Nem mulata, nem doméstica: a visibilidade de meninas e mulheres negras no cotidiano escolar mediada pelo projeto A Cor da Cultura

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Luciana Costa da
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: http://app.uff.br/riuff/handle/1/25245
Resumo: O propósito dessa pesquisa é compreender como as professoras de uma escola da Rede Pública Municipal de Educação de Niterói se apropriam e utilizam as representações das meninas e mulheres negras dos programas do projeto A Cor da Cultura, destinado ao ensino e à valorização da História e da Cultura negras no cotidiano escolar e no combate ao racismo em uma perspectiva interseccional. Dessa forma, iniciamos nossa investigação realizando um levantamento do material produzido pelo projeto, que é produzido a partir de dois componentes norteadores: a produção audiovisual e a formação de professores. Pensando na potencialidade desses recursos para o “fazer” docente na educação para as relações étnico-raciais no cotidiano escolar, realizamos uma pesquisa de campo em uma escola da rede pública de Niterói, através de entrevistas em profundidade com as professoras que nela atuam com o segmento infantil. Ao final, analisamos, com base nos conceitos discutidos nesta pesquisa, os dados colhidos junto às entrevistadas sobre como o Projeto A Cor da Cultura foi aplicado e desenvolvido na rede de ensino, quais os objetivos e resultados. Também investigamos a percepção das professoras sobre a importância da aplicação da lei 10.639/03 no combate à opressão (FREIRE, 1996, 2003) e ao apagamento da história e da cultura das pessoas negras a partir do cotidiano escolar (HELLER, 2014; KOSIK, 1976), especialmente no que se refere às meninas e mulheres negras, que precisam se contrapor às imagens de controle (COLLINS, 2019; GONZALES, 1984) a elas impostas, resistindo ao “lugar” destinado a elas na estrutura de poder racista e sexista (ALMEIDA, 2019; KILOMBA, 2019; NASCIMENTO, 2020) e reivindicando a condição de sujeitas históricas.
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