC-BY-SA
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)
instacron:UFF
instname_str Universidade Federal Fluminense (UFF)
instacron_str UFF
institution UFF
reponame_str Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
collection Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)
repository.mail.fl_str_mv riuff@id.uff.br
_version_ 1811823553512734720