Potencial de virulência de amostras de enterococos resistentes à vancomicina (VRE) e não-VRE de origem comunitária e hospitalar associadas a alimentos, colonização e infecção

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Bruna Marcela Parmanhani da
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: https://app.uff.br/riuff/handle/1/13961
Resumo: Os enterococos possuem distribuição ubíqua, sendo resistentes às condições ambientais adversas. São considerados importantes patógenos de infecções relacionadas à assistência à saúde (IrAS) devido à capacidade de expressar resistência a diversos antimicrobianos, assim como fatores de virulência responsáveis pela sua patogenicidade. Além disto, podem causar quadros clínicos na comunidade e ser veiculados por alimentos. Desse modo, este estudo teve como objetivo geral caracterizar amostras de enterococos resistentes à vancomicina (VRE) e não-VRE provenientes do ambiente hospitalar e comunitário, isoladas no período de janeiro de 2013 a dezembro de 2014, comparando-as segundo suas características genotípicas associadas à virulência. Os objetivos específicos consistiram em: (i) identificar as espécies de enterococos por técnicas moleculares; (ii) investigar a presença dos principais determinantes genéticos de virulência por PCR e (iii) investigar a presença de genes associados às regiões CRISPR, correlacionando o potencial de virulência das amostras com a origem, resistência à vancomicina e a presença de CRISPR. A espécie Enterococcus faecalis foi a mais presente neste estudo (n=95; 52,8%), seguida das espécies Enterococcus faecium (n=77; 42,8%), Enterococcus galllinarum (n=5; 2,8%), Enterococcus avium (n=1; 0,1%), Enterococcus casseliflavus (n=1; 0,1%) e Enterococcus durans (n=1; 0,1%). Os genes fsrB (n=83; 46,11%), gelE (n=79; 43,89%) e esp (n=77; 42,78%) foram os genes mais detectados entre as amostras, seguidos dos genes asa1 (n=68; 37,78%), hyl (n=43; 23,89%) e cylA (n=24; 13,33%). O sistema CRISPR3-Cas foi o mais presente com 63 amostras positivas (35%), seguido das regiões CRISPR2 com 44 (24,4%) amostras e CRISPR1-Cas com 43 (23,9%) amostras. Neste estudo, houve a predominância da espécie Enterococcus faecium no grupo de amostras não-VRE e da espécie Enterococcus faecalis entre aquelas VRE. A resistência à vancomicina foi mais comum em amostras que não apresentam regiões CRISPR. A ausência de CRISPR estava associada a presença dos genes dos fatores de virulência esp e hyl, enquanto que a presença do gene gelE foi associada a presença de sistemas CRISPR. A existência de enterococos com sua defesa genômica comprometida pode favorecer o aparecimento e disseminação de amostras com características importantes de resistência (p. ex., VRE) e virulência, tais como os genes esp e hyl, que podem contribuir para o aumento da gravidade das infecções causadas por esses microrganismos.
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Desse modo, este estudo teve como objetivo geral caracterizar amostras de enterococos resistentes à vancomicina (VRE) e não-VRE provenientes do ambiente hospitalar e comunitário, isoladas no período de janeiro de 2013 a dezembro de 2014, comparando-as segundo suas características genotípicas associadas à virulência. Os objetivos específicos consistiram em: (i) identificar as espécies de enterococos por técnicas moleculares; (ii) investigar a presença dos principais determinantes genéticos de virulência por PCR e (iii) investigar a presença de genes associados às regiões CRISPR, correlacionando o potencial de virulência das amostras com a origem, resistência à vancomicina e a presença de CRISPR. A espécie Enterococcus faecalis foi a mais presente neste estudo (n=95; 52,8%), seguida das espécies Enterococcus faecium (n=77; 42,8%), Enterococcus galllinarum (n=5; 2,8%), Enterococcus avium (n=1; 0,1%), Enterococcus casseliflavus (n=1; 0,1%) e Enterococcus durans (n=1; 0,1%). Os genes fsrB (n=83; 46,11%), gelE (n=79; 43,89%) e esp (n=77; 42,78%) foram os genes mais detectados entre as amostras, seguidos dos genes asa1 (n=68; 37,78%), hyl (n=43; 23,89%) e cylA (n=24; 13,33%). O sistema CRISPR3-Cas foi o mais presente com 63 amostras positivas (35%), seguido das regiões CRISPR2 com 44 (24,4%) amostras e CRISPR1-Cas com 43 (23,9%) amostras. Neste estudo, houve a predominância da espécie Enterococcus faecium no grupo de amostras não-VRE e da espécie Enterococcus faecalis entre aquelas VRE. A resistência à vancomicina foi mais comum em amostras que não apresentam regiões CRISPR. A ausência de CRISPR estava associada a presença dos genes dos fatores de virulência esp e hyl, enquanto que a presença do gene gelE foi associada a presença de sistemas CRISPR. A existência de enterococos com sua defesa genômica comprometida pode favorecer o aparecimento e disseminação de amostras com características importantes de resistência (p. ex., VRE) e virulência, tais como os genes esp e hyl, que podem contribuir para o aumento da gravidade das infecções causadas por esses microrganismos.Enterococci are microorganisms with ubiquitous distribution and resistant to adverse environmental conditions. They are important pathogens involved in Healthcare-Assocciated Infections (HAI) due to their capacity to express resistance to several antimicrobial agents, as well as virulence factors responsible for their pathogenicity. Additionally, they can cause community-acquired diseases and be disseminated by food. Therefore, the goal of this study was to characterize vancomycin-resistant enterococci (VRE) and non-VRE isolates obtained from hospital and community environments, isolated from January of 2013 to December of 2014, comparing them according to their genotypic characteristics associated to virulence. The specific objectives consisted in: (i) identify the species of enterococci by molecular techniques; (ii) investigate the presence of the main genetic determinants of virulence by PCR and (iii) investigate the presence of genes associated to CRISPR regions in order to correlate the virulence potential to their source, vancomycin resistance and presence of CRISPR. E. faecalis was the prevalent species (n=95; 52.8%), followed by E. faecium (n=77; 42.8%), E. gallinarum (n=5; 2.8%), E. avium (n=1; 0.1%), E. casseliflavus (n=1; 0.1%), and E. durans (n=1; 0.1%). The fsrB (n=83; 43.1%), gelE (n=79; 43.9%), and esp (n=77; 42.8%) were the most detected genes among the isolates, followed by the asa1 (n=68; 37.8%), hyl (n=43; 23.9%), and cylA (n=24; 13.3%) genes. The CRISPR3-Cas system was the most present (n=63; 35%), followed by CRISPR2 in 44 (24.4%) isolates and CRISPR1-Cas in 43 (23.9%) isolates. We observed a predominance of group E. faecium among the VRE isolates and E. faecalis within the non-VRE isolates. Vancomycin resistance was more common among isolates without CRISPR. The absence of CRISPR regions was associated with the presence of the esp and hyl virulence genes, whereas the presence of gelE gene was associated with the presence of CRISPR systems. The occurrence of enterococci with compromised genomic defense can promote the emergence and spread of isolates with important traits of resistance (e.g., VRE) and virulence, such as the esp and hyl genes, which can contribute to increased severity of infections caused by these microorganisms.Neves, Felipe Piedade GonçalvesRabello, Renata FernandesSouza, Aline Rosa Vianna dePinheiro, Marcia SoaresSilva, Bruna Marcela Parmanhani da2020-06-18T17:03:16Z2020-06-18T17:03:16Z2017info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisapplication/pdfhttps://app.uff.br/riuff/handle/1/13961Aluno de GraduaçãoAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/CC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2021-11-23T19:04:36Zoai:app.uff.br:1/13961Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202021-11-23T19:04:36Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false
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description Os enterococos possuem distribuição ubíqua, sendo resistentes às condições ambientais adversas. São considerados importantes patógenos de infecções relacionadas à assistência à saúde (IrAS) devido à capacidade de expressar resistência a diversos antimicrobianos, assim como fatores de virulência responsáveis pela sua patogenicidade. Além disto, podem causar quadros clínicos na comunidade e ser veiculados por alimentos. Desse modo, este estudo teve como objetivo geral caracterizar amostras de enterococos resistentes à vancomicina (VRE) e não-VRE provenientes do ambiente hospitalar e comunitário, isoladas no período de janeiro de 2013 a dezembro de 2014, comparando-as segundo suas características genotípicas associadas à virulência. Os objetivos específicos consistiram em: (i) identificar as espécies de enterococos por técnicas moleculares; (ii) investigar a presença dos principais determinantes genéticos de virulência por PCR e (iii) investigar a presença de genes associados às regiões CRISPR, correlacionando o potencial de virulência das amostras com a origem, resistência à vancomicina e a presença de CRISPR. A espécie Enterococcus faecalis foi a mais presente neste estudo (n=95; 52,8%), seguida das espécies Enterococcus faecium (n=77; 42,8%), Enterococcus galllinarum (n=5; 2,8%), Enterococcus avium (n=1; 0,1%), Enterococcus casseliflavus (n=1; 0,1%) e Enterococcus durans (n=1; 0,1%). Os genes fsrB (n=83; 46,11%), gelE (n=79; 43,89%) e esp (n=77; 42,78%) foram os genes mais detectados entre as amostras, seguidos dos genes asa1 (n=68; 37,78%), hyl (n=43; 23,89%) e cylA (n=24; 13,33%). O sistema CRISPR3-Cas foi o mais presente com 63 amostras positivas (35%), seguido das regiões CRISPR2 com 44 (24,4%) amostras e CRISPR1-Cas com 43 (23,9%) amostras. Neste estudo, houve a predominância da espécie Enterococcus faecium no grupo de amostras não-VRE e da espécie Enterococcus faecalis entre aquelas VRE. A resistência à vancomicina foi mais comum em amostras que não apresentam regiões CRISPR. A ausência de CRISPR estava associada a presença dos genes dos fatores de virulência esp e hyl, enquanto que a presença do gene gelE foi associada a presença de sistemas CRISPR. A existência de enterococos com sua defesa genômica comprometida pode favorecer o aparecimento e disseminação de amostras com características importantes de resistência (p. ex., VRE) e virulência, tais como os genes esp e hyl, que podem contribuir para o aumento da gravidade das infecções causadas por esses microrganismos.
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