Paleoceanografia do Atlântico Sul tropical entre 140 - 70 mil anos com base na assembleia de foraminíferos planctônicos

• Autor(a) principal: Tayt-Sohn, Raissa
• Data de Publicação: 2024
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
• Texto Completo: https://app.uff.br/riuff/handle/1/33208
• topic: Mudanças Climáticas; Paleoceanografia; Paleoclimatologia; Micropaleontologia; Ciência ambiental; Climate Changes; Paleoceanography; Paleoclimatology; Micropaleontology

O Último Interglacial, que corresponde ao MIS 5e, ocorreu entre ~130 e 115 mil anos, e possui relevância por apresentar a temperatura global e o nível do mar mais elevados que atualmente. Devido a esses fatores, pode ser usado como um estudo de caso para compreender o impacto das mudanças climáticas atuais e para realizar previsões futuras. A região oeste do Atlântico Sul é uma região-chave para o estudo de variabilidades climáticas, tendo em vista que esta área é a principal saída de calor e sal para as altas latitudes do Hemisfério Norte. Dessa forma, reconstruções paleoceanográficas nessa região são essenciais para compreender as mudanças que ocorreram durante o MIS 5e e os impactos no clima global. Para isso, foram realizadas análises a partir da ecologia das assembleias de foraminíferos planctônicos coletadas no testemunho GL-1180, localizado na margem brasileira, permitindo uma reconstrução paleoceanográfica da região durante o período de 140 - 70 mil anos. Com base na reconstrução do MIS 5e, baseado na ecologia das espécies de superfície estudadas, era esperado que as espécies que habitam águas quentes e oligotróficas da camada de superfície respondessem aos picos de temperatura. Contudo, as espécies dominantes, Globigerinoides ruber (white e pink) e Trilobatus sacculifer, apesar de serem fortemente influenciadas pela temperatura, respondem de forma distinta ao padrão esperado da temperatura global, sugerindo que processos regionais, como o deslocamento das correntes superficiais da região, podem estar influenciando essas variações. Analisando as espécies que habitam a camada de subsuperfície, nota-se que Globorotalia crassaformis, ocorreu em um período específico, entre ~84 e ~78 mil anos, denominado “Globorotalia crassaformis optimum event”, podendo ser utilizada como um possível marcador bioestratigráfico para a margem brasileira.