Impacto da plastisfera no microbioma de tartarugas-verdes (Chelonia mydas Linnaeus, 1758) na praia de Itaipu, Niterói, Rio de Janeiro, Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rangel, Filipe Berbeti
Data de Publicação: 2024
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: http://app.uff.br/riuff/handle/1/31788
Resumo: Os materiais plásticos se popularizaram em diversos setores da indústria por serem baratos, leves e versáteis, tendo sua produção aumentada na década de 50 e impulsionada cada vez mais até os dias de hoje. Contudo, o descarte desses objetos vem sendo feito de forma incorreta, o que leva ao seu aparecimento e acúmulo em diversos locais. A presença de materiais plásticos nos oceanos já representa um problema de contaminação crônica, agravado pelo fato desses resíduos se degradarem em pedaços de diversos tamanhos, dando origem a partículas menores conhecidas como microplásticos. Essa ampla gama de tamanhos de plástico, afeta a vida marinha de diferentes formas, seja pelo emaranhamento em resíduos, maiores, pela ingestão desse material ou até mesmo por este proporcionar uma superfície propícia ao crescimento de patógenos microbianos. Nesse sentido, a plastisfera é definida como um micro-habitat, onde resíduos plásticos criam um ambiente favorável à formação de biofilme, servindo assim de hotspot para bactérias patogênicas e genes de resistência a antibióticos (ARGs). As Tartarugas marinhas vêm sendo classificadas como os organismos mais afetados pela poluição plástica e muitas vezes, esses animais ingerem resíduos plásticos de forma direta, quando intencionalmente se alimentam desses elementos por confundi-los com recursos alimentares, ou indireta, quando os resíduos estão aderidos a sua fonte de alimento, como aglomerados de algas, por exemplo. Porém, ainda não foi elucidado como esses poluentes combinados a patógenos podem afetar os animais que fazem sua ingestão, nesse sentido as tartarugas se mostram como um ótimo modelo para entender melhor essa interação. Assim, o presente estudo tem como objetivo, investigar a aparição de possíveis patógenos em tartarugas marinhas da espécie Chelonia mydas e verificar se a plastisfera estaria carreando tais bactérias e genes para o microbioma desses animais. Para tanto, foi realizada a coleta de amostras de swab cloacal de tartarugas-verdes durante a captura intencional realizada pelo Projeto Aruanã na Praia de Itaipu em outubro de 2022, além de amostras de água do mar, algas e plástico, seguida pela extração de DNA dessas amostras e o sequenciamento da região variável V4 - V5 do gene 16S rRNA. Os resultados indicaram que o microbioma das tartarugas apresentou mais similaridade com o microbioma presente nas amostras de plástico do que com a microbiota presente nas amostras de algas e da própria água. Os Filos Proteobacteria e Cyanobacteria foram os mais abundantes em todas as amostras e dentre os 10 táxons mais abundantes, quatro estão inseridos na família Flavobacteraceae, que apresenta grande relação com a aparição de patógenos e ARGs. Com isso, foi possível observar que os resultados apontaram os resíduos plásticos como possíveis carreadores de patógenos para o microbioma de organismos que fazem a sua ingestão, como é o caso das tartarugas-verdes.
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