Determinantes da atratividade da carreira docente na educação básica: estrutura, progressão e remuneração

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Britto, Ariana Martins de
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: http://app.uff.br/riuff/handle/1/27444
Resumo: A baixa atratividade da carreira docente é um fenômeno estabelecido na literatura econômica. Economias desenvolvidas ou em desenvolvimento enfrentam, em maior ou menor grau, a indisposição de jovens em seguirem a carreira docente na educação básica. Quais incentivos são relevantes para a carreira docente? Fatores não observáveis como preferências em relação ao risco podem ser um fator determinante na escolha pela carreira de professor? E como planos de carreira estão construídos para expressar essa heterogeneidade individual e levando em conta o contexto regional do mercado de trabalho docente? Estas são algumas das questões que investigamos ao longo desta tese. O capítulo inicial contém uma síntese dos desenvolvimentos teóricos mais relevantes sobre fatores que afetam a escolha ocupacional pela carreira docente. Os insumos levantados neste capítulo serviram como base para a construção dos capítulos que seguem, partindo da conclusão principal de que a percepção sobre a remuneração se mantém como o principal fator de atratividade da carreira, seguido de outros componentes que desempenham um papel também importante na intenção por tornar-se professor como estrutura da carreira e incerteza. De posse desses resultados, o objetivo no capítulo 2 é avaliar, do ponto de vista teórico, quais incentivos são relevantes para a carreira docente. Se professores são relativamente avessos ao risco, como sugere uma vasta literatura sobre este tópico, um mecanismo de compensação baseado no mérito poderia reduzir a atratividade da carreira docente a longo prazo e a satisfação dessa carreira a curto prazo. O capítulo analisa vantagens e desvantagens de dois modelos de remuneração: baseado no desempenho e por tempo de serviço. Uma conclusão principal indica que pode haver complementaridades entre estes dois mecanismos de incentivos para construção de um plano de carreira docente mais atrativo. No capítulo 3 investiga-se o papel das preferências de risco e escolha ocupacional entre os alunos de cursos de formação de professores. Os dados foram extraídos de uma pesquisa inédita aplicada a uma amostra representativa de concluintes em cursos de formação docente no Brasil. Os primeiros resultados parecem sugerir que a profissão docente pode atrair indivíduos que possam ser, pelo menos, mais receptivos a modelos alternativos de remuneração. Nossa principal hipótese recai sobre um efeito seleção ex-ante, o que implicaria que características que afetam a escolha ocupacional de concluintes de licenciatura poderiam incorporar, em alguma medida, diferentes graus de risco. Por fim, o capítulo 4 apresenta um retrato de planos de carreira em três entes federativos brasileiros (Ceará, Distrito Federal e Rio de Janeiro) selecionados por razões específicas: (re)estruturação da carreira docente a partir de mudanças na legislação educacional, remuneração e desempenho dos alunos. A análise leva em conta similaridades e especificidades da carreira docente em uma perspectiva comparada. Mostra-se que há ainda um peso excessivo no uso de mecanismos de compensação defasada, que privilegiam tempo no serviço como critério de progressão na carreira, com alguma flexibilidade no uso de critérios menos tradicionais no caso específico do Ceará.
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E como planos de carreira estão construídos para expressar essa heterogeneidade individual e levando em conta o contexto regional do mercado de trabalho docente? Estas são algumas das questões que investigamos ao longo desta tese. O capítulo inicial contém uma síntese dos desenvolvimentos teóricos mais relevantes sobre fatores que afetam a escolha ocupacional pela carreira docente. Os insumos levantados neste capítulo serviram como base para a construção dos capítulos que seguem, partindo da conclusão principal de que a percepção sobre a remuneração se mantém como o principal fator de atratividade da carreira, seguido de outros componentes que desempenham um papel também importante na intenção por tornar-se professor como estrutura da carreira e incerteza. De posse desses resultados, o objetivo no capítulo 2 é avaliar, do ponto de vista teórico, quais incentivos são relevantes para a carreira docente. Se professores são relativamente avessos ao risco, como sugere uma vasta literatura sobre este tópico, um mecanismo de compensação baseado no mérito poderia reduzir a atratividade da carreira docente a longo prazo e a satisfação dessa carreira a curto prazo. O capítulo analisa vantagens e desvantagens de dois modelos de remuneração: baseado no desempenho e por tempo de serviço. Uma conclusão principal indica que pode haver complementaridades entre estes dois mecanismos de incentivos para construção de um plano de carreira docente mais atrativo. No capítulo 3 investiga-se o papel das preferências de risco e escolha ocupacional entre os alunos de cursos de formação de professores. Os dados foram extraídos de uma pesquisa inédita aplicada a uma amostra representativa de concluintes em cursos de formação docente no Brasil. Os primeiros resultados parecem sugerir que a profissão docente pode atrair indivíduos que possam ser, pelo menos, mais receptivos a modelos alternativos de remuneração. Nossa principal hipótese recai sobre um efeito seleção ex-ante, o que implicaria que características que afetam a escolha ocupacional de concluintes de licenciatura poderiam incorporar, em alguma medida, diferentes graus de risco. Por fim, o capítulo 4 apresenta um retrato de planos de carreira em três entes federativos brasileiros (Ceará, Distrito Federal e Rio de Janeiro) selecionados por razões específicas: (re)estruturação da carreira docente a partir de mudanças na legislação educacional, remuneração e desempenho dos alunos. A análise leva em conta similaridades e especificidades da carreira docente em uma perspectiva comparada. Mostra-se que há ainda um peso excessivo no uso de mecanismos de compensação defasada, que privilegiam tempo no serviço como critério de progressão na carreira, com alguma flexibilidade no uso de critérios menos tradicionais no caso específico do Ceará.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorThe low attractiveness of the teaching career is settled in the economic literature. Developed or developing economies face, to a greater or lesser extent, the unwillingness of young people to pursue a teaching career in basic education. What incentives are relevant to the teaching career? Can unobservable factors such as risk preferences be a determining factor in choosing a teaching career? How career plans are built to express this individual heterogeneity and taking into account the regional context of the teaching labor market? These are some of the questions that we have investigated during this thesis. The opening chapter contains a synthesis of the most relevant theoretical developments on factors that affect occupational choice for the teaching career. The inputs raised in this chapter served as basis for the construction of the chapters that follow, starting from the main conclusion that the perception about remuneration remains as the main factor of attractiveness of the career. Although, other components also play an important role in the intention for becoming a teacher as career structure and uncertainty. With these results in mind, the objective in Chapter 2 is to assess, from a theoretical point of view, which incentives are relevant to the teaching career. If teachers are relatively risk averse, as a vast literature on this topic suggests, a merit-based compensation mechanism could reduce the attractiveness of the teaching career in the long term and the satisfaction of that career in the short term. The chapter analyzes the advantages and disadvantages of two remuneration models: performance-based and seniority. A main conclusion indicates that there may be complementarities between these two incentive mechanisms for building a more attractive teaching career plan. Chapter 3 investigates the role of risk preferences and occupational choice among students on teacher training courses. The data comes from an unprecedented survey applied to a representative sample of undergraduates in teacher training courses in Brazil. The first results seem to suggest that the teaching profession may attract individuals who may be at least more receptive to alternative models of remuneration. Our main hypothesis relates to an ex-ante selection effect, which would imply that characteristics that affect the occupational choice of undergraduates could incorporate, to some extent, different degrees of risk. Finally, chapter four presents a portrait of career plans in three Brazilian federative entities (Ceara, Distrito Federal and Rio de Janeiro) selected for specific reasons: (re) structuring the teaching career based on changes in educational legislation, remuneration and student performance. The analysis takes into account similarities and specificities of the teaching career in a comparative perspective. It is shown that there is still an excessive weight in the use of delayed compensation mechanisms, which privilege seniority as a criterion for career progression, with some flexibility in the use of less traditional criteria in the specific case of Ceara.140 f.Waltenberg, Fábio Domingueshttp://lattes.cnpq.br/4329074392127607Sant'Anna, André Albuquerquehttp://lattes.cnpq.br/2809896893987958Vargas, Hustana Mariahttp://lattes.cnpq.br/4879108966542593Marins, Mani Tebet Azevedo dehttp://lattes.cnpq.br/0148919635544225Cruz, Tássia de Souzahttp://lattes.cnpq.br/7265298997300454http://lattes.cnpq.br/7166015171815333Britto, Ariana Martins de2022-12-27T19:31:25Z2022-12-27T19:31:25Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfBRITTO, Ariana Martins de. Determinantes da atratividade da carreira docente na educação básica: estrutura, progressão e remuneração. 2019. 140 f. 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