Paleo-oxigenação do Atlântico Equatorial utilizando análise de poros em foraminíferos bentônicos nos últimos 30 mil anos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Costa, Fernanda Pessanha Alvarenga
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: https://app.uff.br/riuff/handle/1/7837
Resumo: O Atlantico Equatorial Oeste (AEO) compreende parte da AMOC (Atlantic Meridional Overturning Circulation), que é um dos componentes mais importantes na distribuição de calor dos oceanos e que desempenha importante papel na regulação e manutenção do clima no planeta. Durante os Eventos Heinrich (EH) ocorreu enfraquecimento na formação da APAN (Água Profunda do Atlântico Norte) e, consequentemente, perturbação no sistema de circulação oceânico AMOC. Sabe-se que enfraquecimento na circulação oceânica acarreta em diminuição no teor de O2 nas águas do fundo, ocasionando transtornos aos organismos bentônicos. A distribuição de forminíferos é influenciada por diversos fatores, em especial, pelo teor de O2. Estudos apontam que, em ambientes onde este teor é baixo, as testas dos foraminíferos tendem a ter poros maiores e vice-versa. Diante deste contexto, o presente trabalho tem como finalidade avaliar a oxigenação no AEO ao longo dos últimos 30 mil anos, sobretudo durante o evento H1 quando a AMOC é freada, por meio de análise da assembleia de foraminíferos e análise dos poros da espécie Cibicides pseudoungeriana oriundos do testemunho sedimentar MD09-3243CQ. Este foi coletado durante o projeto RETRO no talude da margem continental do nordeste do Brasil a bordo do Cruzeiro Marion Dufresne I73/ Retro III, em outubro de 2009. Como resultado, obteve-se que durante o período interglacial houve aumento nas taxas fotossintéticas, ocasionando maior concentração de O2 e, consequentemente, menor área média dos poros das testas. Além de uma assembleia mais abundante em epifaunais. Durante o H1 (Heinrich 1) observaram-se duas fases, na primeira, o enfraquecimento da AMOC implicou em menores taxas de O2 e como resposta, a área média dos poros aumentaram. Em relação à assembleia, a mesma exibiu a maior abundância de infaunais em relação aos epifaunais. Já durante a 2ª fase, entendeu-se que, com a retomada da AMOC a oxigenação de fundo tenha aumentado e, com isso, os poros das testas diminuíram. Nesta fase, a assembleia apresentou abundância de infaunais menor do que a primeira. Durante o glacial, encontraram-se taxas fotossintéticas menores, em consequência, a área média dos poros aumentou relativamente e assembleia apresentou predomínio de epifaunais, revelando que as concentrações de O2 não foram tão baixas quanto no H1. Com isso, entendeu-se a variação no tamanho do poro como uma característica ecofenotípica que ocorre primeiro, como forma de defesa ou adaptação dos foraminíferos frente às mudanças na oxigenação do meio e somente em casos mais extremos a configuração da fauna é realmente afetada. Além disso, os dados de porosidade foram correlacionados aos dados de 231Pa / 230Th a fim de se verificar a correspondência entre baixa intesidade da AMOC e aumento na porosidade nas testas dos Cibicides pseudoungeriana, com isso, tal relação foi comprvada e se mostrou evidente em torno de 16.000 anos AP
id UFF-2_1a3140577def7f6ecb788e69dee615b5
oai_identifier_str oai:app.uff.br:1/7837
network_acronym_str UFF-2
network_name_str Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
repository_id_str 2120
spelling Paleo-oxigenação do Atlântico Equatorial utilizando análise de poros em foraminíferos bentônicos nos últimos 30 mil anosForaminíferosPorosOxigenaçãoAtlântico Equatorial OesteAMOCForaminífero BentônicoPorosidadeÁgua do marOceano AtlânticoProdução intelectualForaminiferaPoresOxygenationAMOCWest Equatorial AtlanticO Atlantico Equatorial Oeste (AEO) compreende parte da AMOC (Atlantic Meridional Overturning Circulation), que é um dos componentes mais importantes na distribuição de calor dos oceanos e que desempenha importante papel na regulação e manutenção do clima no planeta. Durante os Eventos Heinrich (EH) ocorreu enfraquecimento na formação da APAN (Água Profunda do Atlântico Norte) e, consequentemente, perturbação no sistema de circulação oceânico AMOC. Sabe-se que enfraquecimento na circulação oceânica acarreta em diminuição no teor de O2 nas águas do fundo, ocasionando transtornos aos organismos bentônicos. A distribuição de forminíferos é influenciada por diversos fatores, em especial, pelo teor de O2. Estudos apontam que, em ambientes onde este teor é baixo, as testas dos foraminíferos tendem a ter poros maiores e vice-versa. Diante deste contexto, o presente trabalho tem como finalidade avaliar a oxigenação no AEO ao longo dos últimos 30 mil anos, sobretudo durante o evento H1 quando a AMOC é freada, por meio de análise da assembleia de foraminíferos e análise dos poros da espécie Cibicides pseudoungeriana oriundos do testemunho sedimentar MD09-3243CQ. Este foi coletado durante o projeto RETRO no talude da margem continental do nordeste do Brasil a bordo do Cruzeiro Marion Dufresne I73/ Retro III, em outubro de 2009. Como resultado, obteve-se que durante o período interglacial houve aumento nas taxas fotossintéticas, ocasionando maior concentração de O2 e, consequentemente, menor área média dos poros das testas. Além de uma assembleia mais abundante em epifaunais. Durante o H1 (Heinrich 1) observaram-se duas fases, na primeira, o enfraquecimento da AMOC implicou em menores taxas de O2 e como resposta, a área média dos poros aumentaram. Em relação à assembleia, a mesma exibiu a maior abundância de infaunais em relação aos epifaunais. Já durante a 2ª fase, entendeu-se que, com a retomada da AMOC a oxigenação de fundo tenha aumentado e, com isso, os poros das testas diminuíram. Nesta fase, a assembleia apresentou abundância de infaunais menor do que a primeira. Durante o glacial, encontraram-se taxas fotossintéticas menores, em consequência, a área média dos poros aumentou relativamente e assembleia apresentou predomínio de epifaunais, revelando que as concentrações de O2 não foram tão baixas quanto no H1. Com isso, entendeu-se a variação no tamanho do poro como uma característica ecofenotípica que ocorre primeiro, como forma de defesa ou adaptação dos foraminíferos frente às mudanças na oxigenação do meio e somente em casos mais extremos a configuração da fauna é realmente afetada. Além disso, os dados de porosidade foram correlacionados aos dados de 231Pa / 230Th a fim de se verificar a correspondência entre baixa intesidade da AMOC e aumento na porosidade nas testas dos Cibicides pseudoungeriana, com isso, tal relação foi comprvada e se mostrou evidente em torno de 16.000 anos APConselho Nacional do Desenvolvimento Científico e TecnológicoThe West Equatorial Atlantic (WEA) comprises part of the AMOC (Atlantic Meridional Overturning Circulation), which is one of the most important components in ocean heat distribution and plays an important role in the regulation and maintenance of the climate on the planet. During the Heinrich Events the formation of NADW (North Atlantic Deep Water) was weakened and, consequently, the AMOC was disturbed. It is known that weakening in the ocean circulation leads to a decrease in the O2 content in the bottom waters, causing a trouble to benthic organisms. The distribution of foraminifera is influenced by a lot of factors, in particular, by the content of O2. Studies show that, in environments where this content is low, the tests of the foraminifera tend to have larger pores and vice versa. In this context, the present work aims to evaluate the oxygenation in the WEA over the last 30 thousand years, especially during the H1 event when the AMOC is weakened, through analysis of the foraminifera assemblage and pore analysis of the species Cibicides pseudoungeriana originating from the sedimentary core MD09-3243CQ. This was collected during the RETRO project on the slope of the continental margin of northeastern Brazil on board the Cruise Marion Dufresne I73 / Retro III, in October 2009. As a result, it was obtained that during the interglacial period there was an increase in the photosynthetic rates, causing a higher concentration of O2 and, consequently, a lower mean area of the pores of the tests. Besides, an assemblage more abundant in epifaunals. During the H1 (Heinrich 1) two phases were observed, in the first one, the weakening of the AMOC implied in lower rates of O2 and in response, the average area of the pores increased. In relation to the assembly, it exhibited the greatest abundance of infaunals in relation to the epifaunals. Already during the second phase, it was understood that with the resumption of the AMOC the oxygenation of deep water increased and, with this, the pores of the tests decreased. At this stage, the assemblage had fewer infaunals than the first. During the glacial, smaller photosynthetic rates were found, as a consequence, the average area of the pores increased relatively. And the assemblage showed predominance of epifaunals, showing that O2 concentrations were not as low as in H1. Thus, the variation in pore size was understood as an ecofenotypic characteristic that occurs first, as a form of defense or adaptation of the foraminifera in the face of changes in the oxygenation of the environment, and only in more extreme cases does the configuration of the fauna really affected. In addition, the porosity data were correlated to the 231Pa / 230Th data in order to verify the correspondence between the low AMOC intensity and the increase in the porosity in the Cibicides pseudoungerian tests, with that, this relationship was established and it was evident around of 16.000 years BPNiteróiBarbosa, Cátia FernandesCruz, Anna Paula SoaresCarvalho, Carla Regina AlvesStríkis, Nicolás MissailidisVilela, Cláudia GuterresCosta, Fernanda Pessanha Alvarenga2018-10-25T16:21:06Z2018-10-25T16:21:06Z2018info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://app.uff.br/riuff/handle/1/7837Aluno de MestradoopenAccesshttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/CC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2023-08-01T19:32:07Zoai:app.uff.br:1/7837Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202023-08-01T19:32:07Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false
dc.title.none.fl_str_mv Paleo-oxigenação do Atlântico Equatorial utilizando análise de poros em foraminíferos bentônicos nos últimos 30 mil anos
title Paleo-oxigenação do Atlântico Equatorial utilizando análise de poros em foraminíferos bentônicos nos últimos 30 mil anos
spellingShingle Paleo-oxigenação do Atlântico Equatorial utilizando análise de poros em foraminíferos bentônicos nos últimos 30 mil anos
Costa, Fernanda Pessanha Alvarenga
Foraminíferos
Poros
Oxigenação
Atlântico Equatorial Oeste
AMOC
Foraminífero Bentônico
Porosidade
Água do mar
Oceano Atlântico
Produção intelectual
Foraminifera
Pores
Oxygenation
AMOC
West Equatorial Atlantic
title_short Paleo-oxigenação do Atlântico Equatorial utilizando análise de poros em foraminíferos bentônicos nos últimos 30 mil anos
title_full Paleo-oxigenação do Atlântico Equatorial utilizando análise de poros em foraminíferos bentônicos nos últimos 30 mil anos
title_fullStr Paleo-oxigenação do Atlântico Equatorial utilizando análise de poros em foraminíferos bentônicos nos últimos 30 mil anos
title_full_unstemmed Paleo-oxigenação do Atlântico Equatorial utilizando análise de poros em foraminíferos bentônicos nos últimos 30 mil anos
title_sort Paleo-oxigenação do Atlântico Equatorial utilizando análise de poros em foraminíferos bentônicos nos últimos 30 mil anos
author Costa, Fernanda Pessanha Alvarenga
author_facet Costa, Fernanda Pessanha Alvarenga
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Barbosa, Cátia Fernandes
Cruz, Anna Paula Soares
Carvalho, Carla Regina Alves
Stríkis, Nicolás Missailidis
Vilela, Cláudia Guterres
dc.contributor.author.fl_str_mv Costa, Fernanda Pessanha Alvarenga
dc.subject.por.fl_str_mv Foraminíferos
Poros
Oxigenação
Atlântico Equatorial Oeste
AMOC
Foraminífero Bentônico
Porosidade
Água do mar
Oceano Atlântico
Produção intelectual
Foraminifera
Pores
Oxygenation
AMOC
West Equatorial Atlantic
topic Foraminíferos
Poros
Oxigenação
Atlântico Equatorial Oeste
AMOC
Foraminífero Bentônico
Porosidade
Água do mar
Oceano Atlântico
Produção intelectual
Foraminifera
Pores
Oxygenation
AMOC
West Equatorial Atlantic
description O Atlantico Equatorial Oeste (AEO) compreende parte da AMOC (Atlantic Meridional Overturning Circulation), que é um dos componentes mais importantes na distribuição de calor dos oceanos e que desempenha importante papel na regulação e manutenção do clima no planeta. Durante os Eventos Heinrich (EH) ocorreu enfraquecimento na formação da APAN (Água Profunda do Atlântico Norte) e, consequentemente, perturbação no sistema de circulação oceânico AMOC. Sabe-se que enfraquecimento na circulação oceânica acarreta em diminuição no teor de O2 nas águas do fundo, ocasionando transtornos aos organismos bentônicos. A distribuição de forminíferos é influenciada por diversos fatores, em especial, pelo teor de O2. Estudos apontam que, em ambientes onde este teor é baixo, as testas dos foraminíferos tendem a ter poros maiores e vice-versa. Diante deste contexto, o presente trabalho tem como finalidade avaliar a oxigenação no AEO ao longo dos últimos 30 mil anos, sobretudo durante o evento H1 quando a AMOC é freada, por meio de análise da assembleia de foraminíferos e análise dos poros da espécie Cibicides pseudoungeriana oriundos do testemunho sedimentar MD09-3243CQ. Este foi coletado durante o projeto RETRO no talude da margem continental do nordeste do Brasil a bordo do Cruzeiro Marion Dufresne I73/ Retro III, em outubro de 2009. Como resultado, obteve-se que durante o período interglacial houve aumento nas taxas fotossintéticas, ocasionando maior concentração de O2 e, consequentemente, menor área média dos poros das testas. Além de uma assembleia mais abundante em epifaunais. Durante o H1 (Heinrich 1) observaram-se duas fases, na primeira, o enfraquecimento da AMOC implicou em menores taxas de O2 e como resposta, a área média dos poros aumentaram. Em relação à assembleia, a mesma exibiu a maior abundância de infaunais em relação aos epifaunais. Já durante a 2ª fase, entendeu-se que, com a retomada da AMOC a oxigenação de fundo tenha aumentado e, com isso, os poros das testas diminuíram. Nesta fase, a assembleia apresentou abundância de infaunais menor do que a primeira. Durante o glacial, encontraram-se taxas fotossintéticas menores, em consequência, a área média dos poros aumentou relativamente e assembleia apresentou predomínio de epifaunais, revelando que as concentrações de O2 não foram tão baixas quanto no H1. Com isso, entendeu-se a variação no tamanho do poro como uma característica ecofenotípica que ocorre primeiro, como forma de defesa ou adaptação dos foraminíferos frente às mudanças na oxigenação do meio e somente em casos mais extremos a configuração da fauna é realmente afetada. Além disso, os dados de porosidade foram correlacionados aos dados de 231Pa / 230Th a fim de se verificar a correspondência entre baixa intesidade da AMOC e aumento na porosidade nas testas dos Cibicides pseudoungeriana, com isso, tal relação foi comprvada e se mostrou evidente em torno de 16.000 anos AP
publishDate 2018
dc.date.none.fl_str_mv 2018-10-25T16:21:06Z
2018-10-25T16:21:06Z
2018
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://app.uff.br/riuff/handle/1/7837
Aluno de Mestrado
url https://app.uff.br/riuff/handle/1/7837
identifier_str_mv Aluno de Mestrado
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv openAccess
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
CC-BY-SA
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv openAccess
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
CC-BY-SA
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Niterói
publisher.none.fl_str_mv Niterói
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)
instacron:UFF
instname_str Universidade Federal Fluminense (UFF)
instacron_str UFF
institution UFF
reponame_str Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
collection Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)
repository.mail.fl_str_mv riuff@id.uff.br
_version_ 1802135364599545856