Broncoscopia Pediátrica: experiência de 20 anos de um hospital municipal do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Arantes, Adriana Alvares
Data de Publicação: 2024
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: https://app.uff.br/riuff/handle/1/33836
Resumo: Introdução: O broncofibroscópio para uso pediátrico surgiu na década de 1970, sendo feita a primeira descrição da avaliação das vias aéreas pediátricas através da broncoscopia flexível em 1978. Com o passar dos anos, houve grande aprimoramento tecnológico, o que possibilitou o desenvolvimento de aparelhos cada vez menores, com melhor qualidade de imagem o que, somado ao aprimoramento das técnicas anestésicas, muito ajudou na disseminação da broncoscopia em pediatria, exame com papel importante no manejo de doenças do aparelho respiratório. Objetivos: Descrever a experiência de 20 anos de um serviço de broncoscopia pediátrica, destacando aspectos clínicos e demográficos, indicações, achados endoscópicos e ocorrência de complicações graves. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo, retrospectivo, das broncoscopias realizadas no período de 2000 a 2019, em um hospital pediátrico - RJ, em pacientes, de 0 a 18 anos. Foram avaliadas as seguintes variáveis, extraídas de livro de registro e planilha excel: faixa etária, sexo, unidade de saúde de origem, localização da criança, exame realizado – flexível e/ou rígido, material colhido, indicação e diagnóstico obtido através do exame endoscópico e ocorrência de complicações. Resultados: Foram realizadas 1.372 broncoscopias, sendo 796 (58%) meninos e 676 (49%) lactentes, seguido de 286 (21%) pré- escolares, 241 (18%) escolares, 122 (9%) adolescentes e 41 (3%) recém-nascidos. A broncoscopia flexível foi a técnica utilizada em 941 exames (69%). Estridor foi a indicação em 315 broncoscopias (21%), seguida de investigação de imagens radiológicas (17%), revisão de traqueostomia (11%) e complicações de intubação traqueal (10%), cuja incidência variou nas faixas etárias estudadas. A laringomalácia foi observada em 225 (68%) dos casos de estridor e, inflamação (65- 52%) e plugs de secreção (34- 27%) nos casos de atelectasia. A estenose subglótica foi o diagnóstico endoscópico em 71 (45%) dos exames realizados por complicações de intubação traqueal. Granuloma e malácia supra-ostial ocorreram, respectivamente, em 35% e 20% das crianças traqueostomizadas. A frequência de complicações maiores foi de 0,22%; não houve óbitos. Conclusões: A laringomalácia foi o principal diagnóstico nos casos de estridor. A estenose subglótica foi frequente nos casos em que foi necessário intubação traqueal. A alta frequência de complicações supra-ostiais em crianças traqueostomizadas reforça a necessidade de avaliação endoscópica prévia à decanulação. A broncoscopia mostrou-se um método seguro na população pediátrica.
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Objetivos: Descrever a experiência de 20 anos de um serviço de broncoscopia pediátrica, destacando aspectos clínicos e demográficos, indicações, achados endoscópicos e ocorrência de complicações graves. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo, retrospectivo, das broncoscopias realizadas no período de 2000 a 2019, em um hospital pediátrico - RJ, em pacientes, de 0 a 18 anos. Foram avaliadas as seguintes variáveis, extraídas de livro de registro e planilha excel: faixa etária, sexo, unidade de saúde de origem, localização da criança, exame realizado – flexível e/ou rígido, material colhido, indicação e diagnóstico obtido através do exame endoscópico e ocorrência de complicações. Resultados: Foram realizadas 1.372 broncoscopias, sendo 796 (58%) meninos e 676 (49%) lactentes, seguido de 286 (21%) pré- escolares, 241 (18%) escolares, 122 (9%) adolescentes e 41 (3%) recém-nascidos. A broncoscopia flexível foi a técnica utilizada em 941 exames (69%). Estridor foi a indicação em 315 broncoscopias (21%), seguida de investigação de imagens radiológicas (17%), revisão de traqueostomia (11%) e complicações de intubação traqueal (10%), cuja incidência variou nas faixas etárias estudadas. A laringomalácia foi observada em 225 (68%) dos casos de estridor e, inflamação (65- 52%) e plugs de secreção (34- 27%) nos casos de atelectasia. A estenose subglótica foi o diagnóstico endoscópico em 71 (45%) dos exames realizados por complicações de intubação traqueal. Granuloma e malácia supra-ostial ocorreram, respectivamente, em 35% e 20% das crianças traqueostomizadas. A frequência de complicações maiores foi de 0,22%; não houve óbitos. Conclusões: A laringomalácia foi o principal diagnóstico nos casos de estridor. A estenose subglótica foi frequente nos casos em que foi necessário intubação traqueal. A alta frequência de complicações supra-ostiais em crianças traqueostomizadas reforça a necessidade de avaliação endoscópica prévia à decanulação. A broncoscopia mostrou-se um método seguro na população pediátrica.Introduction: The fiberoptic bronchoscope for pediatric use emerged in the 1970s. The first report of pediatric airway assessment using flexible bronchoscopy was in 1978. Over the years, there was a great technological improvement, which has enabled the development of smaller devices, with even better image quality, which, added to the improvement of anesthetic techniques, greatly helped the bronchoscopy dissemination in pediatrics, an exam with an important role in the management of respiratory system diseases. Objective: The study describes 20-year experience of a pediatric bronchoscopy service, highlighting clinical and demographic aspects, indications, endoscopic findings and the occurrence of complications. Methods: This is a descriptive, retrospective study of bronchoscopy exams performed from 2000 to 2019, in a pediatric hospital-RJ, where all patients aged from 0 and 18 years. Were included the following variables, extracted from a recorded book and excel spreadsheet: age group, sex, home health unit, child ́s location, technique used – flexible and/or rigid, material collected, indication and diagnosis obtained through endoscopic examination and occurrence of complications. Descriptive statistics was applied with the data tabulated in an excel spreadsheet. Results: A total of 1,372 bronchoscopy exams were performed, 796 (58%) were boys and 676 (49%) were infants, followed by 286 (21%) preschoolers, 241 (18%) schoolchildren, 122 (9%) teenagers e 41 (3%) newborns. Flexible bronchoscopy was the technique used in 941 exams (69%). Stridor was the indication in 315 bronchoscopy exams (21%), followed by investigation of radiological images (17%), tracheostomy review (11%) and complications of tracheal intubation (10%), whose incidence varied in the studied age groups. Laryngomalacia was observed in 225 (68%) cases of stridor and inflammation (65- 52%) and secretion plugs (34-27%) in cases of atelectasis. Subglottic stenosis was the endoscopic diagnosis in 71 (45%) of the exams performed for complications of tracheal intubation. Supra-ostial granuloma and malacia are present, respectively, in 35% and 20% of tracheostomized children. The frequency of major complications was 0.22%; there were no deaths. Conclusion: Laryngomalacia was the main diagnosis in cases of stridor. Subglottic stenosis is an important diagnosis in cases where tracheal intubation was required. The high frequency of supra-ostial complications in tracheostomized children reinforces the need for endoscopic evaluation prior to decannulation. Bronchoscopy proved to be a safe method in the pediatric population.82 f.Sant ́Anna., Maria de Fátima Bazhuni Pombohttp://lattes.cnpq.br/7938497978049316Sant ́Anna, Clemax Coutohttp://lattes.cnpq.br/7085674308155467Sias, Selma Maria de Azevedohttp://lattes.cnpq.br/6571323597413226Ferreira, Sidneihttp://lattes.cnpq.br/9476144709198377Camargos, Paulo Augusto Moreirahttp://lattes.cnpq.br/9304521461975448http://lattes.cnpq.br/6817667025719917Arantes, Adriana Alvares2024-08-01T17:16:12Z2024-08-01T17:16:12Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfARANTES, Adriana Alvares. Broncoscopia Pediátrica: experiência de 20 anos de um hospital municipal do Rio de Janeiro. 2023. 82 f. 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