Técnicas de processamento de amostras fecais e frequência de parasitoses intestinais em laboratórios de análises clínicas da rede privada de Niterói-RJ

• Autor(a) principal: Almeida, Élida Mateus de
• Data de Publicação: 2016
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
• Texto Completo: https://app.uff.br/riuff/handle/1/13973
• topic: Parasitose intestinal; Diagnóstico; Exame parasitológicos de fezes; Laboratório; Análises clínicas; Enteropatias Parasitárias; Parasitos; Técnicas de laboratório clínico; Intestinal parasitosis; Diagnosis; Fecal parasitological exam; Laboratory; Clinical analysis

O setor de Parasitologia no laboratório de Análises Clínicas é responsável pelo diagnóstico de parasitoses, em especial das parasitoses intestinais. Esse setor tem sido negligenciado ao longo do tempo, limitando-se por vezes ao uso de técnicas de baixa sensibilidade e baixo custo. As parasitoses intestinais ainda representam um problema de saúde coletiva, sendo o diagnóstico preciso de grande importância para a escolha da conduta terapêutica adequada, para levantamentos epidemiológicos sobre parasitos intestinais, bem como para o melhor atendimento ao paciente. Nesse contexto, esse estudo objetivou analisar o cenário diagnóstico parasitológico em Laboratórios de Análises Clínicas de Niterói, RJ, e a frequência parasitária obtida nessas instituições durante o ano de 2015. Foram contatados Laboratórios de Análises Clínicas que apresentavam postos de coleta no Centro de Niterói. De cada laboratório foi recuperado o total de exames parasitológicos realizados no ano de 2015, técnica, idade e gênero dos pacientes por meio de um formulário padrão. Dos laboratórios contatados, dois aderiram ao estudo, sendo nomeados: laboratórios A e B. Com relação ao laboratório A, foram realizados 3.993 resultados de exames parasitológicos de fezes, no ano de 2015, por meio das técnicas de Hoffman (sin. Lutz) e Ritchie. Dos resultados analisados, 11,1% (443) foram positivos para espécies de parasitos intestinais, sendo Endolimax nana (61,2%) o parasito mais frequente. Dos casos positivos, 47 (10,6%) apresentaram poliparasitismo, sendo as associações parasitárias mais frequentes: Entamoeba histolytica e Entamoeba coli (36,2%), seguida por Endolimax nana e Entamoeba coli (29,8%), e Entamoeba histolytica e Endolimax nana (14,9%). Foi recuperada faixa etária e gênero de 1.345 pacientes, sendo obtida maior positividade entre adultos (43,7%) e em indivíduos do sexo feminino (54,6%), entretanto sem diferença estatisticamente significativa. O laboratório B realizou 2.354 exames parasitológicos, por meio das técnicas de Hoffman (sin. Lutz) e Ritchie. Não foi possível recuperar as informações de positividade parasitária, idade e gênero. Pode-se observar que ambos os laboratórios nomearam as técnicas utilizadas na rotina, entretanto realizavam procedimentos técnicos não condizentes com os estabelecidos na literatura. Também não houve indicação de uso de técnicas mais sensíveis/específicas no diagnóstico parasitológico. Foi evidenciada a necessidade de suporte teórico-prático quanto aos procedimentos laboratoriais, para que o setor de Parasitologia deixe de ser negligenciado e seja reconhecido, cumprindo seu papel na sociedade contemporânea.