Linguagem verbal e poder em Vidas secas, de Graciliano Ramos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Machado, Victoria Silva Portes
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: https://app.uff.br/riuff/handle/1/22327
Resumo: Este trabalho tem como objetivo elucidar a forma com que as personagens de Vidas secas (1938) tratam e apreendem a utilização das palavras e a sua ligação com o poder, além de demonstrar a correlação entre habilidades discursivas e processo de humanização. A análise construída fundamenta-se na constatação de que discurso e poder estão estreitamente relacionados, bem como na essencialidade da linguagem em uma constituição de humanidade e a aproximação à figura animal de alguns grupos. No auxílio desta hipótese, foram utilizados fundamentos teóricos que trabalham com elaborações sobre palavra, poder, humanização e estudos voltados ao repertório romanesco de Graciliano, contextualizando, assim, a exclusão social produzida devido à inabilidade linguística e o romance do escritor alagoano. O último romance de Graciliano Ramos acompanha quatro personagens com experiências similares e percepções singulares. Fabiano, sinhá Vitória e seus dois filhos sofrem com a iminência da seca e as personagens mais velhas tentam imaginar possibilidades futuras. Comunicam-se como podem, ainda que a maioria das personagens encare grandes dificuldades com a linguagem verbal. A tentativa desta análise foi a de expor como a linguagem verbal pode agir de maneira excludente, marginalizando e reduzindo certas experiências. Buscamos, assim, ressaltar alguns aspectos importantes para entender a relação entre discurso e poder na obra Vidas secas e, ao mesmo tempo, tentamos evitar a reposição, em nossa análise, do mesmo paradigma humanista ocidental que categoriza e inferioriza experiências que se assemelham à de Fabiano e sua família.
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