"Elas precisam entrar no circuito também": feminismo, idadismo e cultura digital

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Guimarães, Aline
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: https://app.uff.br/riuff/handle/1/23709
Resumo: Os movimentos feministas passaram por uma série de modificações ao longo da história. Vários estudos atuais se centram na relevância que a cultura digital adquire para tais movimentos, frequentemente focando em mulheres jovens. Contudo, no Brasil, pessoas mais velhas são conectadas às mídias sociais (SENIORLAB, 2016) e dados recentes comprovam o aumento dos acessos em faixas etárias superiores aos 50 anos. Conforme apontou uma das entrevistadas desta pesquisa: as mulheres mais velhas “precisam entrar no circuito também, para mudar um pouco essa mentalidade de que a gente não serve para mais nada”. O idadismo, enquanto preconceito baseado na idade, tornou-se uma das variadas formas de discriminação que foram naturalizadas. Esta pesquisa teve como objetivo analisar como feministas consideradas maduras / velhas e que são ativas em plataformas de redes sociais lidam com seu envolvimento com práticas comunicativas do feminismo nesta fase de suas vidas. Seguiu-se uma abordagem qualitativa, calcada na realização de entrevistas online semiestruturadas com cinco mulheres, de diferentes Estados brasileiros, acima dos 50 anos, atentando para atravessamentos de suas múltiplas experiências de vida com o feminismo e cultura digital. Conclui-se que, por um lado, que elas seguem atuantes enquanto feministas e para tal são relevantes, tanto social quanto politicamente, suas práticas comunicacionais mediadas por ambientes online. Por outro lado, envelhecer no Brasil é visto de forma pejorativa, não pelas entrevistadas em si, mas na forma como elas são percebidas enquanto sujeitos no mundo pelos outros. Portanto, qualquer dificuldade de integração em debates intergeracionais deriva da própria estrutura idadista de nossa sociedade. Acredita-se, assim, que é necessária a inclusão e reconhecimento das subjetividades de mulheres maduras para compor um olhar interseccional e de resgate histórico sobre os movimentos feministas contemporâneos.
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O idadismo, enquanto preconceito baseado na idade, tornou-se uma das variadas formas de discriminação que foram naturalizadas. Esta pesquisa teve como objetivo analisar como feministas consideradas maduras / velhas e que são ativas em plataformas de redes sociais lidam com seu envolvimento com práticas comunicativas do feminismo nesta fase de suas vidas. Seguiu-se uma abordagem qualitativa, calcada na realização de entrevistas online semiestruturadas com cinco mulheres, de diferentes Estados brasileiros, acima dos 50 anos, atentando para atravessamentos de suas múltiplas experiências de vida com o feminismo e cultura digital. Conclui-se que, por um lado, que elas seguem atuantes enquanto feministas e para tal são relevantes, tanto social quanto politicamente, suas práticas comunicacionais mediadas por ambientes online. Por outro lado, envelhecer no Brasil é visto de forma pejorativa, não pelas entrevistadas em si, mas na forma como elas são percebidas enquanto sujeitos no mundo pelos outros. Portanto, qualquer dificuldade de integração em debates intergeracionais deriva da própria estrutura idadista de nossa sociedade. Acredita-se, assim, que é necessária a inclusão e reconhecimento das subjetividades de mulheres maduras para compor um olhar interseccional e de resgate histórico sobre os movimentos feministas contemporâneos.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorThe feminist movements have undergone a series of modifications through the course of history. Various recent studies base themselves in the relevance that digital culture acquires for feminist movements, frequently focusing on young women. However, in Brazil, older people are connected to social media (SENIORLAB, 2016) and recent data prove the increase of access in the age group above 50 years old. As pointed out by one of the interviewees of this research: older women “need to get into the circuit [connected] in order to change a bit the idea that we are useless now”. Ageism, while being a prejudice based on age, has become one of the various forms of discrimination that has been naturalized. This research had the objective of analyzing how feminists considered mature / old and who are active on social media platforms deal with the engagement with communicative practices of feminism at this stage of their lives. A qualitative approach was followed, based on semi-structured online interviews with five women from different Brazilian states above the age of 50, focusing on their multiple experiences with feminism and digital culture. In conclusion, on the one hand, they are active feminists, and in order to be so, their communication practices mediated by online platforms are both socially and politically relevant. On the other hand, aging in Brazil is seen in a pejorative way, not by the interviewees themselves, but in the ways they are perceived as subjects in the world by others. Therefore, any difficulty of integration in intergenerational debates stems from the very idadist structure of our society. Hence, we believe that the inclusion and recognition of the subjectivities of mature women is necessary to compose an intersectional and historical rescue look at contemporary feminist movements.140f.NiteróiPolivanov, BeatrizCarrera, FernandaGrangeiro, Giselahttp://lattes.cnpq.br/7014436544762722Guimarães, Aline2021-11-19T21:30:21Z2021-11-19T21:30:21Z2021info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfGUIMARÃES, Aline. "Elas precisam entrar no circuito também": feminismo, idadismo e cultura digital. 2021. 140f. 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