Qualidade do leite de cabra in natura pela detecção de microrganismos, susceptibilidade antimicrobiana, parâmetros físico-químicos, contagem de células somáticas, contagem total bacteriana e resíduo antimicrobiano

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pereira, Camila Serva
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: http://app.uff.br/riuff/handle/1/28482
Resumo: A caprinocultura leiteira vem ganhando destaque nos últimos anos impulsionado por incentivos governamentais e privados. Em contrapartida, a mastite acarreta representa grandes perdas econômicas no segmento leiteiro tanto na quantidade como na qualidade do leite produzido. Foi realizado um estudo da mastite subclínica em nove rebanhos de cabras leiteiras localizadas no Estado do Rio de Janeiro, totalizando 140 amostras de leite (uma amostras por animal), com o objetivo de avaliar a qualidade do leite de cabra pelo cultivo microbiológico e reação em cadeia da polimerase (PCR) do leite in natura para pesquisa de Staphylococcus aureus, contagem de células somáticas (CCS), contagem bacteriana total (CBT), análises físico-química, verificação do perfil de resistência antimicrobiana in vitro de Staphylococcus spp., detecção de genes de resistência a beta-lactâmicos e a presença de resíduos antimicrobianos. Houve crescimento bacteriano em 64 amostras (48%), dentre essas 10 obtiveram isolamento de dois microrganismos associados. Dos 77 isolados encontrados, 58,4% foram identificados como Staphylococcus coagulase negativa (SCN), 11,58% Staphylococcus Coagulase Positiva, 14,16% bastonetes gram negativos da família das enterobactérias (incluindo E. coli e Serratia sp.), 6,49% Bacillus spp., 5,19% Streptococcus spp. e 3,89% Enterococcus spp. A associação de SCN e bastonete gram negativo apresentou o maior número, com 50%, seguido de 20% Staphylococcus Coagulase Positiva + Enterococcus sp. e 10% SCN + Bacillus spp., Streptococcus spp. + Bacillus spp. e Streptococcus spp. + Bastonete Gram Negativo. No teste de difusão em disco realizado com 54 isolados de Staphylococcus spp., o antimicrobiano mais efetivo foi o florfenicol (1,7%) e as maiores resistências foram para ampicilina e penicilina (50%), seguida da oxacilina (32,70% ), tetraciclina (8,60%), cefoxitina( 6,89%), norfloxacina (5%), gentamicina e cefalotina (3,40%). A múltipla resistência a dois ou mais antimicrobianos foi observada em 57,40% dos isolados. Nenhuma amostra de leite obteve positividade para Staphylococcus aureus no cultivo e na PCR. A média de CCS de 2.152.000 células/mL está acima do recomendado pela literatura. Não houve associação significativa entre o isolamento bacteriano e os valores obtidos na contagem de células somáticas (t-Student p > 0,05). A média de CBT de 842.000 UFC/mL de leite foi acima do preconizado pela legislação. As análises físico-químicas realizadas no leite foram: porcentagens de gordura, proteína e lactose por absorção infravermelha, bem como de sólidos totais, por soma dos valores dos componentes anteriores. A acidez, pela titulação de leite por solução alcalina (NaOH 0,1N), utilizando-se como indicador a fenolftaleína e o resultado expresso em graus Dornic (°D). A determinação de cloretos pelo método mercurométrico e densidade a 15°C em aparelho eletrônico. Alguns rebanhos não atenderam aos padrões físico-químicos exigidos pela legislação. A acidez apresentou diferença significativa quando associada ao isolamento bacteriano (p<0,05). O risco (odds ratio) de detecção bacteriana em caso de acidez elevada aumentado em 1,15 vezes quando comparado a amostras com acidez normal. A contribuição de todos os fatores físico-químicos a CBT somou 41,08%, sendo a lactose o fator que mais contribuiu isoladamente (p<0,05). Em dezenove amostras isoladas de mastite caprina subclínica dos mesmos rebanhos estudados, foi realizada a técnica proteômica MALDI-TOF para identificação das espécies; detecção fenotípica de resistência aos beta-lactâmicos pela difusão em disco simples de oxacilina, cefoxitina, penicilina G e amoxacilina + ácido clavulânico, ágar “screen” de oxacilina e microdiluição em caldo (MIC) de cefoxitina, e a detecção de 7 genes de resistência à oxacilina de Staphylococcus spp. através da PCR para amplificação dos genes: mecA (MURAKAMI et al. 1991), mecA variante (MELO et al. 2014), mecI (LENCASTRE; OLIVEIRA 2002), mecRI (ROSATO et al. 2003), mecC (STEEGER et al. 2012) e blaZ (ROSATO et al. 2003). Foram identificadas como Staphylococcus epidermidis 47,36%, 15,78% como Staphylococcus warneri, 10,52% como Staphylococcus caprae e Staphylococcus aureus e 5,26% tanto para Staphylococcus lugdunensis, como para Staphylococcus simulans e Staphylococcus cohnii. Os isolados caracterizados pelo MALDI-TOF foram confirmados como Staphylococcus spp. pela PCR para o gene 16rRNA. O teste de difusão em disco demonstrou resistência de 58% para penicilina G e 26,31% tanto para cefoxitina como para oxacilina. Todas as amostras foram sensíveis a amoxicilina + ácido clavulânico e ao ágar “screen” de oxacilina. À MIC, 63,15% das amostras foram resistentes a cefoxitina, sendo que 52,63% com MIC ≥ 8,0 µg/ml e 10,52% com MIC ≥ 16 µg/ml. Duas amostras de Staphylococcus epidermidis apresentaram o gene mecA proposto por Murakami et al. (1991). Todos os isolados foram negativos para o gene mecA variante (MELO et. al, 2014), mecl, mecRI mecC e blaZ. Nenhuma amostra apresentou resíduo acima dos limites máximos permitidos. SCN foi o agente bacteriano isolado com maior frequência e a resistência antimicrobiana dessas cepas frente a ampicilina, penicilina e oxacilina, alertam para alterações do perfil de sensibilidade destes patógenos ao longo dos anos. A elevada taxa de resistência fenotípica acompanhada por uma baixa detecção genotípica nos isolados de Staphylococcus spp., pode estar relacionada a alterações nos genes desencadeadas por mutações, fagos, plasmídeos e transposons. Tais achados reforçam a importância deste grupo de microrganismos na etiologia da mastite subclínica em caprinos e abre perspectivas para futuras pesquisas para a investigação da epidemiologia da doença. A CCS não se correlaciona com os resultados do isolamento bacteriano, devendo ser avaliada com cautela em estudos sobre mastite subclínica em cabras. Esse estudo demonstra a importância e a necessidade de um monitoramento constante por parte dos órgãos responsáveis e por instituições de pesquisa quanto a qualidade e a integridade do leite de cabra que é fornecido a população.
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Foi realizado um estudo da mastite subclínica em nove rebanhos de cabras leiteiras localizadas no Estado do Rio de Janeiro, totalizando 140 amostras de leite (uma amostras por animal), com o objetivo de avaliar a qualidade do leite de cabra pelo cultivo microbiológico e reação em cadeia da polimerase (PCR) do leite in natura para pesquisa de Staphylococcus aureus, contagem de células somáticas (CCS), contagem bacteriana total (CBT), análises físico-química, verificação do perfil de resistência antimicrobiana in vitro de Staphylococcus spp., detecção de genes de resistência a beta-lactâmicos e a presença de resíduos antimicrobianos. Houve crescimento bacteriano em 64 amostras (48%), dentre essas 10 obtiveram isolamento de dois microrganismos associados. Dos 77 isolados encontrados, 58,4% foram identificados como Staphylococcus coagulase negativa (SCN), 11,58% Staphylococcus Coagulase Positiva, 14,16% bastonetes gram negativos da família das enterobactérias (incluindo E. coli e Serratia sp.), 6,49% Bacillus spp., 5,19% Streptococcus spp. e 3,89% Enterococcus spp. A associação de SCN e bastonete gram negativo apresentou o maior número, com 50%, seguido de 20% Staphylococcus Coagulase Positiva + Enterococcus sp. e 10% SCN + Bacillus spp., Streptococcus spp. + Bacillus spp. e Streptococcus spp. + Bastonete Gram Negativo. No teste de difusão em disco realizado com 54 isolados de Staphylococcus spp., o antimicrobiano mais efetivo foi o florfenicol (1,7%) e as maiores resistências foram para ampicilina e penicilina (50%), seguida da oxacilina (32,70% ), tetraciclina (8,60%), cefoxitina( 6,89%), norfloxacina (5%), gentamicina e cefalotina (3,40%). A múltipla resistência a dois ou mais antimicrobianos foi observada em 57,40% dos isolados. Nenhuma amostra de leite obteve positividade para Staphylococcus aureus no cultivo e na PCR. A média de CCS de 2.152.000 células/mL está acima do recomendado pela literatura. Não houve associação significativa entre o isolamento bacteriano e os valores obtidos na contagem de células somáticas (t-Student p > 0,05). A média de CBT de 842.000 UFC/mL de leite foi acima do preconizado pela legislação. As análises físico-químicas realizadas no leite foram: porcentagens de gordura, proteína e lactose por absorção infravermelha, bem como de sólidos totais, por soma dos valores dos componentes anteriores. A acidez, pela titulação de leite por solução alcalina (NaOH 0,1N), utilizando-se como indicador a fenolftaleína e o resultado expresso em graus Dornic (°D). A determinação de cloretos pelo método mercurométrico e densidade a 15°C em aparelho eletrônico. Alguns rebanhos não atenderam aos padrões físico-químicos exigidos pela legislação. A acidez apresentou diferença significativa quando associada ao isolamento bacteriano (p<0,05). O risco (odds ratio) de detecção bacteriana em caso de acidez elevada aumentado em 1,15 vezes quando comparado a amostras com acidez normal. A contribuição de todos os fatores físico-químicos a CBT somou 41,08%, sendo a lactose o fator que mais contribuiu isoladamente (p<0,05). Em dezenove amostras isoladas de mastite caprina subclínica dos mesmos rebanhos estudados, foi realizada a técnica proteômica MALDI-TOF para identificação das espécies; detecção fenotípica de resistência aos beta-lactâmicos pela difusão em disco simples de oxacilina, cefoxitina, penicilina G e amoxacilina + ácido clavulânico, ágar “screen” de oxacilina e microdiluição em caldo (MIC) de cefoxitina, e a detecção de 7 genes de resistência à oxacilina de Staphylococcus spp. através da PCR para amplificação dos genes: mecA (MURAKAMI et al. 1991), mecA variante (MELO et al. 2014), mecI (LENCASTRE; OLIVEIRA 2002), mecRI (ROSATO et al. 2003), mecC (STEEGER et al. 2012) e blaZ (ROSATO et al. 2003). Foram identificadas como Staphylococcus epidermidis 47,36%, 15,78% como Staphylococcus warneri, 10,52% como Staphylococcus caprae e Staphylococcus aureus e 5,26% tanto para Staphylococcus lugdunensis, como para Staphylococcus simulans e Staphylococcus cohnii. Os isolados caracterizados pelo MALDI-TOF foram confirmados como Staphylococcus spp. pela PCR para o gene 16rRNA. O teste de difusão em disco demonstrou resistência de 58% para penicilina G e 26,31% tanto para cefoxitina como para oxacilina. Todas as amostras foram sensíveis a amoxicilina + ácido clavulânico e ao ágar “screen” de oxacilina. À MIC, 63,15% das amostras foram resistentes a cefoxitina, sendo que 52,63% com MIC ≥ 8,0 µg/ml e 10,52% com MIC ≥ 16 µg/ml. Duas amostras de Staphylococcus epidermidis apresentaram o gene mecA proposto por Murakami et al. (1991). Todos os isolados foram negativos para o gene mecA variante (MELO et. al, 2014), mecl, mecRI mecC e blaZ. Nenhuma amostra apresentou resíduo acima dos limites máximos permitidos. SCN foi o agente bacteriano isolado com maior frequência e a resistência antimicrobiana dessas cepas frente a ampicilina, penicilina e oxacilina, alertam para alterações do perfil de sensibilidade destes patógenos ao longo dos anos. A elevada taxa de resistência fenotípica acompanhada por uma baixa detecção genotípica nos isolados de Staphylococcus spp., pode estar relacionada a alterações nos genes desencadeadas por mutações, fagos, plasmídeos e transposons. Tais achados reforçam a importância deste grupo de microrganismos na etiologia da mastite subclínica em caprinos e abre perspectivas para futuras pesquisas para a investigação da epidemiologia da doença. A CCS não se correlaciona com os resultados do isolamento bacteriano, devendo ser avaliada com cautela em estudos sobre mastite subclínica em cabras. Esse estudo demonstra a importância e a necessidade de um monitoramento constante por parte dos órgãos responsáveis e por instituições de pesquisa quanto a qualidade e a integridade do leite de cabra que é fornecido a população.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorFundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de JaneiroA caprinocultura leiteira vem ganhando destaque nos últimos anos impulsionado por incentivos governamentais e privados. Em contrapartida, a mastite acarreta representa grandes perdas econômicas no segmento leiteiro tanto na quantidade como na qualidade do leite produzido. Foi realizado um estudo da mastite subclínica em nove rebanhos de cabras leiteiras localizadas no Estado do Rio de Janeiro, totalizando 140 amostras de leite (uma amostras por animal), com o objetivo de avaliar a qualidade do leite de cabra pelo cultivo microbiológico e reação em cadeia da polimerase (PCR) do leite in natura para pesquisa de Staphylococcus aureus, contagem de células somáticas (CCS), contagem bacteriana total (CBT), análises físico-química, verificação do perfil de resistência antimicrobiana in vitro de Staphylococcus spp., detecção de genes de resistência a beta-lactâmicos e a presença de resíduos antimicrobianos. Houve crescimento bacteriano em 64 amostras (48%), dentre essas 10 obtiveram isolamento de dois microrganismos associados. Dos 77 isolados encontrados, 58,4% foram identificados como Staphylococcus coagulase negativa (SCN), 11,58% Staphylococcus Coagulase Positiva, 14,16% bastonetes gram negativos da família das enterobactérias (incluindo E. coli e Serratia sp.), 6,49% Bacillus spp., 5,19% Streptococcus spp. e 3,89% Enterococcus spp. A associação de SCN e bastonete gram negativo apresentou o maior número, com 50%, seguido de 20% Staphylococcus Coagulase Positiva + Enterococcus sp. e 10% SCN + Bacillus spp., Streptococcus spp. + Bacillus spp. e Streptococcus spp. + Bastonete Gram Negativo. No teste de difusão em disco realizado com 54 isolados de Staphylococcus spp., o antimicrobiano mais efetivo foi o florfenicol (1,7%) e as maiores resistências foram para ampicilina e penicilina (50%), seguida da oxacilina (32,70% ), tetraciclina (8,60%), cefoxitina( 6,89%), norfloxacina (5%), gentamicina e cefalotina (3,40%). A múltipla resistência a dois ou mais antimicrobianos foi observada em 57,40% dos isolados. Nenhuma amostra de leite obteve positividade para Staphylococcus aureus no cultivo e na PCR. A média de CCS de 2.152.000 células/mL está acima do recomendado pela literatura. Não houve associação significativa entre o isolamento bacteriano e os valores obtidos na contagem de células somáticas (t-Student p > 0,05). A média de CBT de 842.000 UFC/mL de leite foi acima do preconizado pela legislação. As análises físico-químicas realizadas no leite foram: porcentagens de gordura, proteína e lactose por absorção infravermelha, bem como de sólidos totais, por soma dos valores dos componentes anteriores. A acidez, pela titulação de leite por solução alcalina (NaOH 0,1N), utilizando-se como indicador a fenolftaleína e o resultado expresso em graus Dornic (°D). A determinação de cloretos pelo método mercurométrico e densidade a 15°C em aparelho eletrônico. Alguns rebanhos não atenderam aos padrões físico-químicos exigidos pela legislação. A acidez apresentou diferença significativa quando associada ao isolamento bacteriano (p<0,05). O risco (odds ratio) de detecção bacteriana em caso de acidez elevada aumentado em 1,15 vezes quando comparado a amostras com acidez normal. A contribuição de todos os fatores físico-químicos a CBT somou 41,08%, sendo a lactose o fator que mais contribuiu isoladamente (p<0,05). Em dezenove amostras isoladas de mastite caprina subclínica dos mesmos rebanhos estudados, foi realizada a técnica proteômica MALDI-TOF para identificação das espécies; detecção fenotípica de resistência aos beta-lactâmicos pela difusão em disco simples de oxacilina, cefoxitina, penicilina G e amoxacilina + ácido clavulânico, ágar “screen” de oxacilina e microdiluição em caldo (MIC) de cefoxitina, e a detecção de 7 genes de resistência à oxacilina de Staphylococcus spp. através da PCR para amplificação dos genes: mecA (MURAKAMI et al. 1991), mecA variante (MELO et al. 2014), mecI (LENCASTRE; OLIVEIRA 2002), mecRI (ROSATO et al. 2003), mecC (STEEGER et al. 2012) e blaZ (ROSATO et al. 2003). Foram identificadas como Staphylococcus epidermidis 47,36%, 15,78% como Staphylococcus warneri, 10,52% como Staphylococcus caprae e Staphylococcus aureus e 5,26% tanto para Staphylococcus lugdunensis, como para Staphylococcus simulans e Staphylococcus cohnii. Os isolados caracterizados pelo MALDI-TOF foram confirmados como Staphylococcus spp. pela PCR para o gene 16rRNA. O teste de difusão em disco demonstrou resistência de 58% para penicilina G e 26,31% tanto para cefoxitina como para oxacilina. Todas as amostras foram sensíveis a amoxicilina + ácido clavulânico e ao ágar “screen” de oxacilina. À MIC, 63,15% das amostras foram resistentes a cefoxitina, sendo que 52,63% com MIC ≥ 8,0 µg/ml e 10,52% com MIC ≥16 µg/ml. Duas amostras de Staphylococcus epidermidis apresentaram o gene mecA proposto por Murakami et al. (1991). Todos os isolados foram negativos para o gene mecA variante (MELO et. al, 2014), mecl, mecRI mecC e blaZ. Nenhuma amostra apresentou resíduo acima dos limites máximos permitidos. SCN foi o agente bacteriano isolado com maior frequência e a resistência antimicrobiana dessas cepas frente a ampicilina, penicilina e oxacilina, alertam para alterações do perfil de sensibilidade destes patógenos ao longo dos anos. A elevada taxa de resistência fenotípica acompanhada por uma baixa detecção genotípica nos isolados de Staphylococcus spp., pode estar relacionada a alterações nos genes desencadeadas por mutações, fagos, plasmídeos e transposons. Tais achados reforçam a importância deste grupo de microrganismos na etiologia da mastite subclínica em caprinos e abre perspectivas para futuras pesquisas para a investigação da epidemiologia da doença. A CCS não se correlaciona com os resultados do isolamento bacteriano, devendo ser avaliada com cautela em estudos sobre mastite subclínica em cabras. Esse estudo demonstra a importância e a necessidade de um monitoramento constante por parte dos órgãos responsáveis e por instituições de pesquisa quanto a qualidade e a integridade do leite de cabra que é fornecido a população.102 f.Nascimento, Elmiro Rosendo dohttp://lattes.cnpq.br/2716804135366844Pereira, Virginia Léo de Almeidahttp://lattes.cnpq.br/0129521821359619Barreto, Maria Lúciahttp://lattes.cnpq.br/2835053802993430Coelho, Shana de Mattos de Oliveirahttp://lattes.cnpq.br/3212438357088121Silva, Rita de Cássia Figueirahttp://lattes.cnpq.br/1503233405393869http://lattes.cnpq.br/1294497808583028Pereira, Camila Serva2023-04-06T12:23:21Z2023-04-06T12:23:21Z2016info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfPEREIRA, Camila Serva. Qualidade do leite de cabra in natura pela detecção de microrganismos, susceptibilidade antimicrobiana, parâmetros físico-químicos, contagem de células somáticas, contagem total bacteriana e resíduo antimicrobiano. 2016. 102 f. Tese (Doutorado em Higiene Veterinária e Processamento Tecnológico de Produtos de Origem Animal) - Faculdade de Veterinária, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2016.http://app.uff.br/riuff/handle/1/28482CC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2023-04-06T12:23:26Zoai:app.uff.br:1/28482Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202024-08-19T11:06:10.114943Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false
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As análises físico-químicas realizadas no leite foram: porcentagens de gordura, proteína e lactose por absorção infravermelha, bem como de sólidos totais, por soma dos valores dos componentes anteriores. A acidez, pela titulação de leite por solução alcalina (NaOH 0,1N), utilizando-se como indicador a fenolftaleína e o resultado expresso em graus Dornic (°D). A determinação de cloretos pelo método mercurométrico e densidade a 15°C em aparelho eletrônico. Alguns rebanhos não atenderam aos padrões físico-químicos exigidos pela legislação. A acidez apresentou diferença significativa quando associada ao isolamento bacteriano (p<0,05). O risco (odds ratio) de detecção bacteriana em caso de acidez elevada aumentado em 1,15 vezes quando comparado a amostras com acidez normal. A contribuição de todos os fatores físico-químicos a CBT somou 41,08%, sendo a lactose o fator que mais contribuiu isoladamente (p<0,05). Em dezenove amostras isoladas de mastite caprina subclínica dos mesmos rebanhos estudados, foi realizada a técnica proteômica MALDI-TOF para identificação das espécies; detecção fenotípica de resistência aos beta-lactâmicos pela difusão em disco simples de oxacilina, cefoxitina, penicilina G e amoxacilina + ácido clavulânico, ágar “screen” de oxacilina e microdiluição em caldo (MIC) de cefoxitina, e a detecção de 7 genes de resistência à oxacilina de Staphylococcus spp. através da PCR para amplificação dos genes: mecA (MURAKAMI et al. 1991), mecA variante (MELO et al. 2014), mecI (LENCASTRE; OLIVEIRA 2002), mecRI (ROSATO et al. 2003), mecC (STEEGER et al. 2012) e blaZ (ROSATO et al. 2003). Foram identificadas como Staphylococcus epidermidis 47,36%, 15,78% como Staphylococcus warneri, 10,52% como Staphylococcus caprae e Staphylococcus aureus e 5,26% tanto para Staphylococcus lugdunensis, como para Staphylococcus simulans e Staphylococcus cohnii. Os isolados caracterizados pelo MALDI-TOF foram confirmados como Staphylococcus spp. pela PCR para o gene 16rRNA. O teste de difusão em disco demonstrou resistência de 58% para penicilina G e 26,31% tanto para cefoxitina como para oxacilina. Todas as amostras foram sensíveis a amoxicilina + ácido clavulânico e ao ágar “screen” de oxacilina. À MIC, 63,15% das amostras foram resistentes a cefoxitina, sendo que 52,63% com MIC ≥ 8,0 µg/ml e 10,52% com MIC ≥ 16 µg/ml. Duas amostras de Staphylococcus epidermidis apresentaram o gene mecA proposto por Murakami et al. (1991). Todos os isolados foram negativos para o gene mecA variante (MELO et. al, 2014), mecl, mecRI mecC e blaZ. Nenhuma amostra apresentou resíduo acima dos limites máximos permitidos. SCN foi o agente bacteriano isolado com maior frequência e a resistência antimicrobiana dessas cepas frente a ampicilina, penicilina e oxacilina, alertam para alterações do perfil de sensibilidade destes patógenos ao longo dos anos. A elevada taxa de resistência fenotípica acompanhada por uma baixa detecção genotípica nos isolados de Staphylococcus spp., pode estar relacionada a alterações nos genes desencadeadas por mutações, fagos, plasmídeos e transposons. Tais achados reforçam a importância deste grupo de microrganismos na etiologia da mastite subclínica em caprinos e abre perspectivas para futuras pesquisas para a investigação da epidemiologia da doença. A CCS não se correlaciona com os resultados do isolamento bacteriano, devendo ser avaliada com cautela em estudos sobre mastite subclínica em cabras. Esse estudo demonstra a importância e a necessidade de um monitoramento constante por parte dos órgãos responsáveis e por instituições de pesquisa quanto a qualidade e a integridade do leite de cabra que é fornecido a população.
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