As frações da classe senhorial : e a Lei Hipotecária de 1864

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rodrigues, Pedro Parga
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Livro
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: http://app.uff.br/riuff/handle/1/29355
Resumo: A obra retrata discussões da classe dominante senhorial do Segundo Reinado do Brasil Império. Por meio de debates legislativos, livros de potentados rurais e outras fontes, o autor reconstrói disputas em torno da ideia de propriedade territorial ocorridas durante a promulgação e aplicação da Lei Hipotecária de 1864. São analisadas as visões dicotômicas de luta pela posse da terra para formar o entendimento predominante sobre como se estabeleceria aquilo que seria registrado. O estudo dessas discordâncias e das diferentes perspectivas envolvidas é crucial para compreender a continuidade dos conflitos de terras no Brasil ainda hoje. De um lado, havia um grupo mais ligado aos poderosos proprietários rurais que imaginava o domínio agrário como monopólio de uma categoria, sem se importar com os direitos dos pequenos posseiros e demais homens livres pobres, e que usava mecanismos para oficializar a ampliação de limites territoriais imprecisos. Discordando dessa ideia, outros agentes mais associados às tarefas governamentais procuravam conter os excessos dos grandes proprietários, assegurando o respeito ao posseiro. Mas nenhum dos lados estava dissociado dos interesses dos senhores escravistas. Os membros do grupo ligado ao Estado negavam quaisquer propostas que pudessem regularizar a estrutura agrária, permitindo a continuidade dos conflitos territoriais que, na prática, tendiam a favorecer os mais articulados politicamente. Esta disputa política, bem como outras anteriores e subsequentes, construíram uma estrutura agrária marcada pelo conflito. O autor aborda questões anteriores, como a Lei de Terras de 1850, que pretendia criar um cadastro fundiário para distinguir as terras públicas das ocupadas (Registro Paroquial), mas que não conseguiu estabelecer os limites nem acabar com o costume da posse - por essa razão, a propriedade não se tornava garantia confiável para empréstimos. Muito diferente do Registro Geral de Imóveis (RGI), criado pela Lei Hipotecária de 1864, destinado a receber as transcrições das escrituras de compra e venda de bens imobiliários, informações sobre os outros direitos que gravassem essas propriedades e as inscrições das hipotecas
id UFF-2_b8805f8bfa307b649e70a25fcb91f24c
oai_identifier_str oai:app.uff.br:1/29355
network_acronym_str UFF-2
network_name_str Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
repository_id_str 2120
spelling As frações da classe senhorial : e a Lei Hipotecária de 1864PropriedadeAlienaçãoBrasil ImpérioClasse altaA obra retrata discussões da classe dominante senhorial do Segundo Reinado do Brasil Império. Por meio de debates legislativos, livros de potentados rurais e outras fontes, o autor reconstrói disputas em torno da ideia de propriedade territorial ocorridas durante a promulgação e aplicação da Lei Hipotecária de 1864. São analisadas as visões dicotômicas de luta pela posse da terra para formar o entendimento predominante sobre como se estabeleceria aquilo que seria registrado. O estudo dessas discordâncias e das diferentes perspectivas envolvidas é crucial para compreender a continuidade dos conflitos de terras no Brasil ainda hoje. De um lado, havia um grupo mais ligado aos poderosos proprietários rurais que imaginava o domínio agrário como monopólio de uma categoria, sem se importar com os direitos dos pequenos posseiros e demais homens livres pobres, e que usava mecanismos para oficializar a ampliação de limites territoriais imprecisos. Discordando dessa ideia, outros agentes mais associados às tarefas governamentais procuravam conter os excessos dos grandes proprietários, assegurando o respeito ao posseiro. Mas nenhum dos lados estava dissociado dos interesses dos senhores escravistas. Os membros do grupo ligado ao Estado negavam quaisquer propostas que pudessem regularizar a estrutura agrária, permitindo a continuidade dos conflitos territoriais que, na prática, tendiam a favorecer os mais articulados politicamente. Esta disputa política, bem como outras anteriores e subsequentes, construíram uma estrutura agrária marcada pelo conflito. O autor aborda questões anteriores, como a Lei de Terras de 1850, que pretendia criar um cadastro fundiário para distinguir as terras públicas das ocupadas (Registro Paroquial), mas que não conseguiu estabelecer os limites nem acabar com o costume da posse - por essa razão, a propriedade não se tornava garantia confiável para empréstimos. Muito diferente do Registro Geral de Imóveis (RGI), criado pela Lei Hipotecária de 1864, destinado a receber as transcrições das escrituras de compra e venda de bens imobiliários, informações sobre os outros direitos que gravassem essas propriedades e as inscrições das hipotecasEdUFFNiterói, RJ2023-07-13T14:49:39Z2023-07-13T14:49:39Z2016info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bookapplication/epub+zipRODRIGUES, Pedro Parga. As frações da classe senhorial: e a lei hipotecária de 1864. Niterói: EdUFF, 2016.978-85-228-1179-3http://app.uff.br/riuff/handle/1/29355Aluno de DoutoradoCC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessRodrigues, Pedro Pargaporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2023-07-13T14:49:42Zoai:app.uff.br:1/29355Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202023-07-13T14:49:42Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false
dc.title.none.fl_str_mv As frações da classe senhorial : e a Lei Hipotecária de 1864
title As frações da classe senhorial : e a Lei Hipotecária de 1864
spellingShingle As frações da classe senhorial : e a Lei Hipotecária de 1864
Rodrigues, Pedro Parga
Propriedade
Alienação
Brasil Império
Classe alta
title_short As frações da classe senhorial : e a Lei Hipotecária de 1864
title_full As frações da classe senhorial : e a Lei Hipotecária de 1864
title_fullStr As frações da classe senhorial : e a Lei Hipotecária de 1864
title_full_unstemmed As frações da classe senhorial : e a Lei Hipotecária de 1864
title_sort As frações da classe senhorial : e a Lei Hipotecária de 1864
author Rodrigues, Pedro Parga
author_facet Rodrigues, Pedro Parga
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Rodrigues, Pedro Parga
dc.subject.por.fl_str_mv Propriedade
Alienação
Brasil Império
Classe alta
topic Propriedade
Alienação
Brasil Império
Classe alta
description A obra retrata discussões da classe dominante senhorial do Segundo Reinado do Brasil Império. Por meio de debates legislativos, livros de potentados rurais e outras fontes, o autor reconstrói disputas em torno da ideia de propriedade territorial ocorridas durante a promulgação e aplicação da Lei Hipotecária de 1864. São analisadas as visões dicotômicas de luta pela posse da terra para formar o entendimento predominante sobre como se estabeleceria aquilo que seria registrado. O estudo dessas discordâncias e das diferentes perspectivas envolvidas é crucial para compreender a continuidade dos conflitos de terras no Brasil ainda hoje. De um lado, havia um grupo mais ligado aos poderosos proprietários rurais que imaginava o domínio agrário como monopólio de uma categoria, sem se importar com os direitos dos pequenos posseiros e demais homens livres pobres, e que usava mecanismos para oficializar a ampliação de limites territoriais imprecisos. Discordando dessa ideia, outros agentes mais associados às tarefas governamentais procuravam conter os excessos dos grandes proprietários, assegurando o respeito ao posseiro. Mas nenhum dos lados estava dissociado dos interesses dos senhores escravistas. Os membros do grupo ligado ao Estado negavam quaisquer propostas que pudessem regularizar a estrutura agrária, permitindo a continuidade dos conflitos territoriais que, na prática, tendiam a favorecer os mais articulados politicamente. Esta disputa política, bem como outras anteriores e subsequentes, construíram uma estrutura agrária marcada pelo conflito. O autor aborda questões anteriores, como a Lei de Terras de 1850, que pretendia criar um cadastro fundiário para distinguir as terras públicas das ocupadas (Registro Paroquial), mas que não conseguiu estabelecer os limites nem acabar com o costume da posse - por essa razão, a propriedade não se tornava garantia confiável para empréstimos. Muito diferente do Registro Geral de Imóveis (RGI), criado pela Lei Hipotecária de 1864, destinado a receber as transcrições das escrituras de compra e venda de bens imobiliários, informações sobre os outros direitos que gravassem essas propriedades e as inscrições das hipotecas
publishDate 2016
dc.date.none.fl_str_mv 2016
2023-07-13T14:49:39Z
2023-07-13T14:49:39Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/book
format book
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv RODRIGUES, Pedro Parga. As frações da classe senhorial: e a lei hipotecária de 1864. Niterói: EdUFF, 2016.
978-85-228-1179-3
http://app.uff.br/riuff/handle/1/29355
Aluno de Doutorado
identifier_str_mv RODRIGUES, Pedro Parga. As frações da classe senhorial: e a lei hipotecária de 1864. Niterói: EdUFF, 2016.
978-85-228-1179-3
Aluno de Doutorado
url http://app.uff.br/riuff/handle/1/29355
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv CC-BY-SA
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv CC-BY-SA
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/epub+zip
dc.publisher.none.fl_str_mv EdUFF
Niterói, RJ
publisher.none.fl_str_mv EdUFF
Niterói, RJ
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)
instacron:UFF
instname_str Universidade Federal Fluminense (UFF)
instacron_str UFF
institution UFF
reponame_str Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
collection Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)
repository.mail.fl_str_mv riuff@id.uff.br
_version_ 1802135320252121088