O banzeiro cuidador: notas sobre a arte de partejar e processos de subjetivação
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
Texto Completo: | http://app.uff.br/riuff/handle/1/31399 |
Resumo: | O Banzeiro cuidador: notas sobre a arte de partejar e processos de subjetivação é um estudo sobre arranjos e processos de cuidar de parteiras tradicionais em suas redes de existência, tomando suas narrativas, no contexto do partejar, como fio condutor. A pesquisa em si ocorreu a partir de encontros realizados entre 2015 e 2016, no Estado do Amazonas, e acompanhou as produções dessas parteiras para a saúde sexual e reprodutiva no campo do tradicional da população local. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, de abordagem descritiva, não atrelada a uma concepção de neutralidade do pesquisador, que configuraria uma relação objetal. As parteiras foram guias do processo investigativo, e as narrativas foram consideradas segundo Walter Benjamim, bem como a produção analítica do material foram acompanhadas por intercessores, segundo Gilles Deleuze. Nessa construção, considero o banzeiro amazônico, que é movimento das águas, em ondas, como efeito do vento, da passagem de embarcações, da pororoca, e de outras interferências, como conceito ferramenta; e sigo com o banzeiro cuidador, aqui tomado como processo cuidador no contexto do partejar, percebido pelos movimentos narráveis, de dobras e desdobras, como uma visão ética e estética, como um ato singular produzido pelas parteiras no acompanhamento das mulheres. O conceito do banzeiro cuidador como efeito das interferências, dos tensionamentos constitutivos dos modos de viver é um movimento cuidador. O banzeiro cuidador é movimento que se coletiviza pela necessidade do viver, é potência e varia, assim como há variações na vida. A oferta do banzeiro cuidador se efetua ao considerar a resolutividade colaborativa com e entre parteiras como conceito ferramenta para operar e ampliar a produção do cuidado nos territórios de existência. Com a intencionalidade de apresentar perspectivas, as vistas dos pontos de vistas de parteiras tradicionais sobre o partejar, este estudo tem a intenção de ampliar, mas não de esgotar, o debate sobre os modos de operar cuidadores em contextos complexos, que se valem das apropriações e dos elementos do existir para criar seus processos de subjetivação, com atenção aos modos de andar a vida. Considero que este estudo vai ao encontro do esforço de profissionais, gestores e alunos que aspiram produzir mais vida em suas ações de saúde a partir do acionamento de outras perspectivas. |
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As parteiras foram guias do processo investigativo, e as narrativas foram consideradas segundo Walter Benjamim, bem como a produção analítica do material foram acompanhadas por intercessores, segundo Gilles Deleuze. Nessa construção, considero o banzeiro amazônico, que é movimento das águas, em ondas, como efeito do vento, da passagem de embarcações, da pororoca, e de outras interferências, como conceito ferramenta; e sigo com o banzeiro cuidador, aqui tomado como processo cuidador no contexto do partejar, percebido pelos movimentos narráveis, de dobras e desdobras, como uma visão ética e estética, como um ato singular produzido pelas parteiras no acompanhamento das mulheres. O conceito do banzeiro cuidador como efeito das interferências, dos tensionamentos constitutivos dos modos de viver é um movimento cuidador. O banzeiro cuidador é movimento que se coletiviza pela necessidade do viver, é potência e varia, assim como há variações na vida. A oferta do banzeiro cuidador se efetua ao considerar a resolutividade colaborativa com e entre parteiras como conceito ferramenta para operar e ampliar a produção do cuidado nos territórios de existência. Com a intencionalidade de apresentar perspectivas, as vistas dos pontos de vistas de parteiras tradicionais sobre o partejar, este estudo tem a intenção de ampliar, mas não de esgotar, o debate sobre os modos de operar cuidadores em contextos complexos, que se valem das apropriações e dos elementos do existir para criar seus processos de subjetivação, com atenção aos modos de andar a vida. Considero que este estudo vai ao encontro do esforço de profissionais, gestores e alunos que aspiram produzir mais vida em suas ações de saúde a partir do acionamento de outras perspectivas.The Caregiver Banzeiro: notes on the art of midwifery and processes of subjectivation is a study on arrangements and processes of care of traditional midwives in their networks of existence, taking their narratives, in the context of midwifery, as a guiding thread. The research itself occurred from meetings held between 2015 and 2016, in the State of Amazonas, and followed the productions of these midwives for sexual and reproductive health in the field of the traditional of the local population. This is a qualitative research study of descriptive approach, not tied to a conception of neutrality of the researcher, which would configure an objective relationship. The midwives were the guides of the investigative process, and the narratives were considered according to Walter Benjamin, and the analytical production of the material was accompanied by intercessors, according to Gilles Deleuze. In this construction, I consider the Amazonian banzeiro, which is the movement of waters, in waves, as an effect of the wind, of the passage of boats, of the pororoca, and other interferences, as a tool concept; and I follow with the banzeiro cuidador, here taken as a caring process in the context of midwifery, perceived by the narrable movements, of folds and unfoldings, as an ethical and aesthetic vision, as a singular act produced by midwives in the accompaniment of women. The concept of banzeiro cuidador as an effect of the interferences, of the tensions constitutive of the ways of living is a caring movement. The caring banzeiro is a movement that is collectivized by the need to live, it is potency and varies, just as there are variations in life. The offer of banzeiro caregiving takes place when considering collaborative resolution with and among midwives as a conceptual tool to operate and expand the production of care in the territories of existence. With the intention of presenting perspectives, the views of traditional midwives on midwifery, this study intends to broaden, but not to exhaust, the debate on the ways of operating caregivers in complex contexts, who make use of the appropriations and elements of existence to create their processes of subjectivation, with attention to the ways of walking life. I believe that this study meets the effort of professionals, managers, and students who aspire to produce more life in their health actions from the activation of other perspectives.104 f.Silva, Ana Lúcia Abrahão dahttp://lattes.cnpq.br/7027005675544329Chagas, Magda de Souzahttp://lattes.cnpq.br/3658844096160277Tallemberg, Claudia Aparecida Amorimhttp://lattes.cnpq.br/9215941360257785Alves, Valdecyr Herdyhttp://lattes.cnpq.br/5447343127674320Cerqueira, Maria Paulahttp://lattes.cnpq.br/8236646328497987Lima, Josiane Vivian Camargo dehttp://lattes.cnpq.br/3657157850083936http://lattes.cnpq.br/2578768381946224Schiffler, Angela Carla da Rocha2023-12-11T02:37:15Z2023-12-11T02:37:15Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfSCHIFFLER, Angela Carla da Rocha. O banzeiro cuidador: notas sobre a arte de partejar e processos de subjetivação. 2022. 104 f. 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