Fatores preditores para o surgimento de incontinência urinária de esforço após cirurgia para correção de prolapso genital

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cruz, Rodrigo Aguiar da
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: https://app.uff.br/riuff/handle/1/10389
Resumo: Introdução: O prolapso genital é um problema comum que afeta até 50% das mulheres multíparas. Aproximadamente 40% das mulheres previamente continentes que se submetem à cirurgia pélvica para correção do prolapso genital relatam incontinência urinária de esforço (IUE) no período pós-operatório. Objetivos: Os objetivos deste estudo são descrever a incidência de IUE “de novo” em mulheres submetidas à correção cirúrgica do prolapso de compartimento vaginal anterior usando tela sintética e identificar fatores de risco para esse desfecho. Métodos: Estudo de coorte retrospectivo de 146 mulheres submetidas à correção cirúrgica do prolapso de compartimento vaginal anterior entre 2007 e 2017, acompanhadas por um período mínimo de 12 meses. Mulheres com cirurgia anti-incontinência prévia ou concomitante não foram incluídas. Foi avaliava a incidência de IUE “de novo” aos 3 e 12 meses de seguimento. Todas as pacientes tiveram um teste de esforço negativo e ausência de IUE oculta na urodinâmica pré-operatória. O desfecho foi considerado positivo no caso de queixa subjetiva de IUE no pós-operatório. Variáveis associadas ao desfecho com p-valor ≤ 0,10 foram incluídas em um modelo de regressão logística para calcular o risco relativo (RR) para IUE “de novo”. Para análise multivariada, foi considerado significativo um p-valor ≤0,05. Resultados: A incidência de IUE “de novo” aos 3 e 12 meses de acompanhamento foi de 15,8% e 20,5%, respectivamente. Maior índice de massa corporal (IMC), diabetes, prolapso genital em parede vaginal anterior estádio ≥3, maior idade na primeira gravidez, maior primeiro desejo miccional e curva de fluxo com padrão prolongado mostraram associação positiva com IUE “de novo” na análise univariada. Ter realizado perineoplastia prévia mostrou ter um efeito protetor. Após análise multivariada, maior IMC, diabetes, prolapso genital em parede vaginal anterior estádio ≥3 e curva de fluxo com padrão prolongado permaneceram como fatores de risco para IUE “de novo”. Conclusão: A incidência de IUE “de novo” foi de 20,5% nesta população. Mulheres continentes que se submeteram a este procedimento cirúrgico e que apresentavam IMC mais elevado, diabetes, POP-Q ≥3 e curva de fluxo com padrão prolongado no estudo urodinâmico tiveram maior risco de apresentar IUE “de novo”.
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Métodos: Estudo de coorte retrospectivo de 146 mulheres submetidas à correção cirúrgica do prolapso de compartimento vaginal anterior entre 2007 e 2017, acompanhadas por um período mínimo de 12 meses. Mulheres com cirurgia anti-incontinência prévia ou concomitante não foram incluídas. Foi avaliava a incidência de IUE “de novo” aos 3 e 12 meses de seguimento. Todas as pacientes tiveram um teste de esforço negativo e ausência de IUE oculta na urodinâmica pré-operatória. O desfecho foi considerado positivo no caso de queixa subjetiva de IUE no pós-operatório. Variáveis associadas ao desfecho com p-valor ≤ 0,10 foram incluídas em um modelo de regressão logística para calcular o risco relativo (RR) para IUE “de novo”. Para análise multivariada, foi considerado significativo um p-valor ≤0,05. Resultados: A incidência de IUE “de novo” aos 3 e 12 meses de acompanhamento foi de 15,8% e 20,5%, respectivamente. Maior índice de massa corporal (IMC), diabetes, prolapso genital em parede vaginal anterior estádio ≥3, maior idade na primeira gravidez, maior primeiro desejo miccional e curva de fluxo com padrão prolongado mostraram associação positiva com IUE “de novo” na análise univariada. Ter realizado perineoplastia prévia mostrou ter um efeito protetor. Após análise multivariada, maior IMC, diabetes, prolapso genital em parede vaginal anterior estádio ≥3 e curva de fluxo com padrão prolongado permaneceram como fatores de risco para IUE “de novo”. Conclusão: A incidência de IUE “de novo” foi de 20,5% nesta população. Mulheres continentes que se submeteram a este procedimento cirúrgico e que apresentavam IMC mais elevado, diabetes, POP-Q ≥3 e curva de fluxo com padrão prolongado no estudo urodinâmico tiveram maior risco de apresentar IUE “de novo”.Introduction: Genital prolapse is a common problem that affects up to 50% of multiparous women. Approximately 40% of continent women who undergo pelvic surgery for genital prolapse report stress urinary incontinence (SUI) in the postoperative period. Objective: The aims of this study are to describe the postoperative incidence of de novo SUI in women who underwent anterior vaginal compartment prolapse repair using synthetic polypropylene mesh and to identify risk factors for this outcome. Methods: A retrospective cohort study of 146 women who underwent anterior vaginal repair from 2007 to 2017 and followed by a minimum period of 12 months was performed. The incidence of de novo SUI was evaluated at 3 and 12 months of follow-up. Women with concomitant or prior anti-incontinence surgery were not included. Preoperatively, all patients had a negative stress test and no evidence of occult SUI on urodynamics. The outcome was considered positive if the patient had complaints of SUI at the follow-up. Variables associated with the outcome with a p-value ≤0.10 were included in a logistic regression model to calculate the relative risk (RR) for de novo SUI. For multivariate analysis, all analyzes were performed considering a significant p-value ≤0.05. Results: The incidence of de novo SUI at 3 and 12 months of follow-up was 15.8% and 20.5%, respectively. Higher body mass index (BMI), diabetes, POP-Q ≥3, advanced age in the first pregnancy, higher first desire to void and flow curve with plateau-shaped pattern in the urodynamics showed association with de novo SUI in the univariate analysis. Previous perineoplasty was shown to have a protective effect. After multivariate analysis, higher BMI, diabetes, POP-Q ≥3 and flow curve with plateau-shaped pattern in the urodynamics remained as risk factors for de novo SUI (p ≤0.05). Conclusion: The incidence of de novo SUI after anterior vaginal compartment reconstructive surgery with synthetic mesh was 20.5% in this population. Continent women who underwent this surgical procedure and who presented higher BMI, diabetes, POP-Q ≥3 and flow curve with plateau-shaped pattern in the urodynamics were more likely to develop de novo SUI.77f.Faria, Carlos AugustoAraujo, Luiz Felipe Bittencourt deResende Júnior, José Anacleto Dutra deConceição, José Carlos de JesusGomes, Saint Clairhttp://lattes.cnpq.br/6352072204910265http://lattes.cnpq.br/6615897014385920http://lattes.cnpq.br/3477850932376112http://lattes.cnpq.br/2302929797719072http://lattes.cnpq.br/3179927510955241http://lattes.cnpq.br/1303013299935527Cruz, Rodrigo Aguiar da2019-07-11T14:16:49Z2019-07-11T14:16:49Z2019info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfCRUZ, Rodrigo Aguiar da Fatores preditores para o surgimento de incontinência urinária de esforço após cirurgia para correção de prolapso genital. 2019. 77 f. Dissertação (Mestrado Profissional em Saúde Materno-Infantil)-Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2019.https://app.uff.br/riuff/handle/1/10389DOI: http://dx.doi.org/10.22409/PPGMMI.2019.m.09318223781openAccesshttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/CC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2021-09-06T03:11:30Zoai:app.uff.br:1/10389Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202021-09-06T03:11:30Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false
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