Cidades Crônicas: Rio de Janeiro e Buenos Aires nas crônicas de Lima Barreto e nas aguafuertes de Roberto Arlt

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ferraro, Paula Daniela
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: https://app.uff.br/riuff/handle/1/8702
Resumo: As cidades do Rio de Janeiro e de Buenos Aires têm passado por processos históricos similares. No final do século XIX e no começo do século XX, os governantes do Brasil e da Argentina sustentaram o projeto político de modernizar esses lugares. Com o olhar na Europa, especialmente na França, foi realizada uma série de modificações que se relacionavam com a ideia de “progresso”. Desse modo, as construções coloniais foram substituídas por grandes prédios, as avenidas foram alargadas e os cafés, confeitarias e bulevares se multiplicaram. No Rio de Janeiro, aliás, aterraram-se algumas regiões do centro, inauguraram-se a Avenida Central e os cais do Porto, e foi demolido o morro do Castelo. Buenos Aires, por outra parte, ampliou a rede ferroviária, alargou a Avenida Corrientes, abriu cinemas, teatros e cafés e inaugurou o metrô (1913). Outros avanços técnicos, como o bonde elétrico, o automóvel, a câmera fotográfica e o cinema acompanharam os processos de mudança de ambas as cidades e transformaram, também, as percepções do tempo e do espaço. A confiança no “progresso” estava presente nos discursos dos políticos, jornalistas, escritores e cientistas. Porém, esse otimismo ignorava um fato importantíssimo: uma grande parte da população foi excluída desses benefícios. Lima Barreto e Roberto Arlt percorreram tanto o centro das suas cidades quanto as margens, percebendo assim o abandono destas últimas. Nas crônicas e Aguafuertes, estes narradores descreveram o outro lado do chamado “progresso”
id UFF-2_15963cfd2944860622d62c7972242105
oai_identifier_str oai:app.uff.br:1/8702
network_acronym_str UFF-2
network_name_str Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
repository_id_str 2120
spelling Cidades Crônicas: Rio de Janeiro e Buenos Aires nas crônicas de Lima Barreto e nas aguafuertes de Roberto ArltModernizaçãoProgressoModernizaçãoBarreto, Lima, 1881-1922Arlt, Roberto, 1900-1942ModernizaciónProgresoAs cidades do Rio de Janeiro e de Buenos Aires têm passado por processos históricos similares. No final do século XIX e no começo do século XX, os governantes do Brasil e da Argentina sustentaram o projeto político de modernizar esses lugares. Com o olhar na Europa, especialmente na França, foi realizada uma série de modificações que se relacionavam com a ideia de “progresso”. Desse modo, as construções coloniais foram substituídas por grandes prédios, as avenidas foram alargadas e os cafés, confeitarias e bulevares se multiplicaram. No Rio de Janeiro, aliás, aterraram-se algumas regiões do centro, inauguraram-se a Avenida Central e os cais do Porto, e foi demolido o morro do Castelo. Buenos Aires, por outra parte, ampliou a rede ferroviária, alargou a Avenida Corrientes, abriu cinemas, teatros e cafés e inaugurou o metrô (1913). Outros avanços técnicos, como o bonde elétrico, o automóvel, a câmera fotográfica e o cinema acompanharam os processos de mudança de ambas as cidades e transformaram, também, as percepções do tempo e do espaço. A confiança no “progresso” estava presente nos discursos dos políticos, jornalistas, escritores e cientistas. Porém, esse otimismo ignorava um fato importantíssimo: uma grande parte da população foi excluída desses benefícios. Lima Barreto e Roberto Arlt percorreram tanto o centro das suas cidades quanto as margens, percebendo assim o abandono destas últimas. Nas crônicas e Aguafuertes, estes narradores descreveram o outro lado do chamado “progresso”Las ciudades de Río de Janeiro y de Buenos Aires vivieron procesos históricos similares. A fines del siglo XIX y comienzos del XX, los gobernantes de Brasil y de Argentina compartieron el mismo proyecto político de modernizar esos lugares. Con la mirada puesta en Europa, especialmente en Francia, fueron realizadas una serie de modificaciones que se relacionaban con la idea de “progreso”. De ese modo, las construcciones coloniales fueron sustituidas por grandes predios, las avenidas fueron ensanchadas y los cafés, confiterías e bulevares se multiplicaron. En Río de Janeiro, además, algunas regiones del centro fueron ganadas al mar, se inauguraron la Avenida Central y los muelles del Puerto y el morro de Castelo fue demolido. Buenos Aires, por otra parte, amplió la red ferroviaria, ensanchó la Avenida Corrientes, abrió cines, teatros y cafés e inauguró el subterráneo (1913). Otros avances técnicos, como el tranvía, el automóvil, la cámara fotográfica y el cine acompañaron los procesos de mudanza de ambas ciudades y transformaron, también, las percepciones del tiempo y del espacio. La confianza en el “progreso” estaba presente en los discursos de los políticos, periodistas, escritores y científicos. Sin embargo, ese optimismo ignoraba un hecho importantísimo: una gran parte de la población fue excluida de esos beneficios. Lima Barreto y Roberto Arlt recorrieron tanto el centro de sus ciudades como los márgenes, percibiendo el abandono de estas últimas. En las crónicas y Aguafuertes, estos narradores describieron el otro lado del llamado “progreso”110f.Dias, AndréScheffel, MarcosMoraes, Anita Martins Rodrigues deFerraro, Paula Daniela2019-02-22T14:14:14Z2019-02-22T14:14:14Z2015info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://app.uff.br/riuff/handle/1/8702openAccesshttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/CC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2021-12-09T19:14:10Zoai:app.uff.br:1/8702Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202021-12-09T19:14:10Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false
dc.title.none.fl_str_mv Cidades Crônicas: Rio de Janeiro e Buenos Aires nas crônicas de Lima Barreto e nas aguafuertes de Roberto Arlt
title Cidades Crônicas: Rio de Janeiro e Buenos Aires nas crônicas de Lima Barreto e nas aguafuertes de Roberto Arlt
spellingShingle Cidades Crônicas: Rio de Janeiro e Buenos Aires nas crônicas de Lima Barreto e nas aguafuertes de Roberto Arlt
Ferraro, Paula Daniela
Modernização
Progresso
Modernização
Barreto, Lima, 1881-1922
Arlt, Roberto, 1900-1942
Modernización
Progreso
title_short Cidades Crônicas: Rio de Janeiro e Buenos Aires nas crônicas de Lima Barreto e nas aguafuertes de Roberto Arlt
title_full Cidades Crônicas: Rio de Janeiro e Buenos Aires nas crônicas de Lima Barreto e nas aguafuertes de Roberto Arlt
title_fullStr Cidades Crônicas: Rio de Janeiro e Buenos Aires nas crônicas de Lima Barreto e nas aguafuertes de Roberto Arlt
title_full_unstemmed Cidades Crônicas: Rio de Janeiro e Buenos Aires nas crônicas de Lima Barreto e nas aguafuertes de Roberto Arlt
title_sort Cidades Crônicas: Rio de Janeiro e Buenos Aires nas crônicas de Lima Barreto e nas aguafuertes de Roberto Arlt
author Ferraro, Paula Daniela
author_facet Ferraro, Paula Daniela
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Dias, André
Scheffel, Marcos
Moraes, Anita Martins Rodrigues de
dc.contributor.author.fl_str_mv Ferraro, Paula Daniela
dc.subject.por.fl_str_mv Modernização
Progresso
Modernização
Barreto, Lima, 1881-1922
Arlt, Roberto, 1900-1942
Modernización
Progreso
topic Modernização
Progresso
Modernização
Barreto, Lima, 1881-1922
Arlt, Roberto, 1900-1942
Modernización
Progreso
description As cidades do Rio de Janeiro e de Buenos Aires têm passado por processos históricos similares. No final do século XIX e no começo do século XX, os governantes do Brasil e da Argentina sustentaram o projeto político de modernizar esses lugares. Com o olhar na Europa, especialmente na França, foi realizada uma série de modificações que se relacionavam com a ideia de “progresso”. Desse modo, as construções coloniais foram substituídas por grandes prédios, as avenidas foram alargadas e os cafés, confeitarias e bulevares se multiplicaram. No Rio de Janeiro, aliás, aterraram-se algumas regiões do centro, inauguraram-se a Avenida Central e os cais do Porto, e foi demolido o morro do Castelo. Buenos Aires, por outra parte, ampliou a rede ferroviária, alargou a Avenida Corrientes, abriu cinemas, teatros e cafés e inaugurou o metrô (1913). Outros avanços técnicos, como o bonde elétrico, o automóvel, a câmera fotográfica e o cinema acompanharam os processos de mudança de ambas as cidades e transformaram, também, as percepções do tempo e do espaço. A confiança no “progresso” estava presente nos discursos dos políticos, jornalistas, escritores e cientistas. Porém, esse otimismo ignorava um fato importantíssimo: uma grande parte da população foi excluída desses benefícios. Lima Barreto e Roberto Arlt percorreram tanto o centro das suas cidades quanto as margens, percebendo assim o abandono destas últimas. Nas crônicas e Aguafuertes, estes narradores descreveram o outro lado do chamado “progresso”
publishDate 2015
dc.date.none.fl_str_mv 2015
2019-02-22T14:14:14Z
2019-02-22T14:14:14Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://app.uff.br/riuff/handle/1/8702
url https://app.uff.br/riuff/handle/1/8702
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv openAccess
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
CC-BY-SA
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv openAccess
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
CC-BY-SA
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)
instacron:UFF
instname_str Universidade Federal Fluminense (UFF)
instacron_str UFF
institution UFF
reponame_str Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
collection Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)
repository.mail.fl_str_mv riuff@id.uff.br
_version_ 1802135275426545664