Registro da deposição do mercúrio durante os últimos 150 anos na plataforma continental de Cabo Frio
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2013 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
Texto Completo: | https://app.uff.br/riuff/handle/1/3431 |
Resumo: | Pesquisas têm atribuído o enriquecimento de Hg em sedimentos de diferentes ecossistemas, às variações na produtividade primária e no clima. Nos oceanos, as concentrações deste elemento sofrem intensas variações devido aos fenômenos oceanográficos sazonais que aumentam a produtividade primária e o fluxo de carbono para os sedimentos. Este estudo teve como objetivo calcular o fluxo de Hg nos sedimentos da plataforma continental de Cabo Frio, relacionando possíveis efeitos da hidrodinâmica local na geoquímica e na deposição deste elemento. Quatro testemunhos do tipo box core foram coletados (BCCF10 -01, BCCF10- 04, BCCF10- 09 e BCCF10- 15) e datados através da medição da atividade do Pb210. As concentrações de Hg foram determinadas por meio da técnica de espectrometria de absorção atômica por geração de vapor frio (AASCV). Variáveis como carbono orgânico total (COT), Fe, Mn e granulometria também foram determinadas. Técnicas isotópicas, δ 13C e δ 15N assim como a razão molar C:N foram empregadas para os caracterizar a matéria orgânica dos sedimentos. A fração silte-argila predominou nos quatro testemunhos coletados. O conteúdo de COT variou de 0,7% a 2,7%, apresentando um conteúdo médio de aproximadamente 2% para toda a área de estudo. A razão molar C:N variou entre 6,78 a 9,95 e os isótopos estáveis δ 13C e δ 15N variaram respectivamente de -22,38 a -20,98 e de 3,07 a 7, 36. Isto indica que a MO depositada nos sedimentos da plataforma continental é predominantemente marinha. As concentrações de Fe e Mn variaram respectivamente de 3,25 a 8,21 e de 0,12 a 0,23, ambos apresentaram suaves oscilações ao longo de todos os perfis. O % de S total variou entre 0,08 a 0,46% e apresentou uma tendência ao incremento com a profundidade nos quatro testemunhos. O Hg apresentou uma distribuição vertical heterogênea e com grandes oscilações nos quatro perfis coletados. No testemunho BCCF10-09 o Hg apresentou uma forte correlação com o Mn, o que demonstra a importância deste elemento na geoquímica do Hg em ambientes oxidantes. Os fluxos de Hg na plataforma continental de Cabo Frio variaram de 0,46 a 20,0 ng cm-2 ano-1 e apresentaram uma variação temporal similar à encontrada em diferentes regiões do Hemisfério Norte, com uma forte tendência ao aumento a partir de 1900. Entretanto, os valores de fluxo para este elemento encontrados neste estudo foram maiores em relação aos valores comparados na literatura, sugerindo que as águas de ressurgência possam ser uma fonte importante de Hg para a região de Cabo Frio. O maior valor médio de fluxo de Hg foi obtido no testemunho BCCF10-09, este fato pode ser explicado pela dinâmica de frentes térmicas que podem favorecem a formação de zonas capazes de acumular grandes concentrações de material orgânico e inorgânico |
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Registro da deposição do mercúrio durante os últimos 150 anos na plataforma continental de Cabo FrioMercúrioRessurgênciaProdutividade primáriaMercúrioRessurgênciaConcentração de mercúrioFluxo de carbonoCabo Frio (RJ)Produção intelectualMercuryUpellingPrimary productivityPesquisas têm atribuído o enriquecimento de Hg em sedimentos de diferentes ecossistemas, às variações na produtividade primária e no clima. Nos oceanos, as concentrações deste elemento sofrem intensas variações devido aos fenômenos oceanográficos sazonais que aumentam a produtividade primária e o fluxo de carbono para os sedimentos. Este estudo teve como objetivo calcular o fluxo de Hg nos sedimentos da plataforma continental de Cabo Frio, relacionando possíveis efeitos da hidrodinâmica local na geoquímica e na deposição deste elemento. Quatro testemunhos do tipo box core foram coletados (BCCF10 -01, BCCF10- 04, BCCF10- 09 e BCCF10- 15) e datados através da medição da atividade do Pb210. As concentrações de Hg foram determinadas por meio da técnica de espectrometria de absorção atômica por geração de vapor frio (AASCV). Variáveis como carbono orgânico total (COT), Fe, Mn e granulometria também foram determinadas. Técnicas isotópicas, δ 13C e δ 15N assim como a razão molar C:N foram empregadas para os caracterizar a matéria orgânica dos sedimentos. A fração silte-argila predominou nos quatro testemunhos coletados. O conteúdo de COT variou de 0,7% a 2,7%, apresentando um conteúdo médio de aproximadamente 2% para toda a área de estudo. A razão molar C:N variou entre 6,78 a 9,95 e os isótopos estáveis δ 13C e δ 15N variaram respectivamente de -22,38 a -20,98 e de 3,07 a 7, 36. Isto indica que a MO depositada nos sedimentos da plataforma continental é predominantemente marinha. As concentrações de Fe e Mn variaram respectivamente de 3,25 a 8,21 e de 0,12 a 0,23, ambos apresentaram suaves oscilações ao longo de todos os perfis. O % de S total variou entre 0,08 a 0,46% e apresentou uma tendência ao incremento com a profundidade nos quatro testemunhos. O Hg apresentou uma distribuição vertical heterogênea e com grandes oscilações nos quatro perfis coletados. No testemunho BCCF10-09 o Hg apresentou uma forte correlação com o Mn, o que demonstra a importância deste elemento na geoquímica do Hg em ambientes oxidantes. Os fluxos de Hg na plataforma continental de Cabo Frio variaram de 0,46 a 20,0 ng cm-2 ano-1 e apresentaram uma variação temporal similar à encontrada em diferentes regiões do Hemisfério Norte, com uma forte tendência ao aumento a partir de 1900. Entretanto, os valores de fluxo para este elemento encontrados neste estudo foram maiores em relação aos valores comparados na literatura, sugerindo que as águas de ressurgência possam ser uma fonte importante de Hg para a região de Cabo Frio. O maior valor médio de fluxo de Hg foi obtido no testemunho BCCF10-09, este fato pode ser explicado pela dinâmica de frentes térmicas que podem favorecem a formação de zonas capazes de acumular grandes concentrações de material orgânico e inorgânicoConselho Nacional de Desenvolvimento Científico e TecnológicoResearch has attributed the enrichment of Hg in sediments due to changes in primary productivity and climate. In the oceans, the concentration of this element undergoes intense variations due to seasonal oceanographic phenomena that increase primary productivity and carbon flux to the sediments. This study aimed to calculate the flow of mercury in the sediments of the continental shelf of Cabo Frio, listing possible effects of local hydrodynamics on the deposition and geochemistry of this element. Four cores was collected (BCCF10-01, BCCF10-04, BCCF10-09 and BCCF10-15) and dated by measuring the activity of Pb210. Mercury concentrations were performed trough of Cold Vapor Atomic Absorption Spectrometry (CVAAS). Variables such as total organic carbon (TOC), Fe and Mn and particle size were also determined. Isotopic techniques and molar C:N were employed to characterize the organic matter in sediments. The silt-clay predominated in all four cores collected. The TOC content varied from 0.7% to 2.7%, an average content of about 2% for the entire length of the shelf. The molar ratio C: N ranged from 6.78 to 9.95 and δ isotopes 13C and 15N δ varied from -22.38 to -20.98 and 3.07 to 7, 36. This indicates that the OM deposited in the sediments of the continental shelf is mainly marine. The concentrations of Fe and Mn ranging respectively from 3.25 to 8.21 and 0.12 to 0.23, both showed soft oscillations along all profiles. The% of total S ranged between 0.08 to 0.46% and had a tendency to increase with depth in the four cores collected. Mercury showed a distribution with large vertical oscillations in the four profiles collected. In BCCF10-09 the Hg has showed a strong correlation with Mn, which demonstrates the importance of this element in the geochemistry of Hg in oxidizing environments. Mercury flows on the continental shelf of Cabo Frio ranged from 0.46 to 20.0 ng cm-2 year-1 and showed a temporal variation similar to that found in different regions of the Northern Hemisphere, with a strong tendency to increase from 1900. However, in this study the Hg fluxes were greater compared with the values in literature. It suggests that Cabo Frio upwelling’s can be an important source of Hg for the region. The highest average Hg flux was obtained in the BCCF10-09, this fact can be explained by the dynamics of thermal fronts that can favor the organic and inorganic material accumulateNiteróiSilva Filho, Emmanoel Vieira daRezende, Carlos Eduardo deAlbuquerque, Ana Luiza SpadanoMachado, Wilson Thadeu ValleFigueiredo, Thiago de Souza2017-04-26T16:39:00Z2017-04-26T16:39:00Z2013info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://app.uff.br/riuff/handle/1/3431Aluno de MestradoCC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2020-07-27T19:55:49Zoai:app.uff.br:1/3431Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202024-08-19T10:51:24.215726Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false |
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Pesquisas têm atribuído o enriquecimento de Hg em sedimentos de diferentes ecossistemas, às variações na produtividade primária e no clima. Nos oceanos, as concentrações deste elemento sofrem intensas variações devido aos fenômenos oceanográficos sazonais que aumentam a produtividade primária e o fluxo de carbono para os sedimentos. Este estudo teve como objetivo calcular o fluxo de Hg nos sedimentos da plataforma continental de Cabo Frio, relacionando possíveis efeitos da hidrodinâmica local na geoquímica e na deposição deste elemento. Quatro testemunhos do tipo box core foram coletados (BCCF10 -01, BCCF10- 04, BCCF10- 09 e BCCF10- 15) e datados através da medição da atividade do Pb210. As concentrações de Hg foram determinadas por meio da técnica de espectrometria de absorção atômica por geração de vapor frio (AASCV). Variáveis como carbono orgânico total (COT), Fe, Mn e granulometria também foram determinadas. Técnicas isotópicas, δ 13C e δ 15N assim como a razão molar C:N foram empregadas para os caracterizar a matéria orgânica dos sedimentos. A fração silte-argila predominou nos quatro testemunhos coletados. O conteúdo de COT variou de 0,7% a 2,7%, apresentando um conteúdo médio de aproximadamente 2% para toda a área de estudo. A razão molar C:N variou entre 6,78 a 9,95 e os isótopos estáveis δ 13C e δ 15N variaram respectivamente de -22,38 a -20,98 e de 3,07 a 7, 36. Isto indica que a MO depositada nos sedimentos da plataforma continental é predominantemente marinha. As concentrações de Fe e Mn variaram respectivamente de 3,25 a 8,21 e de 0,12 a 0,23, ambos apresentaram suaves oscilações ao longo de todos os perfis. O % de S total variou entre 0,08 a 0,46% e apresentou uma tendência ao incremento com a profundidade nos quatro testemunhos. O Hg apresentou uma distribuição vertical heterogênea e com grandes oscilações nos quatro perfis coletados. No testemunho BCCF10-09 o Hg apresentou uma forte correlação com o Mn, o que demonstra a importância deste elemento na geoquímica do Hg em ambientes oxidantes. Os fluxos de Hg na plataforma continental de Cabo Frio variaram de 0,46 a 20,0 ng cm-2 ano-1 e apresentaram uma variação temporal similar à encontrada em diferentes regiões do Hemisfério Norte, com uma forte tendência ao aumento a partir de 1900. Entretanto, os valores de fluxo para este elemento encontrados neste estudo foram maiores em relação aos valores comparados na literatura, sugerindo que as águas de ressurgência possam ser uma fonte importante de Hg para a região de Cabo Frio. O maior valor médio de fluxo de Hg foi obtido no testemunho BCCF10-09, este fato pode ser explicado pela dinâmica de frentes térmicas que podem favorecem a formação de zonas capazes de acumular grandes concentrações de material orgânico e inorgânico |
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