A morte está na mesa: fome no contexto da pandemia.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Batista, Bruno Vale Nobre
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: http://app.uff.br/riuff/handle/1/29975
Resumo: No presente trabalho, buscamos compreender o que é a fome e a sua (re)produção com o capitalismo. Utilizamos como base, o autor Josué de Castro, a partir das suas teses temos uma dimensão completa da fome, e em conjunto, tratamos de forma crítica a compreensão da fome com os autores Engels e Marx, criando então um diálogo entre os três autores. Utilizamos o uso de obras de arte, fotografias e literatura para uma dimensão sensível e material da fome. Com a base marxista vamos desde a transição do feudalismo para o capitalismo até a atualidade, retratando como ocorre a produção social da fome pelo capitalismo, presente no capítulo I. Tratamos de particularidades que envolvem a fome e a sua relação com o período pandêmico, buscando apreensão do que levou a elevação da fome em tão curto período de tempo. Observando a produção social da fome temos elementos que coadunam com o período crítico da pandemia e a fome, com a teoria do valor em Marx desvelamos como ocorre a transformação do alimento em mercadoria e como a paralisação da produção do valor na pandemia serviu para agudizar a fome. Com isso, tivemos a noção que a fome não é causada pela pandemia, mas pelo capitalismo, pois a fome já estava em curso desde 2016 foi intensificada na pandemia, e não gerada por ela. Utilizamos dados referentes a Pesquisa de Orçamento Familiar 2016/2017 e os relatórios da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar dos anos de 2020 até 2022, como exposição da trajetória da fome independemente da pandemia. Chegamos então ao período pandêmico com a fome já instaurada e a intervenção do Estado para lidar com o vírus Covid-19 além da explosão de pessoas em situação de fome. O período é marcado por um governo que nega a existência da fome, o qual é visto com a extinção do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. Iremos analisar a gestão que o governo adota para buscar combater todas as mazelas da pandemia e sobretudo a fome, com a criação do auxílio emergencial que vai de encontro a existência de mecanismos na Lei Orgânica da Assistência Social para criação de benefícios emergenciais em momentos de calamidade pública, presentes no capítulo II. Finalizamos com a conexão da fome e pandemia no seu sentido biosocial, pois a partir de pesquisas científicas vemos que sujeitos em situação de fome têm uma maior dificuldade para recuperação da Covid-19, e no que tange ao consumo de alimentos ultraprocessados, existe a relação com uma alta taxa de mortalidade e doenças cardíacas e não contagiosas. Isso levou a relação entre a fome e doenças ocasionadas direta ou indiretamente pela fome podem levar à morte.
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Tratamos de particularidades que envolvem a fome e a sua relação com o período pandêmico, buscando apreensão do que levou a elevação da fome em tão curto período de tempo. Observando a produção social da fome temos elementos que coadunam com o período crítico da pandemia e a fome, com a teoria do valor em Marx desvelamos como ocorre a transformação do alimento em mercadoria e como a paralisação da produção do valor na pandemia serviu para agudizar a fome. Com isso, tivemos a noção que a fome não é causada pela pandemia, mas pelo capitalismo, pois a fome já estava em curso desde 2016 foi intensificada na pandemia, e não gerada por ela. Utilizamos dados referentes a Pesquisa de Orçamento Familiar 2016/2017 e os relatórios da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar dos anos de 2020 até 2022, como exposição da trajetória da fome independemente da pandemia. Chegamos então ao período pandêmico com a fome já instaurada e a intervenção do Estado para lidar com o vírus Covid-19 além da explosão de pessoas em situação de fome. O período é marcado por um governo que nega a existência da fome, o qual é visto com a extinção do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. Iremos analisar a gestão que o governo adota para buscar combater todas as mazelas da pandemia e sobretudo a fome, com a criação do auxílio emergencial que vai de encontro a existência de mecanismos na Lei Orgânica da Assistência Social para criação de benefícios emergenciais em momentos de calamidade pública, presentes no capítulo II. Finalizamos com a conexão da fome e pandemia no seu sentido biosocial, pois a partir de pesquisas científicas vemos que sujeitos em situação de fome têm uma maior dificuldade para recuperação da Covid-19, e no que tange ao consumo de alimentos ultraprocessados, existe a relação com uma alta taxa de mortalidade e doenças cardíacas e não contagiosas. Isso levou a relação entre a fome e doenças ocasionadas direta ou indiretamente pela fome podem levar à morte.In this work, we seek to understand what hunger is and its (re)production with capitalism. We use the author Josué de Castro as a basis, from his theses we have a complete dimension of hunger, and together, we critically treat the understanding of hunger with the authors Engels and Marx, thus creating a dialogue between the three authors. We use works of art, photographs and literature for a sensitive and material dimension of hunger. With the Marxist base, we go from the transition from feudalism to capitalism to the present, portraying how the social production of hunger by capitalism occurs, present in chapter I. We deal with particularities that involve hunger and its relationship with the pandemic period, seeking apprehension of what led to the increase in hunger in such a short period of time. Observing the social production of hunger, we have elements that are in line with the critical period of the pandemic and hunger, with Marx's theory of value, we reveal how the transformation of food into a commodity occurs and how the stoppage of value production in the pandemic served to sharpen the hunger. With that, we had the notion that hunger is not caused by the pandemic, but by capitalism, as hunger had already been ongoing since 2016 and was intensified during the pandemic, and not generated by it. We used data from the 2016/2017 Family Budget Survey and reports from the Brazilian Research Network on Sovereignty and Food Security from the years 2020 to 2022, as an exposition of the trajectory of hunger regardless of the pandemic. We then reached the pandemic period with hunger already in place and State intervention to deal with the Covid-19 virus in addition to the explosion of people in a situation of hunger. The period is marked by a government that denies the existence of hunger, which is seen with the extinction of the National Council for Food and Nutrition Security. We will analyze the management that the government adopts to seek to combat all the ills of the pandemic and especially hunger, with the creation of emergency aid that meets the existence of mechanisms in the Organic Law of Social Assistance to create emergency benefits in times of calamity public, present in chapter II. We end with the connection between hunger and the pandemic in its biosocial sense, as based on scientific research we see that people in a situation of hunger have greater difficulty in recovering from Covid-19, and with regard to the consumption of ultra-processed foods, there is a relationship with a high mortality rate and heart and non-contagious diseases. This led to the relationship between hunger and diseases caused directly or indirectly by hunger that can lead to death.85 f.Tavares, João Claudinohttp://lattes.cnpq.br/9558410061917745Silva Junior, Edson Teixeira dahttp://lattes.cnpq.br/9702837899322401Quaresma, Maria Luiza VaccariBatista, Bruno Vale Nobre2023-08-16T16:57:22Z2023-08-16T16:57:22Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisapplication/pdfBATISTA, Bruno Vale Nobre. A morte está na mesa: fome no contexto da pandemia. 2023. 85 f. 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