Tramando redes, silenciando vozes: a Associação Brasileira de Educação e a Campanha de Nacionalização do Ensino do Estado Novo
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
Texto Completo: | http://app.uff.br/riuff/handle/1/25569 |
Resumo: | Em nossa pesquisa, analisamos a participação da Associação Brasileira de Educação – ABE na campanha de nacionalização do ensino promovida pelo Estado Novo. O ideário nacionalista foi uma das bases de sustentação do primeiro governo Vargas (1930-1945), em especial durante o Estado Novo (1937-1945). Nesse período, diversas restrições foram impostas às comunidades de imigrantes, principalmente em relação ao uso e ao aprendizado da língua de sua terra natal. Com o propósito de realizar a assimilação dessa população, bem como de diminuir a influência estrangeira no Brasil, em 1938, o Governo deu início à campanha de nacionalização do ensino, que obteve apoio da Associação Brasileira de Educação – considerado um prestigiado espaço de discussão sobre assuntos relacionados à educação nacional e constituído por aqueles julgados os mais proeminentes intelectuais do país à época. A cooperação de instituições da sociedade civil como a ABE era fundamental à campanha, pois, ainda que em um governo autoritário, conquistar a aprovação da população brasileira às ações glotopolíticas em curso era essencial para se alcançar o bom êxito delas e para consolidar o monolinguismo nacional em língua portuguesa. Dessa maneira, questionamos em nosso estudo como a Associação Brasileira de Educação se posicionou diante da campanha de nacionalização do ensino e como esse posicionamento se fez manifesto para a sociedade civil brasileira. Assim, após análise documental e qualitativa de acervo selecionado da ABE, constatamos que a Associação configurou-se um importante instrumento de disseminação e legitimação da campanha de nacionalização do ensino do Estado Novo, sobretudo por meio de seus Cursos de Férias e de publicações em sua revista trimestral “Educação”. |
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