Luta por justiça territorial em Niterói: a antigeopolítica do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Werminghoff, Felipe Nascimento
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: http://app.uff.br/riuff/handle/1/27971
Resumo: No presente trabalho, analisa-se a geografia política da cidade praticada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) na cidade de Niterói, localizada na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Parte-se da perspectiva pós-estruturalista, ancoradas nas Epistemologias do Sul, para a construção de um debate sobre geografia e ética dotado de posicionalidade em prol da justiça territorial e do direito à cidade. No âmbito metodológico, inicia-se uma revisão bibliográfica para a construção do corpo teórico-conceitual do texto. A base empírica é construída por meio de um “exercício etnográfico” iniciado no fim de 2018 e concluído no início de 2020. Durante esse período, obtivemos dados quantitativos por meio de aplicação de inquéritos e expressos em gráficos, além de dados qualitativos através da descrição densa e de entrevistas semiestruturadas. Além dos trabalhos do campo, parte das atividades do MTST foi monitorada através do acesso constante às redes sociais do próprio movimento. Como o MTST em Niterói se organiza? Quem são os sujeitos que compõem o corpo social dessa unidade ativa? Quais são as principais estratégias adotadas pelo movimento na luta pelo direito à morada nos territórios niteroienses? No âmbito estratégico, quais os critérios decisivos de escolha para a realização das ocupações? Que constrangimentos são mais latentes para dificultar a organização desses sem-teto em sua cidade? Em síntese, avaliamos, por meio da luta do MTST pelo direito à morada, partindo da questão central de como o direito à cidade justa é negado em Niterói. Essa problemática nos conduziu a questionamentos específicos: No primeiro capítulo, apresenta-se uma síntese teórico-conceitual sobre a geopolítica crítica, a antigeopolítica, o direito à cidade e a justiça territorial. No segundo capítulo, abordam-se a evolução e o perfil dos movimentos sociais urbanos no território brasileiro. Em seguida, faremos um apanhado histórico do MTST e de sua atuação em cidades onde o movimento apresenta maior organicidade. No terceiro capítulo, discorre-se sobre a evolução urbana de Niterói desembocando em nosso questionamento acerca da marca do território de “cidade sorriso”. No quarto e último capítulo, investiga-se a atuação do MTST na cidade, a partir do conceito de unidade ativa com o foco em seus sujeitos corporificados e territorializados. Nas considerações finais, recuperam-se os valores éticos evocados e praticados pelo MTST, tais como a empatia, a solidariedade ativa e a cooperação. Em nossa conclusão, comprovamos a hipótese que originou a vi principal indagação desta dissertação: Niterói, apesar de sua marca no território de “cidade sorriso”, configura-se com um território injusto e que nega o direito à morada aos sem-teto, apesar do moroso avanço nas negociações desde a primeira ocupação, em 2015, suscitando o desenho e o desejo de horizontes para a cidadania e a democracia plenas.
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Durante esse período, obtivemos dados quantitativos por meio de aplicação de inquéritos e expressos em gráficos, além de dados qualitativos através da descrição densa e de entrevistas semiestruturadas. Além dos trabalhos do campo, parte das atividades do MTST foi monitorada através do acesso constante às redes sociais do próprio movimento. Como o MTST em Niterói se organiza? Quem são os sujeitos que compõem o corpo social dessa unidade ativa? Quais são as principais estratégias adotadas pelo movimento na luta pelo direito à morada nos territórios niteroienses? No âmbito estratégico, quais os critérios decisivos de escolha para a realização das ocupações? Que constrangimentos são mais latentes para dificultar a organização desses sem-teto em sua cidade? Em síntese, avaliamos, por meio da luta do MTST pelo direito à morada, partindo da questão central de como o direito à cidade justa é negado em Niterói. 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Em nossa conclusão, comprovamos a hipótese que originou a vi principal indagação desta dissertação: Niterói, apesar de sua marca no território de “cidade sorriso”, configura-se com um território injusto e que nega o direito à morada aos sem-teto, apesar do moroso avanço nas negociações desde a primeira ocupação, em 2015, suscitando o desenho e o desejo de horizontes para a cidadania e a democracia plenas.In this paper, the political geography of the city practiced by the Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) in the city of Niterói, located in the Metropolitan Region of Rio de Janeiro is analyzed. It starts from the post-structuralist perspective, anchored in Southern Epistemologies, to build a debate on geography and ethics endowed with positionality in favor of territorial justice and the right to the city. n the methodological scope, a bibliographic review for the construction of the theoreticalconceptual body of the text begins. The empirical basis is built through an “ethnographic exercise” started in late 2018 and completed in early 2020. During this period, we obtained quantitative data through the application of surveys and expressed in graphs, in addition to qualitative data through dense description and semi-structured interviews. In addition to fieldwork, part of MTST's activities was monitored through constant access to the movement's own social networks. How is MTST in Niterói organized? Who are the subjects that make up the social body of this active unit? What are the main strategies adopted by the movement in the struggle for the right to dwelling-place in the territories of Niteroi? In the strategic scope, what are the decisive criteria for choosing to carry out the occupations? What constraints are most latent to hinder the organization of these homeless people in your city? In summary, we evaluate, through the MTST struggle for the right to dwelling-place, starting from the central question of how the right to a just city is denied in Niterói. This problem led us to specific questions: In the first chapter, a theoretical-conceptual synthesis about critical geopolitics, anti-geopolitics, the right to the city and territorial justice is presented. In the second chapter, the evolution and profile of urban social movements in Brazilian territory are addressed. Then, we will make a historical overview of MTST and its performance in cities where the movement is more organic. In the third chapter, we discuss the urban evolution of Niterói leading to our questioning about the place brand of “smile city”. In the fourth and last chapter, we investigate the performance of MTST in the city, based on the concept of active unity with a focus on its embodied and territorialized subjects. In the final considerations, the ethical values evoked and practiced by the MTST are recovered, such as empathy, active solidarity and cooperation. In our conclusion, we prove the hypothesis that originated the main question of this dissertation: Niterói, despite its place brand of “smile city”, appears as an unjust territory that denies the viii homeless the right to address, despite the slow progress in negotiations since the first occupation, in 2015, raising the design and the desire for horizons for full citizenship and democracy.168 f.Lima, Ivaldo Gonçalves deMartins, Flávia Elaine da SilvaBarbosa, Jorge LuizRodrigues, Rejane Cristina de AraújoWerminghoff, Felipe Nascimento2023-02-27T17:15:38Z2023-02-27T17:15:38Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfWERMINGHOFF, Felipe Nascimento. Luta por justiça territorial em Niterói: a antigeopolítica do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto. 2020. 168f. 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