A escola é nossa: uma abordagem territorial da experiência das escolas ocupadas
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
Texto Completo: | http://app.uff.br/riuff/handle/1/28995 |
Resumo: | No Brasil, o movimento estudantil protagonizou uma onda de mobilizações, no final de 2015 e durante o ano de 2016. As escolas ocupadas foram o principal símbolo dessa onda de mobilizações. A questão central desse trabalho é: Quais foram as relações socioespaciais e as consequências das experiências das escolas ocupadas da rede pública estadual do Rio de Janeiro no município de Nova Friburgo? Levanta-se a hipótese de que as experiências das escolas ocupadas podem ser consideradas fenômenos libertários. As escolas ocupadas são fenômenos políticos e sociais com um caráter espacial (geográfico) evidente; a base da ação coletiva é a ocupação do espaço escolar. Por isso, pretende-se desenvolver uma compreensão da experiência das escolas ocupadas a partir das suas relações socioespaciais, considerando as relações de poder nelas presentes. Será abordada a experiência de três ocupações da rede pública estadual do Rio de Janeiro: do CE Prof. Jamil El-Jaick; do CIEP 123 Glauber Rocha; e da Coordenadoria Regional Serrana II. Busca-se ainda verificar a relevância da influência das ocupações da rede estadual do Rio de Janeiro, de São Paulo e do Chile sobre as ocupações ocorridas em Nova Friburgo. Baseado na pesquisa bibliográfica, na observação empírica da ocupação das escolas, na realização de entrevistas semiestruturadas, na análise de notícias, de filmes (documentários) e de publicações nas redes sociais virtuais (principalmente nas páginas das ocupações no Facebook), realizou-se uma discussão sobre o poder e as relações socioespaciais presentes no fenômeno das escolas ocupadas, a partir de uma abordagem territorial. As escolas ocupadas são vistas como experiências humanas e sociais (individuais e coletivas) e foram analisadas com base em três eixos teórico-conceituais: as ações coletivas dos estudantes em luta; as práticas\relações de poder entre os estudantes e as práticas espaciais-territorialidade-território-territorialização desenvolvidas nas experiências analisadas. É possível considerar que o exercício de práticas espaciais insurgentes nas escolas ocupadas está diretamente ligado à construção de uma territorialidade insurgente, em oposição a uma territorialidade coercitiva, ligada às práticas espaciais coercitivas desenvolvidas pela administração escolar. Acredita-se que ação de ocupar as escolas deu aos estudantes a oportunidade de exercer poder sobre aqueles espaços. Essa concepção de poder é diretamente voltada para a compreensão das lutas que buscam transformações na sociedade e também permite entender a ação de ocupação das escolas como uma ação de resistência ao capitalismo\neoliberalismo. As escolas ocupadas apresentam uma série de características, como a luta contra a dominação e o autoritarismo; a busca por relações mais próximas da autogestão e da autonomia, a partir da horizontalidade e da pluralidade; a ação direta (ao invés da ação indireta), que apontam para a confirmação da hipótese inicial de que as escolas ocupadas podem ser consideradas fenômenos libertários. Evidencia-se a capacidade dos estudantes em converter o espaço escolar em um território de resistência e autonomia. |
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Por isso, pretende-se desenvolver uma compreensão da experiência das escolas ocupadas a partir das suas relações socioespaciais, considerando as relações de poder nelas presentes. Será abordada a experiência de três ocupações da rede pública estadual do Rio de Janeiro: do CE Prof. Jamil El-Jaick; do CIEP 123 Glauber Rocha; e da Coordenadoria Regional Serrana II. Busca-se ainda verificar a relevância da influência das ocupações da rede estadual do Rio de Janeiro, de São Paulo e do Chile sobre as ocupações ocorridas em Nova Friburgo. Baseado na pesquisa bibliográfica, na observação empírica da ocupação das escolas, na realização de entrevistas semiestruturadas, na análise de notícias, de filmes (documentários) e de publicações nas redes sociais virtuais (principalmente nas páginas das ocupações no Facebook), realizou-se uma discussão sobre o poder e as relações socioespaciais presentes no fenômeno das escolas ocupadas, a partir de uma abordagem territorial. 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Essa concepção de poder é diretamente voltada para a compreensão das lutas que buscam transformações na sociedade e também permite entender a ação de ocupação das escolas como uma ação de resistência ao capitalismo\neoliberalismo. As escolas ocupadas apresentam uma série de características, como a luta contra a dominação e o autoritarismo; a busca por relações mais próximas da autogestão e da autonomia, a partir da horizontalidade e da pluralidade; a ação direta (ao invés da ação indireta), que apontam para a confirmação da hipótese inicial de que as escolas ocupadas podem ser consideradas fenômenos libertários. Evidencia-se a capacidade dos estudantes em converter o espaço escolar em um território de resistência e autonomia.En Brasil, el movimiento estudiantil protagonizó una ola de movilizaciones, a finales de 2015 y durante el año 2016. Las escuelas ocupadas fueron el principal símbolo de esa ola de movilizaciones. La cuestión central de este trabajo es: ¿Cuáles fueron las relaciones socioespaciales y las consecuencias de las experiencias de las escuelas ocupadas de la red pública estatal de Río de Janeiro en el municipio de Nova Friburgo? Se levanta la hipótesis de que las experiencias de las escuelas ocupadas pueden considerarse fenómenos libertarios. Las escuelas ocupadas son fenómenos políticos y sociales con un carácter espacial (geográfico) evidente; la base de la acción colectiva es la ocupación del espacio escolar. Por eso, se pretende desarrollar una comprensión de la experiencia de las escuelas ocupadas a partir de sus relaciones socioespaciales, considerando las relaciones de poder en ellas presentes. Se abordará la experiencia de tres ocupaciones de la red pública estatal de Río de Janeiro: del CE Prof. Jamil El-Jaick; del CIEP 123 Glauber Rocha; y de la Coordinadora Regional Serrana II. Se busca también verificar la relevancia de la influencia de las ocupaciones de la red estadual de Río de Janeiro, de São Paulo y de Chile sobre las ocupaciones ocurridas en Nova Friburgo. En base a la investigación bibliográfica, en la observación empírica de la ocupación de las escuelas, en la realización de entrevistas semiestructuradas, en el análisis de noticias, de películas (documentales) y de publicaciones en las redes sociales virtuales (principalmente en las páginas de las ocupaciones en Facebook), se realizó una " discusión sobre el poder y las relaciones socioespaciales presentes en el fenómeno de las escuelas ocupadas, a partir de un enfoque territorial. Las escuelas ocupadas son vistas como experiencias humanas y sociales (individuales y colectivas) y se analizaron sobre la base de tres ejes teórico-conceptuales: las acciones colectivas de los estudiantes en lucha; las prácticas \ relaciones de poder entre los estudiantes y las prácticas espaciales-territorialidad-territorio-territorialización desarrolladas en las experiencias analizadas. Es posible considerar que el ejercicio de prácticas espaciales insurgentes en las escuelas ocupadas está directamente ligado a la construcción de una territorialidad insurgente, en oposición a una territorialidad coercitiva, ligada a las prácticas espaciales coercitivas practicadas por la administración escolar. Se cree que la acción de ocupar las escuelas dio a los estudiantes la oportunidad de ejercer poder sobre esos espacios. Esta concepción de poder está directamente orientada hacia la comprensión de las luchas que buscan transformaciones en la sociedad y también permite entender la acción de ocupación de las escuelas como una acción de resistencia al capitalismo neoliberalismo. Las escuelas ocupadas presentan una serie de características, como la lucha contra la dominación y el autoritarismo; la búsqueda de relaciones más cercanas a la autogestión y la autonomía, a partir de la horizontalidad y de la pluralidad; la acción directa (en lugar de la acción indirecta), que apuntan a la confirmación de la hipótesis inicial de que las escuelas ocupadas pueden ser consideradas fenómenos libertarios. Se evidencia la capacidad de los estudiantes para convertir el espacio escolar en un territorio de resistencia y autonomía.177 p.Cruz, Valter do CarmoMartins, Flavia Elaine da SilvaGiordani, Ana Claudia CarvalhoBartholl, TimoAzevedo, Rafael Sá Rego de2023-05-26T14:21:40Z2023-05-26T14:21:40Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfAZEVEDO, Rafael Sá Rego de. A escola é nossa: uma abordagem territorial da experiência das escolas ocupadas. 2018. 174 f. 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