Percepções morais entre beneficiários e não beneficiários do Programa Bolsa Família em um município de pequeno porte
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
Texto Completo: | https://app.uff.br/riuff/handle/1/23466 |
Resumo: | Este trabalho objetivou discutir como, a partir da posição de beneficiário ou de não beneficiário de um programa social, a desqualificação social incide em fronteiras morais entre dois grupos de pobres. Com isso buscou-se compreender como em um município de pequeno porte, localizado no interior do Estado do Rio de Janeiro, a aparente “homogeneidade” entre indivíduos e famílias que ocupam patamares socioeconômicos próximos, pode ser seccionada pelas fronteiras morais que estes atores constroem tomando por base entre outros elementos, a relação com a política de assistência. Para tanto, a proposta foi investigar o objeto sob uma abordagem metodológica de cunho qualitativo, dispondo, enquanto técnicas de levantamento de dados, da observação participante bem como da aplicação de entrevistas semiestruturadas com dois grupos de pobres diferenciados pela inserção no programa de transferência de renda Bolsa Família. A pesquisa foi realizada com base em um recorte territorial, com a seleção de dois bairros, com alto índice de vulnerabilidade social e que agregavam grande contingente de beneficiários do PBF. Com isso foi possível adentrar no universo interacional dos interlocutores, e compreender de que forma a desqualificação social operava entre os grupos, e dentro do grupo dos próprios beneficiários do programa. Por fim, busca-se refletir sobre a demarcação de fronteiras morais, a partir das condições intersubjetivas destes atores inseridos no mesmo espaço social, para apreender analiticamente de que forma ser beneficiário de um programa social pode interferir nas interações mais elementares deste grupo. Os resultados encontrados apontam que, a despeito dos critérios objetivos que traçam uma linha divisória entre quem tem ou não legitimidade de acesso ao Programa Bolsa Família com base em limites de ordem econômica, há a construção de hierarquias, dentro do grupo dos pobres, que se constituem a partir de critérios subjetivos, e mais especificamente, de ordem moral |
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Para tanto, a proposta foi investigar o objeto sob uma abordagem metodológica de cunho qualitativo, dispondo, enquanto técnicas de levantamento de dados, da observação participante bem como da aplicação de entrevistas semiestruturadas com dois grupos de pobres diferenciados pela inserção no programa de transferência de renda Bolsa Família. A pesquisa foi realizada com base em um recorte territorial, com a seleção de dois bairros, com alto índice de vulnerabilidade social e que agregavam grande contingente de beneficiários do PBF. Com isso foi possível adentrar no universo interacional dos interlocutores, e compreender de que forma a desqualificação social operava entre os grupos, e dentro do grupo dos próprios beneficiários do programa. Por fim, busca-se refletir sobre a demarcação de fronteiras morais, a partir das condições intersubjetivas destes atores inseridos no mesmo espaço social, para apreender analiticamente de que forma ser beneficiário de um programa social pode interferir nas interações mais elementares deste grupo. Os resultados encontrados apontam que, a despeito dos critérios objetivos que traçam uma linha divisória entre quem tem ou não legitimidade de acesso ao Programa Bolsa Família com base em limites de ordem econômica, há a construção de hierarquias, dentro do grupo dos pobres, que se constituem a partir de critérios subjetivos, e mais especificamente, de ordem moralThis paper aimed to discuss how, from the position of beneficiary or non-beneficiary of a social program, the social disqualification implies moral boundaries between two groups of poor people. Thereby it was aimed to understand how in a small municipality, located in the interior of the State of Rio de Janeiro, the apparent "homogeneity" between individuals and families occupying close socioeconomic levels, can be divided by the moral boundaries that these actors construct by taking by basis, among other elements, the relationship with the assistance policy. Therefore, the proposal was to investigate the object under a methodological approach of qualitative character, having as data collection techniques, participant observation as well as the application of semi-structured interviews with two groups of poor people differentiated by insertion in the income transfer Program Bolsa Família. The research was carried out based on a territorial clipping, with the selection of two neighborhoods, with high index of social vulnerability and with a large contingent of PBF beneficiaries. Thus, it was possible to enter into the interacting universe of the interlocutors, and to understand how social disqualification operated between the groups, and within the group of the beneficiaries of the program itself. Finally, it seeks to reflect on the demarcation of moral boundaries, from the intersubjective conditions of these actors inserted in the same social space, to apprehend analytically how to be beneficiaries of a social program can interfere in the most elementary interactions of this group. The results show that, in spite of objective criteria that draw a dividing line between who has or not legitimacy and access to the Bolsa Família Program based on economic limits, there is the construction of hierarchies, within the group of poor people, that are based on subjective criteria, and more specifically, of moral order270 f.Brandão, André Augusto PeireiaMadeira Filho, WilsonAlmeida, Carlos Alberto Lima deHeringer, Rosana RodriguesRibeiro, Leandro MolhanoOliveira, Roberta Rezende2021-10-05T14:43:08Z2021-10-05T14:43:08Z2018info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfOLIVEIRA, Roberta Rezende. Percepções morais entre beneficiários e não beneficiários do Programa Bolsa Família em um município de pequeno porte. 2018. 270 f. 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