Avaliação da capacidade de virulência de amostras de Streptococcus agalactiae isoladas de diferentes espécimes clínicos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ferreira, Mariana Nunes Marinho Ritter
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: https://app.uff.br/riuff/handle/1/23164
http://dx.doi.org/10.22409/PPGMPA.2021.m.16677902773
Resumo: Streptococcus agalactiae ou estreptococo do grupo B (EGB) é agente etiológico de diversas infecções humanas, acometendo principalmente recém-nascidos e indivíduos imunocomprometidos. EGB expressa diversos fatores que contribuem para a adesão, invasão e agressão celular, além da evasão do sistema imune do hospedeiro. A capacidade de produzir biofilme contribui para a persistência, e consequentemente, para a virulência da espécie. Apesar dos aspectos relacionados à patogenicidade já investigados, são poucos os estudos que avaliam, em conjunto, a diversidade genética e o repertório de fatores de virulência de amostras isoladas de diferentes espécimes. Este estudo investigou alguns destes fatores associando-os a marcadores epidemiológicos. A capacidade de uma mesma cepa em colonizar e causar infecção em diferentes indivíduos também foi investigada. Foram selecionadas 32 amostras de EGB, isoladas de sítios de colonização e de infecção, e que expressavam os tipos capsulares mais relevantes. A avaliação da diversidade genética foi realizada pela análise de perfis de fragmentação do DNA, através de PFGE. Os determinantes genéticos que codificam os dois componentes da proteína C, alfa (gene bca) e o antígeno beta (bac) foram investigados. A expressão fenotípica de β-hemolisina/citolisina (β-H/C), a capacidade de produção de biofilme e a cinética de crescimento bacteriano também foram avaliadas. Foram observados perfis de PFGE idênticos ou muito relacionados entre amostras dos tipos capsulares Ia, Ib, IV ou V, isoladas de diferentes espécimes, evidenciando que uma mesma cepa pode colonizar e causar infecção. Duas amostras do tipo III, isoladas de sangue de recém-natos em 2005 e 2019, apresentaram perfil idêntico, evidenciando a circulação de clones específicos por longos períodos. O gene bac foi detectado em 18,8% das amostras e o gene bca em 25%, este último associado a amostras oriundas de sítios de colonização. O tipo capsular Ib foi significativamente associado aos genes bac e bca. A maioria das amostras oriundas de sítios de infecção apresentou moderada expressão de β-H/C, enquanto que a forte expressão ocorreu principalmente entre amostras de colonização. Amostras isoladas de urina foram fortes produtoras de biofilme, independentemente do tipo capsular. O tipo capsular também não influenciou a cinética de crescimento; por outro lado, amostras oriundas de colonização cresceram significativamente mais rápido, nas primeiras horas do ensaio. A adição de glicose favoreceu o crescimento contínuo até o fim do ensaio (24h), enquanto que amostras cultivadas sem glicose chegaram à estabilidade populacional em 5-6h de incubação. O tempo de geração médio foi 92 minutos, sem diferenças significativas em relação à origem ou ao tipo capsular das amostras. Algumas amostras se destacaram por apresentarem a maioria dos fatores avaliados, o que ilustra o potencial patogênico desta espécie
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Este estudo investigou alguns destes fatores associando-os a marcadores epidemiológicos. A capacidade de uma mesma cepa em colonizar e causar infecção em diferentes indivíduos também foi investigada. Foram selecionadas 32 amostras de EGB, isoladas de sítios de colonização e de infecção, e que expressavam os tipos capsulares mais relevantes. A avaliação da diversidade genética foi realizada pela análise de perfis de fragmentação do DNA, através de PFGE. Os determinantes genéticos que codificam os dois componentes da proteína C, alfa (gene bca) e o antígeno beta (bac) foram investigados. A expressão fenotípica de β-hemolisina/citolisina (β-H/C), a capacidade de produção de biofilme e a cinética de crescimento bacteriano também foram avaliadas. Foram observados perfis de PFGE idênticos ou muito relacionados entre amostras dos tipos capsulares Ia, Ib, IV ou V, isoladas de diferentes espécimes, evidenciando que uma mesma cepa pode colonizar e causar infecção. Duas amostras do tipo III, isoladas de sangue de recém-natos em 2005 e 2019, apresentaram perfil idêntico, evidenciando a circulação de clones específicos por longos períodos. O gene bac foi detectado em 18,8% das amostras e o gene bca em 25%, este último associado a amostras oriundas de sítios de colonização. O tipo capsular Ib foi significativamente associado aos genes bac e bca. A maioria das amostras oriundas de sítios de infecção apresentou moderada expressão de β-H/C, enquanto que a forte expressão ocorreu principalmente entre amostras de colonização. Amostras isoladas de urina foram fortes produtoras de biofilme, independentemente do tipo capsular. O tipo capsular também não influenciou a cinética de crescimento; por outro lado, amostras oriundas de colonização cresceram significativamente mais rápido, nas primeiras horas do ensaio. A adição de glicose favoreceu o crescimento contínuo até o fim do ensaio (24h), enquanto que amostras cultivadas sem glicose chegaram à estabilidade populacional em 5-6h de incubação. O tempo de geração médio foi 92 minutos, sem diferenças significativas em relação à origem ou ao tipo capsular das amostras. Algumas amostras se destacaram por apresentarem a maioria dos fatores avaliados, o que ilustra o potencial patogênico desta espécieStreptococcus agalactiae or group B Streptococcus (GBS) is an etiological agent of several human infections, affecting mainly newborns and immunocompromised individuals. GBS expresses several factors that contribute to cell adhesion, invasion and aggression, in addition to the evasion of the host's immune system. The ability to form biofilm colaborates to the persistence, and consequently, to the virulence of the species. Despite the aspects related to pathogenicity already investigated, there are few studies that evaluate, together, the genetic diversity and the repertoire of virulence factors of samples recovered from different specimens. This study investigated some of these factors, associating them with epidemiological markers. The ability of the same strain to colonize and cause infection in different individuals was also evaluated. Thirty-two samples of GBS, recovered from colonization and infection sites, with the most frequent capsular types, were selected. Evaluation of genetic diversity was performed by analyzing DNA fragmentation profiles, using PFGE. The genetic determinants alpha (bca gene) and beta antigen (bac), that encode the two components of the C protein, were investigated. Phenotypic expression of β-hemolysin/cytolysin (β-H/C), the ability to produce biofilm and bacterial growth kinetics were also evaluated. Identical or closely related PFGE profiles were observed between isolates of serotypes Ia, Ib, IV or V, recovered from different specimens, showing that the same strain can colonize and cause infection. Two type III isolates, recovered from blood of newborns in 2005 and 2019, presented an identical profile, revealing the circulation of specific clones for long periods. The bac gene was detected in 18.8% and bca gene in 25%, the latter associated with isolates recovered from colonization sites. Capsular type Ib was significantly associated with both bac and bca genes. Most of the isolates recovered from infection sites presented moderate expression of β-H/C, while the stronger expression occurred mainly among colonization isolates. Isolates recovered from urine were strong biofilm producers, regardless of the capsular type. Capsular type did not influence the growth rates, on the other hand, samples from colonization grew significantly faster, in the first hours of the experiment. The addition of glucose favored continuous growth until the end of the experiment (24h), while isolates grown without glucose reached population stability in 5-6 hours of incubation. The average doubling time was 92 minutes, with no significant differences regarding isolates origin or capsular type. Some samples have stood out for presenting most of the factors evaluated, which illustrates the pathogenic potential of this species69 f.NiteróiBarros, Rosana RochaRabello, Renata FernandesSouza, Cláudia Rezende Vieira de MendonçaPinto, Tatiana de Castro Abreuhttp://lattes.cnpq.br/6848224150733128http://lattes.cnpq.br/6474330162286763Ferreira, Mariana Nunes Marinho Ritter2021-09-09T18:11:36Z2021-09-09T18:11:36Z2021info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://app.uff.br/riuff/handle/1/23164Aluno de Mestradohttp://dx.doi.org/10.22409/PPGMPA.2021.m.16677902773Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/CC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2021-09-09T18:11:36Zoai:app.uff.br:1/23164Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202024-08-19T11:08:46.318217Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false
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