Configuração das tendências gerenciais no espaço social da escola de enfermagem

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Souza, Deise Ferreira de
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: https://app.uff.br/riuff/handle/1/7244
Resumo: A presente investigação abordou a temática gestão acadêmica universitária, tendo como objeto de estudo a configuração gerencial da primeira direção escolhida pela comunidade, para o quadriênio 1987-1991, da Escola de Enfermagem da Universidade Federal Fluminense, com os objetivos de: descrever as realizações e desafios da direção da Escola de Enfermagem vivenciados no espaço acadêmico; delinear os aspectos que configuram o habitus gerencial da direção e discutir as tendências de modelo de gestão emergentes no período. Julga-se relevante abordar a trajetória acadêmica dessas docentes, como atuaram e como se formou seu habitus gerencial, pois ao se identificar as experiências, esforços, estratégias e interesses que estavam em jogo, delimita-se marcos e lutas que são historicamente relevantes e ajudaram a construir o caminho desta Escola. É um estudo exploratório, descritivo, de abordagem qualitativa e de cunho histórico social. Os dados foram coletados através de documentos e de entrevistas realizadas com membros titulares que compunham o Colegiado de Unidade, com docentes que ocuparam cargos de chefia e de técnico-administrativos que conviveram diretamente com essa gestão. Esse estudo está inserido num projeto intitulado “Historiografia dos modelos de gestão dos dirigentes de enfermagem em diferentes cenários”, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do HUAP/UFF, sob o número de registro 771.846. Os dados foram organizados de forma estruturada, segundo critérios da analise temática e analisados a luz do aporte teórico de Bourdieu, gerando três categorias relacionadas às realizações e desafios da direção no período de 1987-1991; ao habitus gerencial e ao fazer administrativo desta direção e as tendências gerenciais que emergiram nesse período. Concluiu-se que, embora a direção da Escola de Enfermagem tenha sido escolhida pela comunidade acadêmica e com ela tenha se comprometido, o arcabouço institucional universitário mantém amarras e a consulta não garante autonomia plena aos gestores das Unidades Acadêmicas. Na direção da Escola, as professoras estão em posição de dominante e ocupam papel político relevante no âmbito universitário, na defesa dos interesses da Unidade. No entanto, estão subordinadas aos docentes-gestores que ocupam posição superior na UFF, o que restringe sua atuação, gerando dilemas e lutas que foram travadas no espaço social da Escola de Enfermagem e em outros ambientes da universidade, para alçar as conquistas que vinham ao encontro dos anseios do corpo social da Escola de Enfermagem. A direção da Escola de Enfermagem assumiu o seu papel politico enquanto gestora, percorreu os espaços acadêmicos e se fez reconhecer entre os agentes institucionais de poder na Universidade e assim foi constituindo seu capital politico e simbólico no espaço social acadêmico. Seu habitus gerencial caracterizou-se através de relações de afetividade e de respeito com o corpo social da Escola, mas de forma firme e persistentes entrou na luta para pelos interesses dos seus pares e pela ascensão da enfermagem no campo da saúde. Abrindo vertentes com novas estratégias, a gestão das professoras Maisa Freire e Alba Alconforado, através de muito empreendimento, intuição e sensibilidade formatou a (re)configuração gerencial da Escola e (re)organização do trabalho com investimento no processo democrático e no capital humano, tão necessário ao que se aponta hoje no mundo dos negócios e nas organizações de saúde
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Julga-se relevante abordar a trajetória acadêmica dessas docentes, como atuaram e como se formou seu habitus gerencial, pois ao se identificar as experiências, esforços, estratégias e interesses que estavam em jogo, delimita-se marcos e lutas que são historicamente relevantes e ajudaram a construir o caminho desta Escola. É um estudo exploratório, descritivo, de abordagem qualitativa e de cunho histórico social. Os dados foram coletados através de documentos e de entrevistas realizadas com membros titulares que compunham o Colegiado de Unidade, com docentes que ocuparam cargos de chefia e de técnico-administrativos que conviveram diretamente com essa gestão. Esse estudo está inserido num projeto intitulado “Historiografia dos modelos de gestão dos dirigentes de enfermagem em diferentes cenários”, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do HUAP/UFF, sob o número de registro 771.846. Os dados foram organizados de forma estruturada, segundo critérios da analise temática e analisados a luz do aporte teórico de Bourdieu, gerando três categorias relacionadas às realizações e desafios da direção no período de 1987-1991; ao habitus gerencial e ao fazer administrativo desta direção e as tendências gerenciais que emergiram nesse período. Concluiu-se que, embora a direção da Escola de Enfermagem tenha sido escolhida pela comunidade acadêmica e com ela tenha se comprometido, o arcabouço institucional universitário mantém amarras e a consulta não garante autonomia plena aos gestores das Unidades Acadêmicas. Na direção da Escola, as professoras estão em posição de dominante e ocupam papel político relevante no âmbito universitário, na defesa dos interesses da Unidade. No entanto, estão subordinadas aos docentes-gestores que ocupam posição superior na UFF, o que restringe sua atuação, gerando dilemas e lutas que foram travadas no espaço social da Escola de Enfermagem e em outros ambientes da universidade, para alçar as conquistas que vinham ao encontro dos anseios do corpo social da Escola de Enfermagem. A direção da Escola de Enfermagem assumiu o seu papel politico enquanto gestora, percorreu os espaços acadêmicos e se fez reconhecer entre os agentes institucionais de poder na Universidade e assim foi constituindo seu capital politico e simbólico no espaço social acadêmico. Seu habitus gerencial caracterizou-se através de relações de afetividade e de respeito com o corpo social da Escola, mas de forma firme e persistentes entrou na luta para pelos interesses dos seus pares e pela ascensão da enfermagem no campo da saúde. Abrindo vertentes com novas estratégias, a gestão das professoras Maisa Freire e Alba Alconforado, através de muito empreendimento, intuição e sensibilidade formatou a (re)configuração gerencial da Escola e (re)organização do trabalho com investimento no processo democrático e no capital humano, tão necessário ao que se aponta hoje no mundo dos negócios e nas organizações de saúdeThe present research focused on the subject of university academic management, having as object of study the managerial configuration of the first direction chosen by the community, for the four-year period 1987-1991, of the School of Nursing of the Federal University of Fluminense, with the objectives of: to describe the achievements and challenges of the direction of the School of Nursing lived in the academic space; delineate the aspects that shape the management's management habitus and discuss the emerging management model trends in the period. It is considered relevant to approach the academic trajectory of these teachers, how they acted and how their managerial habitus was formed, because by identifying the experiences, efforts, strategies and interests that were at stake, delimit the milestones and struggles that are historically relevant and have helped to build the way of this School. It is an exploratory, descriptive study of a qualitative and social historical approach. The data were collected through documents and interviews with members who composed the Unit Collegiate, with professors who held positions of leadership and technical-administrative staff who lived directly with this management. This study is part of a project titled "Historiography of management models of nursing managers in different settings", approved by the Research Ethics Committee of HUAP / UFF, under registration number 771.846. The data were organized in a structured way, according to the criteria of the thematic analysis and analyzed in light of the theoretical contribution of Bourdieu, generating three categories related to the achievements and challenges of management in the period 1987-1991; the managerial habitus and the administrative make of this direction and the managerial tendencies that emerged in that period. It was concluded that, although the direction of the School of Nursing was chosen by the academic community and with which it has committed itself, the university institutional framework maintains ties and the consultation does not guarantee full autonomy to the managers of the Academic Units. In the direction of the School, the teachers are in a dominant position and occupy a relevant political role in the university sphere, in the defense of the interests of the Unit. However, they face the position of being subordinate to the teacher-managers who occupy a higher position in the UFF, which restricts their performance, generating dilemmas and struggles that were fought in the social space of the Nursing School and in other university environments, to to raise the achievements that met the aspirations of the social body of the School of Nursing. The direction of the School of Nursing assumed its political role as manager, it crossed the academic spaces and made itself recognized among the institutional agents of power in the University and thus was constituting its political and symbolic capital in the academic social space. For her managerial habitus she was recognized as a docile, respectful, firm and persistent agent in the struggle for the interests of her peers and for the rise of nursing in the field of health. Facing up to new strategies, the management of teachers Maisa Freire and Alba Alconforado, through a lot of entrepreneurship, intuition and sensitivity, the (re) management configuration of the School and (re) organization of work with investment in the democratic process and in human capital, so necessary to what is indicated today in the world of business and in health organizationsLa presente investigación abordó la temática gestión académica universitaria, teniendo como objeto de estudio la configuración gerencial de la primera dirección escogida por la comunidad, para el cuadrienio 1987-1991, de la Escuela de Enfermería de la Universidad Federal Fluminense, con los objetivos de: describir las realizaciones y desafíos de la dirección de la Escuela de Enfermería vivenciados en el espacio académico; delinear los aspectos que configuran el habitus gerencial de la dirección y discutir las tendencias de modelo de gestión emergentes en el período. Se considera relevante abordar la trayectoria académica de esas docentes, cómo actuaron y cómo se formó su hábito gerencial, pues al identificarse las experiencias, esfuerzos, estrategias e intereses que estaban en juego, se delimitan marcos y luchas que son históricamente relevantes y ayudaron a construir el camino de esta Escuela. Es un estudio exploratorio, descriptivo, de abordaje cualitativo y de cuño histórico social. Los datos fueron recolectados a través de documentos y de entrevistas realizadas con miembros titulares que componían el Colegio de Unidad, con docentes que ocuparon cargos de jefatura y de técnico-administrativos que convivieron directamente con esa gestión. Este estudio está inserto en un proyecto titulado "Historiografía de los modelos de gestión de los dirigentes de enfermería en diferentes escenarios", aprobado por el Comité de Ética en Investigación del HUAP / UFF, bajo el número de registro 771.846. Los datos fueron organizados de forma estructurada, según criterios del análisis temático y analizados a la luz del aporte teórico de Bourdieu, generando tres categorías relacionadas a las realizaciones y desafíos de la dirección en el período 1987-1991; el habitus gerencial y el hacer administrativo de esta dirección y las tendencias gerenciales que emergieron en ese período. Se concluyó que, aunque la dirección de la Escuela de Enfermería ha sido escogida por la comunidad académica y con ella se ha comprometido, el marco institucional universitario mantiene amarras y la consulta no garantiza autonomía plena a los gestores de las Unidades Académicas. En la dirección de la Escuela, las profesoras están en posición de dominante y ocupan un papel político relevante en el ámbito universitario, en la defensa de los intereses de la Unidad. Pero, sin embargo, enfrentan la posición de estar subordinadas a los docentes-gestores que ocupan posición superior en la UFF, lo que restringe su actuación, generando dilemas y luchas que fueron trabadas en el espacio social de la Escuela de Enfermería y en otros ambientes de la universidad, para alzar las conquistas que venían al encuentro de los anhelos del cuerpo social de la Escuela de Enfermería. La dirección de la Escuela de Enfermería asumió su papel político como gestora, recorrió los espacios académicos y se hizo reconocer entre los agentes institucionales de poder en la Universidad y así fue constituyendo su capital político y simbólico en el espacio social académico. Por su habitus gerencial fue reconocida como una agente dócil, respetuosa, firme y persistente en la lucha por los intereses de sus pares y por el ascenso de la enfermería en el campo de la salud. Abriendo vertientes para nuevas estrategias, la gestión de las profesoras Maisa Freire y Alba Alconforado, a través de mucho emprendimiento, intuición y sensibilidad se formateó la (re) configuración gerencial de la Escuela y (re) organización del trabajo con inversión en el proceso democrático y en el capital humano, tan necesario a lo que se apunta hoy en el mundo de los negocios y, en las organizaciones de salud289 f.Silvino, Zenith RosaStipp, Marluci Andrade ConceiçãoFigueiredo, Nébia Maria Almeida deChristóvam, Bárbara PompeuEscudeiro, Cristina LavoyerPorto, Fernando RochaValente, Geilsa Soraia CavalcantiSouza, Deise Ferreira de2018-08-28T18:36:56Z2018-08-28T18:36:56Z2018info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfSOUZA, Deise Ferreira de. Configuração das tendências gerenciais no espaço social da escola de enfermagem. 2018. 289 f. Tese (Doutorado em Ciências do Cuidado em Saúde) - Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2018https://app.uff.br/riuff/handle/1/7244openAccesshttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/CC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2021-09-06T04:00:11Zoai:app.uff.br:1/7244Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202024-08-19T10:58:56.628474Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false
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description A presente investigação abordou a temática gestão acadêmica universitária, tendo como objeto de estudo a configuração gerencial da primeira direção escolhida pela comunidade, para o quadriênio 1987-1991, da Escola de Enfermagem da Universidade Federal Fluminense, com os objetivos de: descrever as realizações e desafios da direção da Escola de Enfermagem vivenciados no espaço acadêmico; delinear os aspectos que configuram o habitus gerencial da direção e discutir as tendências de modelo de gestão emergentes no período. Julga-se relevante abordar a trajetória acadêmica dessas docentes, como atuaram e como se formou seu habitus gerencial, pois ao se identificar as experiências, esforços, estratégias e interesses que estavam em jogo, delimita-se marcos e lutas que são historicamente relevantes e ajudaram a construir o caminho desta Escola. É um estudo exploratório, descritivo, de abordagem qualitativa e de cunho histórico social. Os dados foram coletados através de documentos e de entrevistas realizadas com membros titulares que compunham o Colegiado de Unidade, com docentes que ocuparam cargos de chefia e de técnico-administrativos que conviveram diretamente com essa gestão. Esse estudo está inserido num projeto intitulado “Historiografia dos modelos de gestão dos dirigentes de enfermagem em diferentes cenários”, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do HUAP/UFF, sob o número de registro 771.846. Os dados foram organizados de forma estruturada, segundo critérios da analise temática e analisados a luz do aporte teórico de Bourdieu, gerando três categorias relacionadas às realizações e desafios da direção no período de 1987-1991; ao habitus gerencial e ao fazer administrativo desta direção e as tendências gerenciais que emergiram nesse período. Concluiu-se que, embora a direção da Escola de Enfermagem tenha sido escolhida pela comunidade acadêmica e com ela tenha se comprometido, o arcabouço institucional universitário mantém amarras e a consulta não garante autonomia plena aos gestores das Unidades Acadêmicas. Na direção da Escola, as professoras estão em posição de dominante e ocupam papel político relevante no âmbito universitário, na defesa dos interesses da Unidade. No entanto, estão subordinadas aos docentes-gestores que ocupam posição superior na UFF, o que restringe sua atuação, gerando dilemas e lutas que foram travadas no espaço social da Escola de Enfermagem e em outros ambientes da universidade, para alçar as conquistas que vinham ao encontro dos anseios do corpo social da Escola de Enfermagem. A direção da Escola de Enfermagem assumiu o seu papel politico enquanto gestora, percorreu os espaços acadêmicos e se fez reconhecer entre os agentes institucionais de poder na Universidade e assim foi constituindo seu capital politico e simbólico no espaço social acadêmico. Seu habitus gerencial caracterizou-se através de relações de afetividade e de respeito com o corpo social da Escola, mas de forma firme e persistentes entrou na luta para pelos interesses dos seus pares e pela ascensão da enfermagem no campo da saúde. Abrindo vertentes com novas estratégias, a gestão das professoras Maisa Freire e Alba Alconforado, através de muito empreendimento, intuição e sensibilidade formatou a (re)configuração gerencial da Escola e (re)organização do trabalho com investimento no processo democrático e no capital humano, tão necessário ao que se aponta hoje no mundo dos negócios e nas organizações de saúde
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