Seguro ou clandestino?: a interrupção voluntária da gravidez e o controle dos corpos no patriarcado
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
Texto Completo: | http://app.uff.br/riuff/handle/1/29870 |
Resumo: | O presente trabalho objetiva analisar a importância do debate da legalização do aborto como pauta fundamental para as/os assistentes sociais por sua estreita relação com a realização dos princípios ético-políticos que norteiam a profissão. Para tanto, examinamos a influência do patriarcado presente nas relações sociais, pesquisamos a realidade dos casos de aborto que se sucedem no Brasil, investigamos a legislação acerca da questão no país e em outras partes do mundo, resgatamos a luta das mulheres e dos movimentos feministas e buscamos compreender os princípios ético-políticos que se relacionam com a pauta. Realizamos uma pesquisa bibliográfica e documental com uma perspectiva crítica, fundamentalmente pautada no referencial marxista. Diante disso, verifica-se que a ilegalização do aborto deve ser compreendida como parte do controle reprodutivo das mulheres no sistema capitalista que tem a finalidade de garantir a manutenção da força de trabalho. Constatamos também que as mulheres que mais sofrem com a clandestinidade do aborto são as mulheres negras e pobres, enquanto que aquelas que possuem condições financeiras e materiais tem acesso a mecanismos ou possibilidades que lhes permitem abortar em condições menos perigosas – ainda que não necessariamente seguras. Compreendemos que a luta aguerrida das mulheres em torno da pauta foi fundamental na conquista dos direitos existentes, assim como também é um horizonte iniludível para prefigurar futuros direitos na direção da sua legalização. Finalmente, buscamos resgatar a importância da pauta na agenda do conjunto CFESS/CRESS, constatando a necessidade das/os assistentes sociais conhecerem e se apropriarem desta realidade a fim de se pensar possíveis parâmetros de atuação profissional que se nutram das lutas feministas contra o patriarcado e do respeito aos direitos sexuais e reprodutivos e à autonomia das mulheres. |
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Realizamos uma pesquisa bibliográfica e documental com uma perspectiva crítica, fundamentalmente pautada no referencial marxista. Diante disso, verifica-se que a ilegalização do aborto deve ser compreendida como parte do controle reprodutivo das mulheres no sistema capitalista que tem a finalidade de garantir a manutenção da força de trabalho. Constatamos também que as mulheres que mais sofrem com a clandestinidade do aborto são as mulheres negras e pobres, enquanto que aquelas que possuem condições financeiras e materiais tem acesso a mecanismos ou possibilidades que lhes permitem abortar em condições menos perigosas – ainda que não necessariamente seguras. Compreendemos que a luta aguerrida das mulheres em torno da pauta foi fundamental na conquista dos direitos existentes, assim como também é um horizonte iniludível para prefigurar futuros direitos na direção da sua legalização. Finalmente, buscamos resgatar a importância da pauta na agenda do conjunto CFESS/CRESS, constatando a necessidade das/os assistentes sociais conhecerem e se apropriarem desta realidade a fim de se pensar possíveis parâmetros de atuação profissional que se nutram das lutas feministas contra o patriarcado e do respeito aos direitos sexuais e reprodutivos e à autonomia das mulheres.El presente trabajo tiene como objetivo analizar la importancia del debate sobre la legalización del aborto como pauta fundamental para las/os trabajadoras/es sociales por su estrecha relación con la realización de los principios ético-políticos que guían la profesión. Para eso, examinamos la influencia del patriarcado presente en las relaciones sociales, investigamos la realidad de los casos de aborto que ocurren en Brasil, investigamos la legislación sobre el tema en el país y en otras partes del mundo, rescatamos la lucha de mujeres y de los movimientos feministas y buscamos entender los principios ético-políticos que se relacionan con la agenda. Realizamos una investigación bibliográfica y documental con una perspectiva crítica, basada fundamentalmente en el referente marxista. Por lo tanto, se verifica que la ilegalización del aborto debe entenderse como parte del control reproductivo de las mujeres en el sistema capitalista, que tiene como objetivo asegurar el mantenimiento de la fuerza de trabajo. Constatamos también que las mujeres que más sufren la clandestinidad del aborto son las mujeres negras y pobres, mientras que aquellas que poseen condiciones financieras y materiales tienen acceso a mecanismos o posibilidades que les permiten abortar en condiciones menos peligrosas – aunque no necesariamente seguras. Comprendemos que la lucha encarnizada de las mujeres en torno a la agenda ha sido fundamental en la conquista de los derechos existentes, así como también es un horizonte ineludible para prefigurar futuros derechos en la dirección de su legalización. Finalmente, buscamos rescatar la importancia de la pauta en la agenda del conjunto CFESS/CRESS, constatando la necesidad de que los asistentes sociales conozcan y se apropien de esta realidad para pensar posibles parámetros de actuación profesional que se nutran de las luchas feministas contra el patriarcado y del respeto a los derechos sexuales y reproductivos y la autonomía de las mujeres.78 f.Rio das OstrasMarro, Kátia IrisBrites, Cristina MariaSoares, Maria Raimunda PenhaMarro, Kátia IrisFirmiano, Gabrielle Rocha2023-08-09T23:16:22Z2023-08-09T23:16:22Z2019info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisapplication/pdfFIRMIANO, Gabrielle Rocha. Seguro ou clandestino?: a interrupção voluntária da gravidez e o controle dos corpos no patriarcado. 2019. 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O presente trabalho objetiva analisar a importância do debate da legalização do aborto como pauta fundamental para as/os assistentes sociais por sua estreita relação com a realização dos princípios ético-políticos que norteiam a profissão. Para tanto, examinamos a influência do patriarcado presente nas relações sociais, pesquisamos a realidade dos casos de aborto que se sucedem no Brasil, investigamos a legislação acerca da questão no país e em outras partes do mundo, resgatamos a luta das mulheres e dos movimentos feministas e buscamos compreender os princípios ético-políticos que se relacionam com a pauta. Realizamos uma pesquisa bibliográfica e documental com uma perspectiva crítica, fundamentalmente pautada no referencial marxista. Diante disso, verifica-se que a ilegalização do aborto deve ser compreendida como parte do controle reprodutivo das mulheres no sistema capitalista que tem a finalidade de garantir a manutenção da força de trabalho. Constatamos também que as mulheres que mais sofrem com a clandestinidade do aborto são as mulheres negras e pobres, enquanto que aquelas que possuem condições financeiras e materiais tem acesso a mecanismos ou possibilidades que lhes permitem abortar em condições menos perigosas – ainda que não necessariamente seguras. Compreendemos que a luta aguerrida das mulheres em torno da pauta foi fundamental na conquista dos direitos existentes, assim como também é um horizonte iniludível para prefigurar futuros direitos na direção da sua legalização. Finalmente, buscamos resgatar a importância da pauta na agenda do conjunto CFESS/CRESS, constatando a necessidade das/os assistentes sociais conhecerem e se apropriarem desta realidade a fim de se pensar possíveis parâmetros de atuação profissional que se nutram das lutas feministas contra o patriarcado e do respeito aos direitos sexuais e reprodutivos e à autonomia das mulheres. |
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