A luta antimanicomial e o planejamento urbano: investigando os Planos Diretores das cidades da região sudeste do Brasil
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2024 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
Texto Completo: | https://app.uff.br/riuff/handle/1/34397 |
Resumo: | Esta tese se insere na intersecção entre Geografia, Urbanismo e Saúde Mental, sob a perspectiva da Geografia Social Crítica, em sua relação com as Geografias Morais. O objetivo principal é identificar a influência da Cultura Antimanicomial (CA) nos Planos Diretores (PD) das cidades da região sudeste do Brasil. Depreende-se uma CA da Luta Antimanicomial (LA), no que tange à transformação do lugar socioespacial da loucura, como o cuidado (de si e do outro) em liberdade e a possibilidade de geografias de existências outras à manicomialidade na convivencialidade, para pessoas em sofrimento psicossocial. Então, nos referimos a um projeto de cidade que contrasta com a cidade indecente, caracterizada pela institucionalização de uma governança territorial urbana que perpetua humilhações. O estudo se concentra na relevância do planejamento urbano como um campo de disputa para a CA, dada a sua capacidade de impulsionar mudanças estruturais no uso e ocupação das cidades. Nossa hipótese é a de que o Plano Diretor (PD), como principal instrumento de planejamento, deveria ser um espaço privilegiado para essas disputas, seja como estratégia jurídica (urbanística e setorial) para a garantia de direitos, ou pela potência de modificações cultural e política ao constituir uma arena social ampliada em volta de projetos de cidade em disputa. A pesquisa foi fundamentada teórico-metodologicamente nas Geografias Legais Críticas, e abrangeu os 614 municípios obrigados a possuir PD, de acordo com o Estatuto da Cidade (EC). Utilizando técnicas da Análise Crítica do Discurso Jurídico (ACDJ), foram analisados os textos jurídicos das Leis de cada município. Foram também empregadas abordagens estatísticas descritivas e inferenciais, incluindo técnicas geoestatísticas, com uso de Sistemas de Informação Geográfica (SIG), para a sistematização e avaliação de tendências, à luz de análises de conjuntura pertinentes. O estudo constatou a diversidade de manifestações da CA nos PDs das cidades da região sudeste do país, com característica regional no caso paradigmático da região de Montes Claros (MG). A pesquisa possibilitou avaliar diferentes formas como a CA vem se manifestando no planejamento urbano das cidades dessas regiões, influenciando a garantia dos direitos das pessoas em sofrimento psicossocial e a promoção de espaços que valorizem o cuidado (de si e do outro) em liberdade, bem como a convivencialidade, no sentido de um Direito à Cidade Antimanicomial. |
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A luta antimanicomial e o planejamento urbano: investigando os Planos Diretores das cidades da região sudeste do BrasilGeografia social críticaPlano diretorSaúde mentalLuta antimanicomialPlanejamento urbanoPlano diretorConvivencialidadeCidade antimanicomialPlanejamento urbanoPlano diretorPolítica pública de saúdeSaúde mentalCritical social geographyMental healthAntimanicomial struggleUrban planningMaster planConvivialityAntimanicomial cityEsta tese se insere na intersecção entre Geografia, Urbanismo e Saúde Mental, sob a perspectiva da Geografia Social Crítica, em sua relação com as Geografias Morais. O objetivo principal é identificar a influência da Cultura Antimanicomial (CA) nos Planos Diretores (PD) das cidades da região sudeste do Brasil. Depreende-se uma CA da Luta Antimanicomial (LA), no que tange à transformação do lugar socioespacial da loucura, como o cuidado (de si e do outro) em liberdade e a possibilidade de geografias de existências outras à manicomialidade na convivencialidade, para pessoas em sofrimento psicossocial. Então, nos referimos a um projeto de cidade que contrasta com a cidade indecente, caracterizada pela institucionalização de uma governança territorial urbana que perpetua humilhações. O estudo se concentra na relevância do planejamento urbano como um campo de disputa para a CA, dada a sua capacidade de impulsionar mudanças estruturais no uso e ocupação das cidades. Nossa hipótese é a de que o Plano Diretor (PD), como principal instrumento de planejamento, deveria ser um espaço privilegiado para essas disputas, seja como estratégia jurídica (urbanística e setorial) para a garantia de direitos, ou pela potência de modificações cultural e política ao constituir uma arena social ampliada em volta de projetos de cidade em disputa. A pesquisa foi fundamentada teórico-metodologicamente nas Geografias Legais Críticas, e abrangeu os 614 municípios obrigados a possuir PD, de acordo com o Estatuto da Cidade (EC). Utilizando técnicas da Análise Crítica do Discurso Jurídico (ACDJ), foram analisados os textos jurídicos das Leis de cada município. Foram também empregadas abordagens estatísticas descritivas e inferenciais, incluindo técnicas geoestatísticas, com uso de Sistemas de Informação Geográfica (SIG), para a sistematização e avaliação de tendências, à luz de análises de conjuntura pertinentes. O estudo constatou a diversidade de manifestações da CA nos PDs das cidades da região sudeste do país, com característica regional no caso paradigmático da região de Montes Claros (MG). A pesquisa possibilitou avaliar diferentes formas como a CA vem se manifestando no planejamento urbano das cidades dessas regiões, influenciando a garantia dos direitos das pessoas em sofrimento psicossocial e a promoção de espaços que valorizem o cuidado (de si e do outro) em liberdade, bem como a convivencialidade, no sentido de um Direito à Cidade Antimanicomial.The thesis in question is inserted in the intersection of Geography, Urbanism, and Mental Health, from the perspective of Critical Social Geography and its relation to Moral Geographies. The main objective is to identify the influence of Antimanicomial Culture (AC) in the Master Plans (MP) of cities in the southeastern region of Brazil. An AC is inferred from the Antimanicomial Fight (AF), concerning the transformation of the socio-spatial place of madness, the care (of yourself and others) in freedom, and the possibility of geographies of existences in conviviality alternative of the asylum system for people in psychosocial suffering. It denotes a city project that contrasts with the indecent city, characterized by the institutionalization of urban territorial governance that perpetuates humiliations. The study focuses on the relevance of urban planning as a field of dispute for AC, given its capacity to drive structural changes in the use and occupation of cities. Our hypothesis is that the Master Plan (MP), as the main planning instrument, should be a privileged space for these disputes, either as a legal (urban and sectorial) strategy for guaranteeing rights or due to its potential for cultural and political modification, constituting an expanded social arena of dispute around city projects. The research was theoretically and methodologically grounded in Critical Legal Geographies and covered the 614 municipalities required to have a Master Plan, according to the City Statute (CS). Using techniques from Critical Analysis of Legal Discourse (CALD), the legal texts of each municipality's laws were analyzed. Descriptive and inferential statistical approaches were also employed, including geostatistical techniques, using Geographic Information Systems (GIS), for systematization and trend evaluation, explored by pertinent conjuncture analyses. The study observed the diversity of AC manifestations in the Master Plans of cities in the southeastern region of the country, with regional characteristics evident in paradigmatic case such a region of Montes Claros (MG). The research made it possible to assess in different ways how AC has been manifesting itself in urban planning in these regions, influencing the guarantee of rights for people in psychosocial suffering and promoting spaces that value care (of yourself and others) in freedom and conviviality, towards a Right to the Antimanicomial City.579 p.Barbosa, Jorge LuizGuljor, Ana Paula FreitasLima, Ivaldo Gonçalves deOliveira, Márcio Piñon deAmarante, Paulo Duarte de CarvalhoCatão, Rafael de CastroHonorato, Lucas Tavares2024-08-23T17:15:35Z2024-08-23T17:15:35Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfHONORATO, Lucas Tavares. A luta antimanicomial e o planejamento urbano: investigando os Planos Diretores das cidades da região sudeste do Brasil. 2023. 579 f. Tese (Doutorado em Geografia) - Programa de Pós-Graduação em Geografia, Instituto de Geociências, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2023.https://app.uff.br/riuff/handle/1/34397CC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2024-08-23T17:15:40Zoai:app.uff.br:1/34397Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202024-08-23T17:15:40Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false |
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Esta tese se insere na intersecção entre Geografia, Urbanismo e Saúde Mental, sob a perspectiva da Geografia Social Crítica, em sua relação com as Geografias Morais. O objetivo principal é identificar a influência da Cultura Antimanicomial (CA) nos Planos Diretores (PD) das cidades da região sudeste do Brasil. Depreende-se uma CA da Luta Antimanicomial (LA), no que tange à transformação do lugar socioespacial da loucura, como o cuidado (de si e do outro) em liberdade e a possibilidade de geografias de existências outras à manicomialidade na convivencialidade, para pessoas em sofrimento psicossocial. Então, nos referimos a um projeto de cidade que contrasta com a cidade indecente, caracterizada pela institucionalização de uma governança territorial urbana que perpetua humilhações. O estudo se concentra na relevância do planejamento urbano como um campo de disputa para a CA, dada a sua capacidade de impulsionar mudanças estruturais no uso e ocupação das cidades. Nossa hipótese é a de que o Plano Diretor (PD), como principal instrumento de planejamento, deveria ser um espaço privilegiado para essas disputas, seja como estratégia jurídica (urbanística e setorial) para a garantia de direitos, ou pela potência de modificações cultural e política ao constituir uma arena social ampliada em volta de projetos de cidade em disputa. A pesquisa foi fundamentada teórico-metodologicamente nas Geografias Legais Críticas, e abrangeu os 614 municípios obrigados a possuir PD, de acordo com o Estatuto da Cidade (EC). Utilizando técnicas da Análise Crítica do Discurso Jurídico (ACDJ), foram analisados os textos jurídicos das Leis de cada município. Foram também empregadas abordagens estatísticas descritivas e inferenciais, incluindo técnicas geoestatísticas, com uso de Sistemas de Informação Geográfica (SIG), para a sistematização e avaliação de tendências, à luz de análises de conjuntura pertinentes. O estudo constatou a diversidade de manifestações da CA nos PDs das cidades da região sudeste do país, com característica regional no caso paradigmático da região de Montes Claros (MG). A pesquisa possibilitou avaliar diferentes formas como a CA vem se manifestando no planejamento urbano das cidades dessas regiões, influenciando a garantia dos direitos das pessoas em sofrimento psicossocial e a promoção de espaços que valorizem o cuidado (de si e do outro) em liberdade, bem como a convivencialidade, no sentido de um Direito à Cidade Antimanicomial. |
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