Formação de biofilme, expressão de fatores de virulência e resistência a antimicrobianos em amostras clínicas de Enterococcus spp. no Brasil: uma revisão da literatura

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Bressan, Eduardo de Oliveira
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: https://app.uff.br/riuff/handle/1/22342
Resumo: A presença de bactérias multirresistentes a antimicrobianos no ambiente hospitalar constitui, atualmente, uma problemática mundial, pois representa um risco para os pacientes hospitalizados, além de se disseminarem rapidamente, acarretando surtos. As espécies Enterococcus faecalis e Enterococcus faecium são as mais isoladas em quadros de infecções em humanos e, em muitas vezes, essas infecções são agravadas devido à notória capacidade de formação de biofilme por essas bactérias. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi fazer um levantamento de artigos publicados no período de 10 anos (2010-2020) em duas bases de dados (PubMed e Web of Science) com informações sobre amostras de origem clínica das espécies Enterococcus faecalis e Enterococcus faecium no Brasil, sua capacidade de formação de biofilme e a sua relação com outros fatores de virulência e com a resistência aos antimicrobianos; a fim de compreender melhor o funcionamento e os determinantes genéticos do biofilme, além de compreender melhor as consequências dessa característica. A busca nos bancos de dados “PubMed” e “Web of Science” resultou em 123 e 22 artigos, respectivamente, totalizando 145. Os artigos, em seguida, foram organizados e agrupados e para isso foi utilizado o gerenciador de referências “Rayyan”. Após a aplicação dos critérios de exclusão baseada na análise dos títulos, resumos e posterior leitura completa dos textos, foram incluídos 6 artigos no estudo. Somadas, foram avaliadas 508 amostras de Enterococcus spp., sendo 60.63% E. faecalis e 39.37% E. faecium. Em relação à origem, a maioria foi obtida a partir de amostras de urina (64.9% e 36.5%, respectivamente). Entre as amostras cuja espécie não foi evidenciada, os fatores de virulência com as maiores prevalências foram asa1 (100%), agg (72.9%), gelE (63.3%) e esp (59.8%), enquanto que entre os E. faecalis e E. faecium, as maiores prevalências foram ace (100%) e efaA (100%), respectivamente. As taxas de resistência entre os E. faecalis foram maiores para gentamicina (20.3%) e ciprofloxacina (16.2%); enquanto que nos E. faecium foram maiores para eritromicina (97.5%), levofloxacina (96.5%), vancomicina (95.9%) e ampicilina (95.4%). A capacidade de formação de biofilme em Enterococcus spp. foi consideravelmente alta, principalmente entre os E. faecalis, e foi relacionada, dentre os genes analisados, principalmente a gelE, ace e asa1. Também, apesar de presente, não houve associação estatisticamente relevante entre a formação de biofilme e o aumento da resistência a antimicrobianos.
id UFF-2_533e69b73141678834cf911f4b22c36a
oai_identifier_str oai:app.uff.br:1/22342
network_acronym_str UFF-2
network_name_str Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
repository_id_str 2120
spelling Formação de biofilme, expressão de fatores de virulência e resistência a antimicrobianos em amostras clínicas de Enterococcus spp. no Brasil: uma revisão da literaturaEnterococcusVancomicinaResistênciaFatores de virulênciaEnterococcusEnterococos resistentes à vancomicinaFatores de virulênciaBiofilmesRevisãoEnterococcusVancomycinResistanceVirulence factorsBiofilm formationA presença de bactérias multirresistentes a antimicrobianos no ambiente hospitalar constitui, atualmente, uma problemática mundial, pois representa um risco para os pacientes hospitalizados, além de se disseminarem rapidamente, acarretando surtos. As espécies Enterococcus faecalis e Enterococcus faecium são as mais isoladas em quadros de infecções em humanos e, em muitas vezes, essas infecções são agravadas devido à notória capacidade de formação de biofilme por essas bactérias. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi fazer um levantamento de artigos publicados no período de 10 anos (2010-2020) em duas bases de dados (PubMed e Web of Science) com informações sobre amostras de origem clínica das espécies Enterococcus faecalis e Enterococcus faecium no Brasil, sua capacidade de formação de biofilme e a sua relação com outros fatores de virulência e com a resistência aos antimicrobianos; a fim de compreender melhor o funcionamento e os determinantes genéticos do biofilme, além de compreender melhor as consequências dessa característica. A busca nos bancos de dados “PubMed” e “Web of Science” resultou em 123 e 22 artigos, respectivamente, totalizando 145. Os artigos, em seguida, foram organizados e agrupados e para isso foi utilizado o gerenciador de referências “Rayyan”. Após a aplicação dos critérios de exclusão baseada na análise dos títulos, resumos e posterior leitura completa dos textos, foram incluídos 6 artigos no estudo. Somadas, foram avaliadas 508 amostras de Enterococcus spp., sendo 60.63% E. faecalis e 39.37% E. faecium. Em relação à origem, a maioria foi obtida a partir de amostras de urina (64.9% e 36.5%, respectivamente). Entre as amostras cuja espécie não foi evidenciada, os fatores de virulência com as maiores prevalências foram asa1 (100%), agg (72.9%), gelE (63.3%) e esp (59.8%), enquanto que entre os E. faecalis e E. faecium, as maiores prevalências foram ace (100%) e efaA (100%), respectivamente. As taxas de resistência entre os E. faecalis foram maiores para gentamicina (20.3%) e ciprofloxacina (16.2%); enquanto que nos E. faecium foram maiores para eritromicina (97.5%), levofloxacina (96.5%), vancomicina (95.9%) e ampicilina (95.4%). A capacidade de formação de biofilme em Enterococcus spp. foi consideravelmente alta, principalmente entre os E. faecalis, e foi relacionada, dentre os genes analisados, principalmente a gelE, ace e asa1. Também, apesar de presente, não houve associação estatisticamente relevante entre a formação de biofilme e o aumento da resistência a antimicrobianos.The presence of multidrug-resistant bacteria to antimicrobials in hospital is now a global problem, because it represents a risk factor to hospitalized patients, besides being able to quickly disseminate, leading to outbreaks. The species Enterococcus faecalis and Enterococcus faecium are the ones with the highest isolation rate and, in many cases, the infection they cause is exacerbated because of their capacity to form biofilm. In this way, the aim of this study was to analyze data published over a period of 10 years in two databases (PubMed and Web of Science) with information about clinical samples of both species in Brazil, their ability to form biofilm and its relation to other virulence factors and antimicrobial resistance; so that there is a better understanding about biofilme behavior, its genetic determinants and its consequences to the organism. The search on both databases resulted in 123 and 22 scientific articles, respectively, adding up to 145. The studies were then organized and grouped in “Rayyan”, a reference manager. After exclusion criteria based on titles, abstracts and full texts, 6 articles were included in the study. A total of 508 Enterococcus spp. strains were analyzed, 60.6% of them being E. faecalis and the others 39.3% E. faecium. Most of them were obtained from urine samples (64.9% and 36.5%, respectively). Among strains whose specie was not determined, the most common virulence factors were asa1 (100%), agg (72.9%), gelE (63.3%) and esp (59.8%), while among E. faecalis and E. faecium, the highest rates were ace (100%) and efaA (100%), respectively. The antimicrobial resistance rates among E. faecalis were higher to, gentamicin (20.3%) and ciprofloxacin (16.2%), while among E. faecium, erythromycin (97.5%), levofloxacin (96.5%), vancomycin (95.9%) and ampicillin (95.4%) were the highest rates. The ability to form biofilm within this genus was considerably high, especially among E. faecalis and it was related to the expression of gelE, ace, and asa1 genes, but not the other genes. Furthermore, there was no statistically relevant association between biofilm formation and the increase in antimicrobial resistance rates.Ribeiro, Rachel LeiteBressan, Eduardo de Oliveira2021-06-15T18:51:35Z2021-06-15T18:51:35Z2021info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisapplication/pdfhttps://app.uff.br/riuff/handle/1/22342Aluno de GraduaçãoAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/CC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2021-11-30T17:10:51Zoai:app.uff.br:1/22342Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202021-11-30T17:10:51Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false
dc.title.none.fl_str_mv Formação de biofilme, expressão de fatores de virulência e resistência a antimicrobianos em amostras clínicas de Enterococcus spp. no Brasil: uma revisão da literatura
title Formação de biofilme, expressão de fatores de virulência e resistência a antimicrobianos em amostras clínicas de Enterococcus spp. no Brasil: uma revisão da literatura
spellingShingle Formação de biofilme, expressão de fatores de virulência e resistência a antimicrobianos em amostras clínicas de Enterococcus spp. no Brasil: uma revisão da literatura
Bressan, Eduardo de Oliveira
Enterococcus
Vancomicina
Resistência
Fatores de virulência
Enterococcus
Enterococos resistentes à vancomicina
Fatores de virulência
Biofilmes
Revisão
Enterococcus
Vancomycin
Resistance
Virulence factors
Biofilm formation
title_short Formação de biofilme, expressão de fatores de virulência e resistência a antimicrobianos em amostras clínicas de Enterococcus spp. no Brasil: uma revisão da literatura
title_full Formação de biofilme, expressão de fatores de virulência e resistência a antimicrobianos em amostras clínicas de Enterococcus spp. no Brasil: uma revisão da literatura
title_fullStr Formação de biofilme, expressão de fatores de virulência e resistência a antimicrobianos em amostras clínicas de Enterococcus spp. no Brasil: uma revisão da literatura
title_full_unstemmed Formação de biofilme, expressão de fatores de virulência e resistência a antimicrobianos em amostras clínicas de Enterococcus spp. no Brasil: uma revisão da literatura
title_sort Formação de biofilme, expressão de fatores de virulência e resistência a antimicrobianos em amostras clínicas de Enterococcus spp. no Brasil: uma revisão da literatura
author Bressan, Eduardo de Oliveira
author_facet Bressan, Eduardo de Oliveira
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Ribeiro, Rachel Leite
dc.contributor.author.fl_str_mv Bressan, Eduardo de Oliveira
dc.subject.por.fl_str_mv Enterococcus
Vancomicina
Resistência
Fatores de virulência
Enterococcus
Enterococos resistentes à vancomicina
Fatores de virulência
Biofilmes
Revisão
Enterococcus
Vancomycin
Resistance
Virulence factors
Biofilm formation
topic Enterococcus
Vancomicina
Resistência
Fatores de virulência
Enterococcus
Enterococos resistentes à vancomicina
Fatores de virulência
Biofilmes
Revisão
Enterococcus
Vancomycin
Resistance
Virulence factors
Biofilm formation
description A presença de bactérias multirresistentes a antimicrobianos no ambiente hospitalar constitui, atualmente, uma problemática mundial, pois representa um risco para os pacientes hospitalizados, além de se disseminarem rapidamente, acarretando surtos. As espécies Enterococcus faecalis e Enterococcus faecium são as mais isoladas em quadros de infecções em humanos e, em muitas vezes, essas infecções são agravadas devido à notória capacidade de formação de biofilme por essas bactérias. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi fazer um levantamento de artigos publicados no período de 10 anos (2010-2020) em duas bases de dados (PubMed e Web of Science) com informações sobre amostras de origem clínica das espécies Enterococcus faecalis e Enterococcus faecium no Brasil, sua capacidade de formação de biofilme e a sua relação com outros fatores de virulência e com a resistência aos antimicrobianos; a fim de compreender melhor o funcionamento e os determinantes genéticos do biofilme, além de compreender melhor as consequências dessa característica. A busca nos bancos de dados “PubMed” e “Web of Science” resultou em 123 e 22 artigos, respectivamente, totalizando 145. Os artigos, em seguida, foram organizados e agrupados e para isso foi utilizado o gerenciador de referências “Rayyan”. Após a aplicação dos critérios de exclusão baseada na análise dos títulos, resumos e posterior leitura completa dos textos, foram incluídos 6 artigos no estudo. Somadas, foram avaliadas 508 amostras de Enterococcus spp., sendo 60.63% E. faecalis e 39.37% E. faecium. Em relação à origem, a maioria foi obtida a partir de amostras de urina (64.9% e 36.5%, respectivamente). Entre as amostras cuja espécie não foi evidenciada, os fatores de virulência com as maiores prevalências foram asa1 (100%), agg (72.9%), gelE (63.3%) e esp (59.8%), enquanto que entre os E. faecalis e E. faecium, as maiores prevalências foram ace (100%) e efaA (100%), respectivamente. As taxas de resistência entre os E. faecalis foram maiores para gentamicina (20.3%) e ciprofloxacina (16.2%); enquanto que nos E. faecium foram maiores para eritromicina (97.5%), levofloxacina (96.5%), vancomicina (95.9%) e ampicilina (95.4%). A capacidade de formação de biofilme em Enterococcus spp. foi consideravelmente alta, principalmente entre os E. faecalis, e foi relacionada, dentre os genes analisados, principalmente a gelE, ace e asa1. Também, apesar de presente, não houve associação estatisticamente relevante entre a formação de biofilme e o aumento da resistência a antimicrobianos.
publishDate 2021
dc.date.none.fl_str_mv 2021-06-15T18:51:35Z
2021-06-15T18:51:35Z
2021
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/bachelorThesis
format bachelorThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://app.uff.br/riuff/handle/1/22342
Aluno de Graduação
url https://app.uff.br/riuff/handle/1/22342
identifier_str_mv Aluno de Graduação
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
CC-BY-SA
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
CC-BY-SA
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)
instacron:UFF
instname_str Universidade Federal Fluminense (UFF)
instacron_str UFF
institution UFF
reponame_str Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
collection Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)
repository.mail.fl_str_mv riuff@id.uff.br
_version_ 1807838688310198272