O homicídio dramatizado: fragmentos do cotidiano violento em Cidade Alerta e Brasil Urgente

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Arcoverde, Marcela Rochetti
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: https://app.uff.br/riuff/handle/1/16633
Resumo: Este trabalho propõe uma análise da representação do homicídio em Cidade Alerta (Rede Record) e Brasil Urgente (Rede Bandeirantes). Para tanto, refletimos sobre os processos de dramatização (COUTINHO, 2012) da notícia e como essa contribui para a criação de uma narrativa do cotidiano violento. Ponderamos como a vida cotidiana (HELLER, 1989) e a estrutura do jornalismo televisivo (MACHADO, 2000; PATERNOSTRO, 1999) se relacionam e como propiciam a veiculação de perspectivas “fragmentárias” da violência urbana. Com o intuito de compreender quais estruturas narrativas são utilizadas nesses noticiários policiais que adotam a linguagem sensacionalista (ANGRIMANI, 1995), fizemos uma análise de conteúdo (BARDIN, 2011) das reportagens veiculadas por ambos telejornais durante os meses de: janeiro, maio, agosto e dezembro de 2018. Foram 1975 reportagens coletadas: 472 de Cidade Alerta e 1503 de Brasil Urgente. Destas, analisamos em profundidade 64 reportagens, 32 de cada noticiário. A partir da observação geral do conteúdo veiculado pelos programas, percebemos que as notícias referentes, especificamente, à cobertura de homicídios ocuparam grande parte do conteúdo dos telejornais: 40,68% em Cidade alerta e 37,2% em Brasil Urgente. Por meio de uma investigação mais aprofundada das reportagens de homicídio coletadas, verificamos que o tipo de assassínio mais veiculado em ambos os telejornais foram os de motivações passionais em especial o feminicídio. Assim, através da comparação entre o que era representado nessas matérias e os dados sobre o crime de homicídio no Brasil, produzidos pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), pudemos verificar dissonâncias entre as reportagens e a “realidade” (estatística). Essas disparidades nos ajudaram a identificar como as narrativas de homicídio são dramatizadas nesses noticiários.
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