Do rural ao campo: formação de professores para qual educação?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Castro, Alessandra Gomes de
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: https://app.uff.br/riuff/handle/1/16781
Resumo: A presente tese é vinculada à linha de pesquisa Estudos do Cotidiano da Educação Popular (ECEP) do Doutorado em Educação da Universidade Federal Fluminense e tem como objeto de estudo a história da educação e a formação de professores para os sujeitos do campo. O objetivo geral é o cotidiano da Licenciatura em Educação do Campo da UFG-Regional Goiás e os desafios da Pedagogia da Alternância no curso. A pesquisa é de natureza qualitativa, tendo como instrumental metodológico a pesquisa narrativa no/com o cotidiano. Para a produção de dados utilizei de conversas no sentido amplo: conversas com sujeitos, documentos, textos, teses, dissertações, livros, artigos, imagens, poesias, jornais, vídeos e músicas. Ancorada em Certeau (2006) – A Escrita da História e em Benjamin (1987) – Experiência e Pobreza, assumi o conceito historiarnarrar para tecer a pesquisa. Ao desenvolver o trabalho, busquei fundamentação teórica em diversos estudiosos que se debruçaram a respeito dos principais conceitos da tese: Educação Rural – Mennucci (1934); Filho (2001); Mendonça (2016; 2007). Educação Popular – Brandão (2013); Germano (1997); Freire (2004; 2003; 1992 1975). Educação do Campo – Caldart (2009; 2013; 2017; 2019); Munarim (2016); Molina (2017), dentre outros. A tessitura dos últimos fios do trabalho revelou que o projeto educacional para os sujeitos do campo na perspectiva da educação rural foi pensado para manter o status quo no campo, camuflar os interesses das elites dominantes e a formação para o trabalho na agricultura. Na contramão as práticas de educação popular contribuíram para um processo educativoformativopolítico dos sujeitos do campo a partir das suas realidades, histórias de vida, culturas, conhecimentos, saberes, lutas e interesses. No município de Goiás Dom Tomás e as instituições parceiras contribuíram para as lutas dos diversos segmentos de trabalhadores. A ascensão e a consolidação do MST no cenário nacional fortaleceram a luta por uma educação do/no/com o campo e a formação de professores da Reforma Agrária. No I ENERA em 1998, o conceito de Educação do Campo foi consolidado. Em 2007, foram ofertadas as primeiras experiências de LEdoC no Brasil. Em 2012, a UFG participou de um edital do MEC e conseguiu aprovar o curso para ser ofertado na Regional Goiás em 2013. Em sete anos de existência a LEdoC UFG-Regional Goiás tem ofertado a formação inicial, a formação complementar de professores e contribuído para fortalecer a educação do campo. No cenário atual, os desafios são imensos, haja vista que o projeto hegemônico de educação para os sujeitos do campo é o da educação rural. Em contrapartida a educação do campo é uma modalidade que tem se afirmado como resistência
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Ancorada em Certeau (2006) – A Escrita da História e em Benjamin (1987) – Experiência e Pobreza, assumi o conceito historiarnarrar para tecer a pesquisa. Ao desenvolver o trabalho, busquei fundamentação teórica em diversos estudiosos que se debruçaram a respeito dos principais conceitos da tese: Educação Rural – Mennucci (1934); Filho (2001); Mendonça (2016; 2007). Educação Popular – Brandão (2013); Germano (1997); Freire (2004; 2003; 1992 1975). Educação do Campo – Caldart (2009; 2013; 2017; 2019); Munarim (2016); Molina (2017), dentre outros. A tessitura dos últimos fios do trabalho revelou que o projeto educacional para os sujeitos do campo na perspectiva da educação rural foi pensado para manter o status quo no campo, camuflar os interesses das elites dominantes e a formação para o trabalho na agricultura. Na contramão as práticas de educação popular contribuíram para um processo educativoformativopolítico dos sujeitos do campo a partir das suas realidades, histórias de vida, culturas, conhecimentos, saberes, lutas e interesses. No município de Goiás Dom Tomás e as instituições parceiras contribuíram para as lutas dos diversos segmentos de trabalhadores. A ascensão e a consolidação do MST no cenário nacional fortaleceram a luta por uma educação do/no/com o campo e a formação de professores da Reforma Agrária. No I ENERA em 1998, o conceito de Educação do Campo foi consolidado. Em 2007, foram ofertadas as primeiras experiências de LEdoC no Brasil. Em 2012, a UFG participou de um edital do MEC e conseguiu aprovar o curso para ser ofertado na Regional Goiás em 2013. Em sete anos de existência a LEdoC UFG-Regional Goiás tem ofertado a formação inicial, a formação complementar de professores e contribuído para fortalecer a educação do campo. No cenário atual, os desafios são imensos, haja vista que o projeto hegemônico de educação para os sujeitos do campo é o da educação rural. Em contrapartida a educação do campo é uma modalidade que tem se afirmado como resistênciaThis thesis is linked to the line of research Studies of the Daily Life of Popular Education (ECEP) of the Doctorate in Education at the University Federal Fluminense and its object of study is the history of education and the formation of teachers for subjects in the countryside. The general objective is the routine of the Degree in Countryside Education at UFG-Regional Goiás and the challenges of Pedagogy of Alternation in the course. The research is of a qualitative nature, using narrative research in / with everyday life as a methodological tool. For the production of data I used conversations in the broad sense: conversations with subjects, documents, texts, theses, dissertations, books, articles, images, poetry, newspapers, videos and music. Anchored in Certeau (2006) - The Writing of History and in Benjamin (1987) - Experience and Poverty, assumed the historynarrate concept to weave the search. When developing the work, I sought theoretical foundation in several scholars who studied the main concepts of the thesis: Education Rural - Mennucci (1934); Filho (2001); Mendonça (2016; 2007). Popular Education - Brandão (2013); Germano (1997); Freire (2004; 2003; 1992 1975). Countryside Education - Caldart (2009; 2013; 2017; 2019); Munarim (2016); Molina (2017), among others. The weaving of the last threads of the work revealed that the educational project for rural people from the perspective of rural education was designed to maintain the status quo in the countryside, camouflage the interests of the dominant’s elites and training for work in agriculture. In the opposite direction, popular education practices contributed to an educative-political-political process of the subjects of the field based on their realities, life histories, cultures, knowledge, knowledge, struggles and interests. In the municipality of Goiás Dom Tomás and the partner institutions contributed to the struggles of the various segments of workers. The rise and consolidation of the MST on the national scene strengthened the struggle for education in / in / with the countryside and the formation of Agrarian Reform teachers. At I ENERA in 1998, the concept of Countryside Education was consolidated. In 2007, the first LEdoC experiences in Brazil were offered. In 2012, UFG participated in an MEC announcement and was able to approve the course to be offered in Regional Goiás in 2013. In seven years of existence, LEdoC UFG-Regional Goiás has offered initial formation, complementary teacher formation and contributed to strengthen countryside education. In the current scenario, the challenges are immense, given that the hegemonic project of education for rural subjects is that of rural education. In contrast, rural education is a modality that has been asserting itself as resistance266 f.Perez, Carmén Lúcia VidalSousa, Regina Sueli deGonzaga, José Guilherme FrancoValle, Maria Teresa Esteban doCavalieri, LúciaTavares, Maria Tereza GoudardCastro, Alessandra Gomes de2021-01-29T15:42:48Z2021-01-29T15:42:48Z2020info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfCASTRO, Alessandra Gomes de. Do rural ao campo: formação de professores para qual educação? 2020. 263 f. 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