Mecanismos de resistência aos inibidores da tirosina quinase BCR-ABL no tratamento da leucemia mielóide crônica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rodrigues, Beatriz de Mello
Data de Publicação: 2024
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: http://app.uff.br/riuff/handle/1/32665
Resumo: A leucemia mieloide crônica (LMC) é caracterizada pela presença do cromossomo Philadelphia (Ph), que se forma devido à translocação recíproca dos braços longos dos cromossomos 9 e 22 (t(9;22)). Como resultado dessa translocação, há a formação do gene de fusão BCR::ABL1 que codifica uma proteína com atividade tirosina quinase que desregula vias de transdução de sinais ligadas à proliferação, apoptose e diferenciação celular. Os principais exames para identificação da doença são os citogenéticos e os moleculares, como a técnica de hibridização in situ por fluorescência (FISH), análise do cariótipo e a técnica da transcriptase reversa seguida da reação em cadeia da polimerase quantitativa (RT-qPCR). A evolução natural da LMC foi alterada a partir do desenvolvimento dos inibidores de tirosina quinase (TKIs) que permitiram uma melhora significativa na resposta ao tratamento dos pacientes com LMC. No entanto, em alguns pacientes com LMC, a perda da eficácia desses fármacos tornou-se uma problemática, pois contribui para a progressão da doença e piora do prognóstico. Este trabalho tem como objetivo realizar uma revisão sobre os mecanismos de resistência aos inibidores da tirosino quinase BCR-ABL no tratamento da LMC descritos na literatura científica. A resistência aos inibidores de BCR-ABL pode ser subdividida entre mecanismos dependentes e independentes de BCR-ABL. A ocorrência das mutações pontuais no domínio quinase de BCR-ABL são o principal mecanismo dependente de BCR-ABL, como é o caso da mutação T315I, que é altamente resistente à maioria dos fármacos. Além das mutações no gene BCR::ABL1, diversos mecanismos independentes de BCR-ABL estão associados com a resistência aos TKIs e são relacionados com a presença de polimorfismos, alteração da atividade e expressão de transportadores de captação e efluxo de fármacos, enzimas do complexo das citocromo peroxidase 450 (CYP450), além da ativação de vias de sinalização alternativas. Dessa forma, analisar os mecanismos de resistência aos TKIs é fundamental para que haja o desenvolvimento de novos métodos de diagnóstico e fármacos mais específicos com o objetivo de garantir a remissão total da doença.
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Os principais exames para identificação da doença são os citogenéticos e os moleculares, como a técnica de hibridização in situ por fluorescência (FISH), análise do cariótipo e a técnica da transcriptase reversa seguida da reação em cadeia da polimerase quantitativa (RT-qPCR). A evolução natural da LMC foi alterada a partir do desenvolvimento dos inibidores de tirosina quinase (TKIs) que permitiram uma melhora significativa na resposta ao tratamento dos pacientes com LMC. No entanto, em alguns pacientes com LMC, a perda da eficácia desses fármacos tornou-se uma problemática, pois contribui para a progressão da doença e piora do prognóstico. Este trabalho tem como objetivo realizar uma revisão sobre os mecanismos de resistência aos inibidores da tirosino quinase BCR-ABL no tratamento da LMC descritos na literatura científica. A resistência aos inibidores de BCR-ABL pode ser subdividida entre mecanismos dependentes e independentes de BCR-ABL. A ocorrência das mutações pontuais no domínio quinase de BCR-ABL são o principal mecanismo dependente de BCR-ABL, como é o caso da mutação T315I, que é altamente resistente à maioria dos fármacos. Além das mutações no gene BCR::ABL1, diversos mecanismos independentes de BCR-ABL estão associados com a resistência aos TKIs e são relacionados com a presença de polimorfismos, alteração da atividade e expressão de transportadores de captação e efluxo de fármacos, enzimas do complexo das citocromo peroxidase 450 (CYP450), além da ativação de vias de sinalização alternativas. Dessa forma, analisar os mecanismos de resistência aos TKIs é fundamental para que haja o desenvolvimento de novos métodos de diagnóstico e fármacos mais específicos com o objetivo de garantir a remissão total da doença.Chronic myeloid leukemia (CML) is characterized by Philadelphia chromosome (Ph), due to the reciprocal translocation of the long arms of chromosomes 9 and 22 (t(9;22)). As a result, there is the formation of the BCR::ABL1 fusion gene, which encodes a protein with tyrosine kinase activity that disrupts signal transduction pathways linked to cell proliferation, apoptosis and differentiation. The main tests for disease diagnosis are cytogenetic and molecular tests, such as the fluorescence in situ hybridization (FISH) technique, karyotype analysis and quantitative reverse transcription polymerase chain reaction (RT-qPCR). CML natural evolution was changed after tyrosine kinase inhibitors (TKIs) development, which allowed a significant improvement in the response to CML treatment. However, in some CML patients, TKIs loss of efficacy became an issue because it contributes to disease progression and poor prognosis. The aim of this study was to perform a review about resistance mechanisms of BCR-ABL tyrosine kinase inhibitors in the CML treatment described in scientific literature. Resistance to TKIs can be subdivided into BCR-ABL- dependent and independent mechanisms. Point mutations on the ABL1 kinase domain is the most common TKI resistance mechanism, as T315I mutation, highly resistant to the majority of these drugs. In addition to BCR:ABL1 mutations, several BCR-ABL independent mechanisms are associated with TKI resistance, including abnormal activity and expression of drug transporters, activation of alternative signaling pathways, and presence of polymorphisms in enzymes of cytochrome peroxidase 450 (CYP450). In this way, analyzing the resistance mechanisms to TKIs is fundamental for the development of new diagnostic methods that are more specific for resistance, and, therefore, have a better handling in the treatment of patients with CML.55 f.Gomes, Guilherme Wataruhttp://lattes.cnpq.br/2129002926188013Kang, Hye ChungPereira, Isabela Resendehttp://lattes.cnpq.br/8704583733473860Rodrigues, Beatriz de Mello2024-03-12T17:37:43Z2024-03-12T17:37:43Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisapplication/pdfRODRIGUES, Beatriz de Mello. Mecanismos de resistência aos inibidores da tirosina quinase BCR-ABL no tratamento da leucemia mielóide crônica. 2023. 55 f. 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