Mecanismos de evasão do sistema imune em infecções por cryptococcus neoformans: um breve levantamento da literatura

• Autor(a) principal: Silva, Aline Gonçalves da
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
• Texto Completo: http://app.uff.br/riuff/handle/1/28257
• topic: Criptococose; Fatores de virulência; Resistência; Criptococose; Fator de virulência; Resistência microbiana a medicamentos; Cryptococcosis; Virulence factors; Resistance

As espécies do gênero Cryptococcus lideram os casos de morte no âmbito das doenças fúngicas, tornando-se mais grave em pacientes imunocomprometidos por uma doença de base como o HIV, por exemplo. As grandes cidades são colonizadas por pombos que, por conta da arquitetura urbana, conseguem disseminar os seus esporos fúngicos. Uma vez havendo o contato inalatório dessas estruturas com os alvéolos pulmonares humanos, abre-se o precedente para a passagem através da barreira hematoencefálica. Ao longo dos anos, a criptococose tomou um grande espaço no cenário das moléstias carentes de tratamento efetivo, principalmente, devido ao fenômeno da resistência aos antimicrobianos. A resistência pode ser explicada, em muitos casos, pela baixa performance dos medicamentos existentes na clínica, sendo isso o resultado de diagnóstico errôneo, uso irracional dos medicamentos ou baixa adesão aos longos tratamentos. Todos esses problemas convergem para o aumento da resistência aos antimicrobianos e expõe as ferramentas que o fungo lança mão para evadir o sistema imune humano através de mecanismos de resistência. Induzido por esses fatores, o C. neoformans conseguiu desenvolver e aprimorar ferramentas que o tornam resistente frente a um agente agressor ou barreira, sendo capaz de desenvolver a infecção e de se reproduzir no hospedeiro. A partir da epidemia de AIDS, a criptococose passou a ser mais grave e ter forte relevância frente a gravidade e letalidade que a coinfecção representa. O ritmo em que a doença se dissemina e aprimora os mecanismos de resistência não acompanha os achados científicos que visam ao desenvolvimento de novas moléculas para o tratamento. Portanto, levando em consideração as informações obtidas nessa revisão, é possível identificar que os mecanismos de evasão do sistema imune humano auxiliam o C. neoformans a criar meios para não serem reconhecidos pelas defesas do hospedeiro e, assim, prosperar na infecção. Entender quais são e qual o mecanismo de ação dos fatores de virulência do fungo é de suma importância para encontrar alternativas para o problema da evasão. Acredita-se que haja necessidade de descoberta de novas moléculas bioativas naturais, utilizando-as como alternativa ao tratamento vigente que não é efetivo. Para tanto, o presente trabalho se deu através de uma revisão da literatura para elucidar os mecanismos de evasão do sistema imune em infecções por C. neoformans. A revisão foi feita selecionando artigos sem restrição de tempo da publicação e idioma, na plataforma PubMed com palavras-chave que levam ao tema proposto. Os achados da revisão revelaram que o C. neoformans parece estar se especializando cada vez mais e melhorando os seus fatores de virulência. Esses fatores são capazes de conferir resistência à fagocitose durante a infecção em humanos. Outros estudos são necessários para revelar quais são as alternativas terapêuticas para superar a evasão do sistema imune e os fatores de virulência.