Impacto na sobrevida e prognóstico de pacientes com carcinoma de células escamosas de boca em sítio único de cavidade

• Autor(a) principal: Rodrigues, Renata Miranda
• Data de Publicação: 2024
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
• Texto Completo: https://app.uff.br/riuff/handle/1/33820
• topic: Carcinoma de células escamosas; Cavidade oral; Prognóstico; Sobrevida; Neoplasia bucal; Carcinoma de células escamosas; Boca; Prognóstico; Análise de sobrevida; Squamous cell carcinoma; Oral cavity; Prognosis; Survival

Introdução: Cerca de 90% dos tumores malignos da cavidade oral são carcinomas de células escamosas (CCE), e seu tratamento permanece como um desafio na oncologia devido à alta taxa de recorrência e ao baixo índice de cura nos estadiamentos mais avançados. Não ocorreram grandes descobertas no tratamento dos tumores em cavidade oral nas últimas décadas, sendo que a ampla maioria dos estudos analisa englobadamente tais tumores, sem separá-los por sítio anatômico, considerando a cavidade oral como uma estrutura anatômica única. Objetivo: O presente trabalho analisou o impacto na sobrevida e prognóstico de pacientes com CCE de boca em sítio único, coletando variáveis sociodemográficas e clinicopatológicas e tratados em uma única instituição entre 1999 a 2009. Metodologia: Ao todo, 429 casos de CCE de boca, diagnosticados e tratados primariamente por cirurgia no Instituto Nacional José de Alencar Gomes da Silva (INCA) foram avaliados. Todos os prontuários médicos foram revisados para coleta de dados sociodemográficos e clinicopatológicos. Para avaliação histopatológica, todas as lâminas deveriam estar disponíveis, o que ocorreu em apenas 321 casos. Nesses casos, foram avaliadas variáveis como: diferenciação celular, padrão de invasão tumoral, infiltrado linfocitário, invasão perineural, brotamentos tumorais, profundidade de invasão, modelo BD, Avaliação Histopatológica de Risco e reclassificada a variável TNM de acordo com a oitava edição. Para avaliar a associação entre as variáveis foi utilizado o teste do qui-quadrado e a regressão logística binária. Para prognóstico, a análise de sobrevida de Kaplan- Meier e a análise de regressão de Cox para análise de sobrevida foram empregadas. Resultados: Apenas analisando os tumores por sítio único foram reveladas associações significativas entre tabagismo e tumores de assoalho de boca, entre idade e os tumores de outros sítios orais e que os tumores de língua poderiam ser divididos entre os que ocorrem em tabagistas e os que ocorrem em não tabagistas. Além disso, os modelos de regressão indicaram fatores prognósticos sítio-específicos. Tais achados, se validados por estudos prospectivos, podem indicar a presença de um importante viés na literatura, causado pela estratégia usual de agrupar os CCE de cavidade oral, muitas vezes incluindo nos estudos pacientes com tumores de outras regiões de cabeça e pescoço. Conclusão: As diferenças de sobrevida observadas entre pacientes com tumores de diferentes sítios orais mostraram que existe prognóstico distinto dependendo da localização do tumor