Entre o Orum e o Aiê, o que a Geografia pode aprender? De Exu a Oxalá, o que a Geografia pode ensinar? – Cruzos de encantamento entre ensino e cultura iorubá em narrativas de um professor
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
Texto Completo: | https://app.uff.br/riuff/handle/1/23730 |
Resumo: | Negros africanos de grupos étnicos distintos, como também os seus descendentes, formaram o grupo de vítimas do processo de escravização que no Brasil se desenrolou. Um desdobramento deste fato histórico é a diversificação da realidade sociocultural brasileira, que passou a ser permeada por elementos culturais de origem africana, como é o caso dos itans, que são as muitas histórias e lendas sobre os orixás, divindades cultuadas pelos iorubás no continente africano, como também no Brasil pelos adeptos de religiões afro-brasileiras, a exemplo do candomblé e da umbanda. Ou seja, com base na diversidade religiosa brasileira, podemos afirmar que o nosso país expressa formas de existir e práticas cotidianas permeadas por um sistema de produção de sentidos outro, de matriz africana que, neste caso, fundamenta ações praticadas por indivíduos afro-religiosos. Tais presenças configuram maioria entre as vítimas das ações criminosas de intolerância religiosa, que têm o racismo e o epistemicídio como elementos fundantes, estruturantes e mantenedores. Desde 2017, venho idealizando e colocando em prática movimentos de educação geográfica politizados, que vão de encontro ao problema do racismo religioso. Esta forma de trabalhar, que estabelece diálogos interculturais entre os saberes inerentes à Geografia escolar e o conteúdo inscrito nos itans, objetiva a valorização da cultura negra, a iorubá neste caso, bem como a problematização do modo como esta cultura está constituindo a realidade social brasileira. Para além da aplicação da lei 10.639/2003, trata- se de um ensino de Geografia que, baseado no diálogo intercultural, se aproxima do pensamento afrocentrado. O como fazer desta pesquisa aprofunda as reflexões supracitadas através do compartilhamento de narrativas (auto)biográficas relacionadas aos modos de ensinar e aprender apresentados. |
id |
UFF-2_a38127a8b2f0bdd7ab3a3fca3472b81c |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:app.uff.br:1/23730 |
network_acronym_str |
UFF-2 |
network_name_str |
Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
repository_id_str |
2120 |
spelling |
Entre o Orum e o Aiê, o que a Geografia pode aprender? De Exu a Oxalá, o que a Geografia pode ensinar? – Cruzos de encantamento entre ensino e cultura iorubá em narrativas de um professorCultura iorubáItansReligiosidade afro-brasileiraRacismo ReligiosoEnsino de GeografiaReligião africanaIorubá (Povo africano)Cultura afro-brasileiraYoruba cultureItansAfro-Brazilian religiosityReligious RacismTeaching GeographyNegros africanos de grupos étnicos distintos, como também os seus descendentes, formaram o grupo de vítimas do processo de escravização que no Brasil se desenrolou. Um desdobramento deste fato histórico é a diversificação da realidade sociocultural brasileira, que passou a ser permeada por elementos culturais de origem africana, como é o caso dos itans, que são as muitas histórias e lendas sobre os orixás, divindades cultuadas pelos iorubás no continente africano, como também no Brasil pelos adeptos de religiões afro-brasileiras, a exemplo do candomblé e da umbanda. Ou seja, com base na diversidade religiosa brasileira, podemos afirmar que o nosso país expressa formas de existir e práticas cotidianas permeadas por um sistema de produção de sentidos outro, de matriz africana que, neste caso, fundamenta ações praticadas por indivíduos afro-religiosos. Tais presenças configuram maioria entre as vítimas das ações criminosas de intolerância religiosa, que têm o racismo e o epistemicídio como elementos fundantes, estruturantes e mantenedores. Desde 2017, venho idealizando e colocando em prática movimentos de educação geográfica politizados, que vão de encontro ao problema do racismo religioso. Esta forma de trabalhar, que estabelece diálogos interculturais entre os saberes inerentes à Geografia escolar e o conteúdo inscrito nos itans, objetiva a valorização da cultura negra, a iorubá neste caso, bem como a problematização do modo como esta cultura está constituindo a realidade social brasileira. Para além da aplicação da lei 10.639/2003, trata- se de um ensino de Geografia que, baseado no diálogo intercultural, se aproxima do pensamento afrocentrado. O como fazer desta pesquisa aprofunda as reflexões supracitadas através do compartilhamento de narrativas (auto)biográficas relacionadas aos modos de ensinar e aprender apresentados.Black Africans from different ethnic groups, as well as their descendants, formed the group of victims of the enslavement process that took place in Brazil. An offshoot of this historical fact is the diversification of the Brazilian sociocultural reality, which became permeated by cultural elements of African origin, such as the itans, which are the many stories and legends about the orixás, deities worshiped by the Yoruba on the African continent , as well as in Brazil by adherents of Afro-Brazilian religions, such as Candomblé and Umbanda. In other words, based on the Brazilian religious diversity, we can affirm that our country expresses ways of existing and everyday practices permeated by a system of production of meanings other than an African matrix which, in this case, underlies actions practiced by Afro-religious individuals. Such presences constitute the majority among victims of criminal actions of religious intolerance, who have racism and epistemicide as founding, structuring and sustaining elements. Since 2017, I have been idealizing and putting into practice politicized geographic education movements that address the problem of religious racism. This way of working, which establishes intercultural dialogues between the knowledge inherent in school Geography and the content inscribed in the itans, aims at valuing black culture, Yoruba in this case, as well as questioning the way this culture is constituting the Brazilian social reality . In addition to the application of law 10.639/2003, it is a teaching of Geography that, based on intercultural dialogue, approaches Afro-centered thinking. How to do this research deepens the aforementioned reflections through the sharing of (auto)biographical narratives related to the ways of teaching and learning presented.129f.NiteróiSampaio, Shaula Maíra Vicentini deTerra, Dinah VasconcellosRodrigues Júnior, Luiz RufinoSantos, Renato Emerson Nascimento dosPereira, Celso SánchezSantos, Julio Guills Mattos dos2021-11-26T16:12:00Z2021-11-26T16:12:00Z2021info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfSANTOS, Julio Guills Mattos dos. Entre o Orum e o Aiê, o que a Geografia pode aprender? De Exu a Oxalá, o que a Geografia pode ensinar? – Cruzos de encantamento entre ensino e cultura iorubá em narrativas de um professor. 2021. 129f. Dissertação (Mestrado em Educação)- Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2021.https://app.uff.br/riuff/handle/1/23730Aluno de MestradoCC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2021-11-26T16:12:00Zoai:app.uff.br:1/23730Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202021-11-26T16:12Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Entre o Orum e o Aiê, o que a Geografia pode aprender? De Exu a Oxalá, o que a Geografia pode ensinar? – Cruzos de encantamento entre ensino e cultura iorubá em narrativas de um professor |
title |
Entre o Orum e o Aiê, o que a Geografia pode aprender? De Exu a Oxalá, o que a Geografia pode ensinar? – Cruzos de encantamento entre ensino e cultura iorubá em narrativas de um professor |
spellingShingle |
Entre o Orum e o Aiê, o que a Geografia pode aprender? De Exu a Oxalá, o que a Geografia pode ensinar? – Cruzos de encantamento entre ensino e cultura iorubá em narrativas de um professor Santos, Julio Guills Mattos dos Cultura iorubá Itans Religiosidade afro-brasileira Racismo Religioso Ensino de Geografia Religião africana Iorubá (Povo africano) Cultura afro-brasileira Yoruba culture Itans Afro-Brazilian religiosity Religious Racism Teaching Geography |
title_short |
Entre o Orum e o Aiê, o que a Geografia pode aprender? De Exu a Oxalá, o que a Geografia pode ensinar? – Cruzos de encantamento entre ensino e cultura iorubá em narrativas de um professor |
title_full |
Entre o Orum e o Aiê, o que a Geografia pode aprender? De Exu a Oxalá, o que a Geografia pode ensinar? – Cruzos de encantamento entre ensino e cultura iorubá em narrativas de um professor |
title_fullStr |
Entre o Orum e o Aiê, o que a Geografia pode aprender? De Exu a Oxalá, o que a Geografia pode ensinar? – Cruzos de encantamento entre ensino e cultura iorubá em narrativas de um professor |
title_full_unstemmed |
Entre o Orum e o Aiê, o que a Geografia pode aprender? De Exu a Oxalá, o que a Geografia pode ensinar? – Cruzos de encantamento entre ensino e cultura iorubá em narrativas de um professor |
title_sort |
Entre o Orum e o Aiê, o que a Geografia pode aprender? De Exu a Oxalá, o que a Geografia pode ensinar? – Cruzos de encantamento entre ensino e cultura iorubá em narrativas de um professor |
author |
Santos, Julio Guills Mattos dos |
author_facet |
Santos, Julio Guills Mattos dos |
author_role |
author |
dc.contributor.none.fl_str_mv |
Sampaio, Shaula Maíra Vicentini de Terra, Dinah Vasconcellos Rodrigues Júnior, Luiz Rufino Santos, Renato Emerson Nascimento dos Pereira, Celso Sánchez |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Santos, Julio Guills Mattos dos |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Cultura iorubá Itans Religiosidade afro-brasileira Racismo Religioso Ensino de Geografia Religião africana Iorubá (Povo africano) Cultura afro-brasileira Yoruba culture Itans Afro-Brazilian religiosity Religious Racism Teaching Geography |
topic |
Cultura iorubá Itans Religiosidade afro-brasileira Racismo Religioso Ensino de Geografia Religião africana Iorubá (Povo africano) Cultura afro-brasileira Yoruba culture Itans Afro-Brazilian religiosity Religious Racism Teaching Geography |
description |
Negros africanos de grupos étnicos distintos, como também os seus descendentes, formaram o grupo de vítimas do processo de escravização que no Brasil se desenrolou. Um desdobramento deste fato histórico é a diversificação da realidade sociocultural brasileira, que passou a ser permeada por elementos culturais de origem africana, como é o caso dos itans, que são as muitas histórias e lendas sobre os orixás, divindades cultuadas pelos iorubás no continente africano, como também no Brasil pelos adeptos de religiões afro-brasileiras, a exemplo do candomblé e da umbanda. Ou seja, com base na diversidade religiosa brasileira, podemos afirmar que o nosso país expressa formas de existir e práticas cotidianas permeadas por um sistema de produção de sentidos outro, de matriz africana que, neste caso, fundamenta ações praticadas por indivíduos afro-religiosos. Tais presenças configuram maioria entre as vítimas das ações criminosas de intolerância religiosa, que têm o racismo e o epistemicídio como elementos fundantes, estruturantes e mantenedores. Desde 2017, venho idealizando e colocando em prática movimentos de educação geográfica politizados, que vão de encontro ao problema do racismo religioso. Esta forma de trabalhar, que estabelece diálogos interculturais entre os saberes inerentes à Geografia escolar e o conteúdo inscrito nos itans, objetiva a valorização da cultura negra, a iorubá neste caso, bem como a problematização do modo como esta cultura está constituindo a realidade social brasileira. Para além da aplicação da lei 10.639/2003, trata- se de um ensino de Geografia que, baseado no diálogo intercultural, se aproxima do pensamento afrocentrado. O como fazer desta pesquisa aprofunda as reflexões supracitadas através do compartilhamento de narrativas (auto)biográficas relacionadas aos modos de ensinar e aprender apresentados. |
publishDate |
2021 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2021-11-26T16:12:00Z 2021-11-26T16:12:00Z 2021 |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
SANTOS, Julio Guills Mattos dos. Entre o Orum e o Aiê, o que a Geografia pode aprender? De Exu a Oxalá, o que a Geografia pode ensinar? – Cruzos de encantamento entre ensino e cultura iorubá em narrativas de um professor. 2021. 129f. Dissertação (Mestrado em Educação)- Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2021. https://app.uff.br/riuff/handle/1/23730 Aluno de Mestrado |
identifier_str_mv |
SANTOS, Julio Guills Mattos dos. Entre o Orum e o Aiê, o que a Geografia pode aprender? De Exu a Oxalá, o que a Geografia pode ensinar? – Cruzos de encantamento entre ensino e cultura iorubá em narrativas de um professor. 2021. 129f. Dissertação (Mestrado em Educação)- Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2021. Aluno de Mestrado |
url |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/23730 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
CC-BY-SA info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
CC-BY-SA |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Niterói |
publisher.none.fl_str_mv |
Niterói |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) instname:Universidade Federal Fluminense (UFF) instacron:UFF |
instname_str |
Universidade Federal Fluminense (UFF) |
instacron_str |
UFF |
institution |
UFF |
reponame_str |
Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
collection |
Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF) |
repository.mail.fl_str_mv |
riuff@id.uff.br |
_version_ |
1807838690854043648 |