Paleoceanografia do Pacífico Sul durante os últimos 200 mil anos com base em assembleias de foraminíferos planctônicos

• Autor(a) principal: Silva, Bruno Gomes da
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
• Texto Completo: http://app.uff.br/riuff/handle/1/31320
• topic: Paleoclimatologia; Mudanças climáticas; Paleoceanografia; Micropaleontologia; Mudança global; Cronologia histórica; Oceania; Climatologia; Foraminífero planctônico; Paleoclimatology; Climate changes; Paloceanography; Micropaleontology

A Corrente Circumpolar Antártica (ACC – sigla em inglês) é o principal sistema de correntes do planeta, conectando o Oceano Austral às bacias do Atlântico, Índico e Pacífico. Esse sistema de correntes é o componente principal que garante o clima polar ao continente Antártico e a ecologia e biogeografia do oceano que está inserida. O Oceano Austral é uma peça importante para o clima, visto que conecta águas superficiais e profundas, atua como reservatório de gases dissolvidos e calor, transporta e forma massas d’água importantes para a regulação do clima da Terra. Dessa forma, reconstruções paleoceanográficas são essenciais para decifrar de qual maneira as mudanças que ocorrem no Oceano Austral impactam o clima global. Por conseguinte, a paleoceanografia dos últimos 200 mil anos no Pacífico Sul foi analisada a partir da reconstrução da posição das frentes oceânicas que formam a ACC, com base na ecologia de foraminíferos planctônicos, sobretudo os indivíduos das espécies Neogloboquadrina pachyderma, Globigerina bulloides e Globoconella inflata, e a reconstrução da paleotemperatura para a região, que foi elaborada com utilização da Técnica do Análogo Moderno (TAM), reforçando os dados para posicionamento da ACC. Logo, no atual trabalho, foi observado um posicionamento das frentes oceânicas mais ao norte em períodos glaciais, o que foi corroborado pela paleotemperatura, que indica um resfriamento da região nos mesmos períodos, sugerindo uma expansão da plataforma de gelo localizada na Antártica e uma migração dos westerlies para latitudes inferiores. Alguns trabalhos sugerem que o resfriamento em outras regiões do Oceano Austral possa ter ocorrido por outros fatores, que não a migração de frentes. No cenário dos interglaciais, é notada uma posição das frentes mais ao sul, também reforçada pela paleotemperatura, que é mais alta em tais momentos, sugerindo, uma diminuição do gelo no continente austral, e um posicionamento dos westerlies em altas latitudes.